terça-feira, agosto 31, 2010

Preservar a alegria

Preserva a jovialidade na tua conduta.

Um rosto carregado reflete aflição, desgosto,

contrariedade.

Podes ser de atitudes retas e comportamento

sério, sem que te afixes à máscara contraída do

mau humor.

Jovialmente e com alegria, esparze bom ânimo,

irradiando o bem-estar de que esteja rico

o teu coração.

O tesouro de um comportamento jovial tem

o preço da felicidade que oferece a todas as

pessoas.


(do livro Vida Feliz de Divaldo Franco, pelo espírito de Joana de Angelis)

domingo, agosto 29, 2010

Resistirei


Quando perder todas as partidas
Quando dormir com a saudade
Quando se me fecharem as saídas
E a noite não me deixar em paz

Quando sentir medo do silêncio
Quando me custar manter-se em pé
Quando as recordações contra mim se rebelarem
e me puserem contra a parede

Resitirei, erguido frente a todos
me cobrirei de ferro para endurecer a pele
Apesar dos ventos da vida soprarem forte
sou como o junco que se dobra
porém sempre segue em pé
Resistirei, para seguir vivendo
suportarei os golpes e jamais me rendirei
e ainda que os sonhos se rompam em pedaços
Resistirei, resistirei

Quando o mundo perder toda a magia
quando meu inimigo for eu mesmo
quando me apunhalar a nostalgia
e não reconhecer nem minha voz
quando a loucura me tomar
quando o diabo der as contas
ou se alguma vez me faltar você

resistirei,

(letra da música resistiré – duo dinâmico)



Desatando nós.

Sinto minha vida amarrada em vários nós. Desato um e por baixo dele ainda tem muitos outros. Às vezes me sinto impedido de caminhar. Uns parecem tão apertados que preciso de ajuda para desatá-los. Esses me preocupam porque embora seja forte demais, só eu mesmo posso desarmá-los. Sei que deve ser questão de jeito para desfazê-lo, mas não é nada fácil.

Uma amiga me disse que não sabe como estou suportando tantas coisas ao mesmo tempo e diz que me admira por conseguir ter forças para prosseguir mesmo tendo perdido ao mesmo tempo duas coisas vitais para vivermos felizes: amor e trabalho. E finalizou dizendo que não gostaria de estar na minha pele. Assustei-me, mas não levei a mal o comentário. Sei que estou levando do jeito que posso, tento não desanimar. Estou me esforçando para continuar nessa busca para dar um jeito na minha vida.

Essa mesma vida que mudou completamente. Na verdade ela está parada. Estou tentando pegar um atalho para ver se lá adiante encontro tudo o que tinha antes. Não o amor porque não estou à procura de um, mas quero reencontrar as coisas que me davam prazer. As coisas ficaram difíceis demais e tenho sempre que pensar muitas vezes para não dar um passo errado e cair de novo no buraco que me encontrava. Nas minhas angustias e nos medos eu tinha com quem conversar e pedir ajuda em como proceder. Agora essa ajuda vem através dos meus pensamentos, de certa forma ele continua me ajudando, sinto isso porque algumas decisões que nem passavam pela minha cabeça acabam sendo decididas assim, através de intuições. Sinto-me forte e certo do que fazer. É nesses fatos que me alimento para poder acertar.

Gostaria de ter a minha vida de volta. Não a vida a dois porque não tem como, mas a rotina que tinha, de fazer coisas simples como ir ao cinema, teatro, show, passear, beber num bar, jantar fora, bater perna, ouvir música, ver filmes na TV, passear. Algumas coisas perdi a vontade, outras não consigo fazer sozinho e algumas não posso fazer para não gastar dinheiro. Esses prazeres que o dinheiro traz posso aprender a passar sem. Não sou de me lamentar, nunca fui. Nem para sofrer. Tenho coisas bem mais sérias para me preocupar e resolver. Não me divirto com o sofrimento, mas às vezes as recaídas me fazem ter esse sentimento. Normal. Quando estamos felizes tudo fica mais leve e fácil, mas quando não estamos tudo fica mais difícil.

