segunda-feira, maio 24, 2010

A morte física, a hora de voar

As metáforas, conforme certa vez definiu um poeta, são pontes poéticas que o amor constrói e que fazem ligação entre coisas e conceitos.

As escrituras sagradas das diferentes tradições religiosas não raramente lançam mão de metáforas para tornar mais claro o entendimento das verdades do mundo espiritual.

E dentre as metáforas poéticas que os versos sagrados utilizam, uma das mais belas é uma passagem do texto da Fé Bahá´í (*), que compara o corpo físico a uma gaiola

Imaginar que o Espírito pereça ao morrer o corpo é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o Espírito é o pássaro. Nada tem o pássaro que recear, porém, com a destruição da gaiola. A morte física – um mergulho no infinito, a hora de voar.

E ao deslizar pelo céu, as aves nos recordam dos nossos entes queridos que já partiram. Uma metáfora visual e poética que se revela aos que se dispõe a enxergar além do que os olhos podem ver.

E as aves nos recordam ainda que em breve também chegará a nossa hora de voar.

O corpo, frágil argila, sofre os efeitos do tempo. A alma, puro sopro, é eterna.

Aproveitar os nossos breves e incertos dias para alimentar a nossa alma com coisas boas. Uma dieta espiritual farta de Amor, Bondade, Caridade, Pureza, Compaixão, Perdão, Justiça, Virtudes, Gratidão e Bem-Aventuranças. De modo que, quando a hora derradeira bater a nossa porta, possamos voar com asas limpas e puras até as mais sublimes alturas.

(*)É uma religião mundial, independente, com suas próprias leis e escrituras sagradas, surgida na antiga Pérsia, atual Irã em 1844. A Fé Bahá’í foi fundada por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali (1817-1892) e não possui dogmas, rituais, clero ou sacerdócio.

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