Encontrar forças não é fácil, mas quando menos a espero aparece. Antes dizia que não sabia de onde vinha, hoje imagino de onde vem. De alguém que prometeu que nunca iria me deixar só e que sempre estaria ao meu lado porque nós dois éramos um. Nossa relação era muito bem estruturada, sozinhos não éramos nada, mas juntos realizamos muitas coisas. E vem dele as ações que devo tomar. Mesmo quando alguém que pouco me conhece vem me ajudar diz que está fazendo tal gesto porque o Simonato gostaria que fizesse. Não tenho dúvidas sobre o quanto nossos pensamentos estão em harmonia.

Se fosse um casal hetero com filhos, com certeza o fato de ter uma criança seria um motivo a mais para lutar e ter força para seguir adiante. No meu caso a força precisa ser maior por que não se deixa esses laços numa relação assim. O que fica do companheiro são as lembranças. E como nesse passo em que estou dando preciso de motivação para seguir em frente, é por essas lembranças e pelos meus pais que preciso continuar tendo forças. Tenho precisado muito deles ultimamente, acho que voltei a dar trabalho como quando era criança. Minha mãe então nem se fala, incansável comigo. Por mais que diga que não precise, ela não me ouve e vem me ajudar com sua comida, dar um jeito nas coisas e me fazer companhia. É a ajuda mais valiosa que posso ter nesse momento, amor e carinho. Cada vez que a vejo aqui me sinto forte e protegido. Ela é meu exemplo de força e coragem.

Fico pensando como seria a vida deles se eu tivesse partido. Com certeza o Eduardo estaria dando todo apoio ao Seu Orlando e a Dn Zila. A relação deles era muito bonita e Edu era tão afetuoso que estaria ao seu lado para dividir a dor da tristeza e da saudade. Estariam unidos, se ajudando para suportar a ausência.

É pensando assim que minha motivação será essa, fazer o que ele gostaria que eu fizesse. Somente por eles vou lutar para desatar todos os nós da minha vida.

Oração a "Nossa Senhora Desatadora dos Nós”

Virgem Maria, Mãe do belo amor,
Mãe que jamais deixa de vir
em socorro a um filho aflito,
Mãe cujas mãos não param nunca
de servir seus amados filhos,
pois são movidas pelo amor divino
e a imensa misericórdia
que existem em teu coração,
volta o teu olhar compassivo sobre mim
e vê o emaranhado de nós
que há em minha vida.
Tu bem conheces o meu desespero,
a minha dor e o quanto estou amarrado
por causa destes nós.
Maria, Mãe que Deus
encarregou de desatar os nós
da vida dos seus filhos,
confio hoje à fita da minha vida em tuas mãos.
Ninguém, nem mesmo o maligno
poderá tirá-la do teu precioso amparo
Em tuas mãos não há nó
que não poderá ser desfeito.
Mãe poderosa, por tua graça
e teu poder intercessor
junto a Teu Filho e Meu Libertador, Jesus,
recebe hoje em tuas mãos este nó.........
Peço-te que o desates para a glória de Deus,
e por todo o sempre.
Vós sois a minha esperança.
Ó Senhora minha,
sois a minha única consolação dada por Deus,
a fortaleza das minhas débeis forças,
a riqueza das minhas misérias, a liberdade,
com Cristo, das minhas cadeias.
Ouve minha súplica
Guarda-me, guia-me,
protege-me, ó seguro refúgio!
Maria, Desatadora dos Nós, roga por mim.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Só esquecemos aquilo que sabemos

Outro dia ouvi alguém dizer que era feliz e não sabia. Pois eu sempre soube que era feliz.


Ué, mas se vivi outras vidas, porque não me lembro delas?

De fato, nós habitualmente não nos lembramos de ter vivido antes, o que não é o mesmo que dizer que não tivemos outras existências. Podemos esquecer um presente ganho num aniversário há cinco ou seis anos e, no entanto o presente se for durável, continua por ai, provavelmente em alguma gaveta.

É bom que esqueçamos mesmo, a fim de aproveitar a oportunidade de dar início a uma existência como se estivéssemos abrindo um novo caderno de muitas folhas em branco, no qual podemos escrever nossa história. É bom ignorar que tivemos graves problemas, no passado, com a pessoa que hoje é nossa mãe, irmão ou aquela irmã mais difícil. Ou que tenha enganado vilmente a linda menina que agora é sua filha, ou ficado com a herança que, de direito, pertencia àquele genro que você não queria que se casasse com sua filha.

É que as famílias são, quase sempre, arranjos combinados no mundo invisível entre as diversas personagens de um drama ou de uma tragédia antiga, para que acertem suas diferenças pelo relógio cósmico do amor ao próximo, a fim de que todos sejam felizes um dia. Nascem ao nosso lado, ou nascemos nós juntos de adversários, vítimas ou desafetos de outrora, aos quais prejudicamos gravemente ou que nos tenham criado também dificuldades e sofrimentos, perfeitamente evitáveis, se todos tivessem agido de maneira correta. Nascem, também, é claro, conforme nossos méritos, pessoas maravilhosas, a quem amamos profundamente e respeitamos, mas isto é quase exceção, não a norma, pois não disse o Cristo que primeiro tínhamos de nos conciliar com o adversário? E que não sairíamos de lá, ou seja, do sofrimento, enquanto não houvéssemos resgatado o último centavo da dívida perante as leis do amor?

Então a família é o campo de provas, onde encontramos amigos e desafetos. Os primeiros nos trazem o gostoso refrigério de sua afeição, num relacionamento agradável e construtivo. É facílimo amá-los. Os outros, não. São pessoas difíceis, que inconscientemente guardam de nós rancores ainda não superados, ou mágoas que não conseguiram vencer. É muito mais difícil amá-los, convertendo sua atitude negativa, por nós em um relacionamento afetivo, desarmado e genuíno.

“amai vossos inimigos” disse Jesus. “Fazei o bem àqueles que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, rogai pelos que vos maltratam.”

“Se amais aos que vos amam que mérito terá? Pois também os pecadores amam àqueles que os amam.”

Essa filosofia, aparentemente tão estranha, tem profundas motivações. Com aqueles a quem amamos, não há problemas a resolver. Já é nossos amigos, basta cultivá-los com carinho e respeito. Com aqueles que nos detestam, ao contrário, temos questões pendentes, ainda que conscientemente, as ignoremos. Por uma razão oculta, estamos juntos para que aprendamos a nos amar fraternalmente. E nisso lembramos, de novo, o Cristo, que nos disse outras palavras da maior importância:

“Reconcilia-te com teu adversário enquanto estás a caminho com ele”.

É certíssimo isso. Ele foi posto em nosso caminho precisamente para que nos reconciliássemos, convertendo adversário em amigo. É mais fácil realizar essa tarefa quando ignoramos as verdadeiras causas das divergências.

O esquecimento nos protege de certas angústias e evitáveis vexames. Imagina se em outros tempos tenha degolado ou envenenado a sangue frio a menina que hoje pode ser sua filha predileta? E que, aliás, nem liga para você, porque ainda guarda certas desconfianças a seu respeito? É bom esquecer mesmo, porque quando é muito grande o peso da culpa, o remorso ameaça esmagar-nos e paralisar a ação reparadora.

Bem, ai está algumas das principais razões pelas quais nos esquecemos das vidas anteriores, a fim de podermos começar outra, como se nada tivesse acontecido.

(Capítulo 14 do Livro Nossos filhos são espíritos, de Hermínio C. Miranda)

quarta-feira, agosto 25, 2010

25 de agosto - Dia do Soldado

"Abraçados e unidos marchemos, não peito a peito, mas ombro-a-ombro, em defesa da Pátria, nossa mãe comum".


(Duque de Caxias )

Eu sempre tive orgulho por esse soldado e não me cansava de repetir isso para ele. Por tudo que ele foi, mas principalmente pela sua dedicação e generosidade com as outras pessoas. Como não gostar de um cara assim? Orgulho-me ainda mais ao continuar ouvindo elogios a ele.

Enfrentou com bravura sua pior batalha. Vi coisas que qualquer outro ser humano estaria se lamentando, agindo como vítima, mas ele não. Suportou com firmeza e garra todas as vezes que a doença teimava em provocá-lo. Não desistiu em nenhum momento, encarou com força e coragem o quanto pode. Será sempre o meu herói. Aquele que lutou até o fim por minha causa.

Sobre a sua passagem pelo quartel, a única coisa boa que me dizia era da possibilidade de ter aprendido a tratar de animais de grande porte, mesmo que nunca mais tenha tido a oportunidade de usar esse aprendizado.

Parabéns aos soldados.

25 de agosto são o dia e a data do aniversário do nascimento do Patrono do Exército Brasileiro. Com pouco mais de 20 anos já era capitão e, aos 40, marechal-de-campo. Entra na História como "o pacificador" e sufoca muitas rebeliões contra o Império. Comanda as forças brasileiras na Guerra do Paraguai, vencida pela aliança Brasil-Argentina-Uruguai em janeiro de 1869. Depois da guerra, Lima e Silva é elevado à condição de duque de Caxias — o mais alto título de nobreza concedido pelo imperador.











terça-feira, agosto 24, 2010

24 de agosto - Dia da Infância

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

(trecho do poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu)



Descubra o rosto da sua infância.

Quem descobrir pelo menos 18 rostos dessas crianças prometo enviar por e-mail essa montagem para recordação. Tenham um feliz dia da Infância.

Saudades de todos vocês.

Bjs

Cadu, o amigo insistente

Lembro-me de ver o Cadu pela primeira vez quando ele foi conhecer a informática no antigo prédio do Tribunal. Mas com certeza só começamos a nos conhecer melhor quando ele passou a ser o nosso Coordenador de Eleições. Não sei como iniciou a nossa amizade, mas essa proximidade em coordenar nossa seção, onde eu sempre trabalhei, fez com que nos conhecêssemos melhor. Mas minha admiração por ele aconteceu por um gesto que talvez ele nem se lembre, mas que para mim teve uma importância muito grande.

Não lembro exatamente o ano, mas haveria um corte de pessoal da CTIS e todos os coordenadores deveriam fazer um memorando relacionando os funcionários que gostaria de manter na seção e o motivo. Nas outras coordenadorias os próprios funcionários faziam os memorandos e pediam aos coordenadores para assinar, num gesto de completo descaso. Antes do almoço eu já havia conversado com o Cadu ele ficou de preparar o tal documento. Completamente ansioso e sem ver qualquer atitude da parte dele, fui buscar o modelo que os outros colegas estavam fazendo para deixar pronto para ele assinar caso se esquecesse. As horas iam passando e eu cada vez mais nervoso, porque esse documento teria que ser entregue até às 17hs na Diretoria Geral. Sem querer demonstrar preocupação, fui até a sua sala para lembra-lo, mas qual foi a minha surpresa quando me contou calmamente que já havia feito o documento e ele mesmo entregara. Aliviado agradeci e voltei para minha mesa. E esse dia, esse gesto ficou guardado para sempre na minha memória.

Nossa amizade foi se fortalecendo e se estendeu para fora do Tribunal. E mais uma vez, esse seu gesto de atenção, de preocupação apareceu novamente quando da minha tumultuada saída ano passado. Nunca fui de me lamentar, nem de passar tristeza para meus amigos, pelo contrário, mas nesse período meus pensamentos e ideias estavam completamente confusos. Várias vezes saímos para almoçar e todas eram para conversarmos sobre essa saída. Ele tentava me fazer desistir dessa ideia e insistia para eu ir trabalhar com ele no CPD. Não se cansava nunca em pedir para que eu pensasse melhor. A cada encontro insistia, insistia e insistia. É tão gratificante ter um amigo que está ao seu lado, lhe oferecendo a mão para ajudar, te valorizando. E foi isso que ele fez. Mas naquele momento eu não conseguia raciocinar o que seria melhor para mim.

Sua preocupação é tão grande que passado alguns meses ele mandou-me um e-mail querendo saber como eu estava e o que eu achava de voltar para o Tribunal. Voltar? Nossa, eu nunca havia pensado nessa possibilidade. Confesso que por um momento criei uma expectativa, mas logo passou. Nem acreditei novamente com sua insistência ao me ligar para sondar se eu aceitaria voltar para trabalhar no CPD. Mais uma vez ele se mostrou um grande amigo, me fazendo um monte de elogios e bastante preocupado em me ajudar. Sei que algumas decisões não dependem somente dele, mas tenho certeza que ele deve ter insistido muito para poder tornar real essa possibilidade. Na verdade isso não interessa muito, o que realmente me importa é saber a grandiosidade do seu gesto e da sua generosidade. Fico muito feliz em saber do seu esforço em querer me ver bem nessa minha nova vida. Obrigado por tudo que você fez e faz por mim Cadu, e te desejo toda felicidade do mundo nessa sua nova vida também. Conte comigo sempre!

Moniquinha, a amiga de todos os momentos.

Quando fui para a União da Ilha no ano de 2003, havia uma mesa com um casal que me chamava atenção. A jovem parecia uma princesa de tão bonita e com gestos tão singelos que não parecia daquele ambiente de quadra de escola de samba. E todo o sábado estava aquele casal ali, na mesma mesa. Sempre que os via comentava com o Eduardo. Somente no ano seguinte fui conhecê-los. Estava com uma ala com a fantasia de ciganos que fazia o maior sucesso entre os componentes e fui avisado pela direção da escola que a esposa do compositor do samba estava querendo falar comigo porque gostaria que os amigos desfilassem na ala. E realmente foi isso que aconteceu a minha ala se transformou na ala da Monica e do Sérgio.

O samba nos aproximou e nossa amizade cresceu com a descoberta do seu trabalho ser numa agência de viagens. Minhas preocupações acabaram. A partir daí todas as férias deixávamos que ela cuidasse de tudo. Traçávamos o roteiro e Moniquinha se esforçava para realiza-los. Além de princesa, também posso considera-la um fada. E assim nossas vidas foram se entrelaçando entre samba, desfiles e viagens. Somente momentos alegres. Sim, porque até então minha vida sempre foi assim, de momentos felizes.

Mas era chegado o momento de pedir ajuda, de gritar por socorro. E foi o que fiz quando casualmente encontrei a Mônica em pleno centro da cidade, as vésperas do Natal. Pelo meu semblante ela havia percebido que eu não estava bem e lhe contei sobre a doença do Eduardo, sobre a cirurgia e sobre a necessidade de um oncologista o mais rápido possível. Bastou falar isso para que ela ligasse para o Sérgio explicando a situação e pedindo que fizesse contato com um oncologista amigo deles. Como fiquei feliz por encontra-la. Sabe quando você divide com alguém o peso de uma bolsa bem pesada? Pois foi isso que senti naquele momento, por alguns instantes ela diminuiu esse peso. Não foi só isso, me deu também um sopro de esperança e uma coisa a menos para resolver no meio de tantas que ainda precisava ser feita. E foi através dela que conseguimos nossa primeira consulta.

O desfecho todos sabem e a tristeza que me invadiu também. O que eu não sabia era que a Moniquinha já havia incumbido outro amigo para me dizer, quando percebesse que meu sofrimento aumentasse, que era chegada a hora de procurar ajuda de um profissional, um psicólogo. E foi através dessa sua indicação que fui atrás da terapia que tanto me auxiliou nesse estagio do luto.

Vivenciamos juntos várias noitadas alegres, quer nas quadras da União da Ilha, quer nos desfiles. Momentos que não vou esquecer nunca porque foram noites onde só o que importava era dançar, cantar e se divertir. Se pudesse escolher um momento para o mundo parar eternamente, escolheria uma noite dessas, no samba. Não tenho palavras para dizer o quanto sou grato pela sua amizade, pelo seu carinho, pela sua atenção e disposição em estender a mão quando precisamos. Quando o caminho parecia tortuoso e difícil você apareceu e nos ajudou a passar por essa estrada. Hoje, no dia do seu aniversário quero te homenagear por todas essas coisas que você fez por nós. Felicidades, Moniquinha! Mil beijos!



domingo, agosto 22, 2010

Perda das pessoas amadas

Outro dia meu querido amigo Emilio que também era cliente do Eduardo, escreveu tão bacana que através das minhas postagens simples eu estava ensinando a encarar a vida e a morte de uma maneira melhor. Fiquei pensando no que ele escreveu e no peso que isso tem. Gostaria de esclarecer que realmente eu tenho encarado a morte de uma outra maneira. Tenho aceitado, mas ainda não me conformado! Mas aceitar já é um grande passo, e isso o estudo da doutrina espírita tem me ajudado. Pois é isso, não quero e nem sou exemplo de nada. Muitos devem saber lidar com a dor da perda melhor que eu. Estou aprendendo ainda e tento dividir isso com os amigos. Quando estou só é o computador que me faz companhia e aproveito para desabafar no blog, pondo para fora alguns pensamentos. E às vezes reproduzo alguns textos de livros que tenho lido para o curso de espiritismo. Para continuar nessa caminhada de evolução, os estudos, a leitura tem sido muito importante para esse entendimento da perda. Abaixo transcrevo o que Allan Kardec escreveu sobre perda das pessoas amadas, e é textos como esse que diminuem minha dor e a tristeza (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 5, pág. 78).
Quando a morte se faz presente nas vossas famílias, levando sem critério os jovens antes dos velhos, dizeis muitas vezes: “Deus não é justo, já que sacrifica aquele que é forte, e com um futuro pela frente, para conservar aqueles que já viveram longos anos cheios de decepções; leva aqueles que são úteis e deixa aqueles que não servem mais para nada; parte o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que fazia toda a sua alegria”.

Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidade de vos elevar acima do plano terreno da vida, para compreender que o bem está muitas vezes onde se acredita ver o mal, a sábia previdência, onde se acredita ver a cega fatalidade do destino! Por que medir a justiça divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos mundos queira, por um simples capricho, vos impor penas cruéis? Nada se faz sem um objetivo inteligente e tudo o que aconteça tem sua razão de ser. Se meditásseis melhor o porque das dores que vos atingem, encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e vossos míseros interesses seria uma consideração secundária que desprezaríeis ao último plano.

Acreditai em mim, a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a essas desordens vergonhosas que desolam famílias honradas, cortam o coração de uma mãe e fazem branquear os cabelos dos pais, antes do tempo. A morte prematura é muitas vezes um grande benefício que Deus dá aquele que se vai, e que se encontra assim poupado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à sua perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade; é que Deus julga que não é útil passar maior tempo na terra.

É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! De quais esperanças quereis falar? Das da Terra, onde aquele que se foi teria brilhado, trilhado seu caminho e feito fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue se elevar acima da matéria! Acaso sabeis qual teria sido o destino dessa vida cheia de esperanças, segundo pensais? Quem vos garante que ela não poderia ter sido cheia de amarguras? Acaso considerais nulas as esperanças da vida futura, preferindo as da vida passageira que arrastais na Terra? Pensais, então, que vale mais ter uma posição entre os homens do que entre os Espíritos bem aventurados?

Alegrai-vos ao invés de vos lamentar quando Deus quiser retirar um de seus filhos desse vale de misérias. Não há egoísmo um desejar que ele permanecesse ai, para sofrer convosco? Essa dor compreende-se entre aqueles que não tem fé e que vêem na morte uma separação eterna; porém vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor livre de seu envoltório corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem amados estão perto de vós; sim, estão bem perto; seus corpos fluídicos vos rodeiam, seus pensamentos vos protegem, e a lembrança que tendes deles os enche de felicidade; assim como também vossas dores insensatas os perturbam, pois elas denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós que entendeis a vida espiritual, fazei vibrar as pulsações de vosso coração em favor desses entes bem amados, e, se pedirdes a Deus que o abençoe, sentireis em vós aquelas consolações poderosas que secam as lágrimas, aquela fé consoladora que vos mostrará o futuro prometido pelo soberano Senhor.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Diga Xis para sair bem na foto.

Diga Xis para sair bem na foto porque hoje é dia da fotografia.


Eu tenho um monte delas e adoro ficar folheando meus álbuns, com os familiares, os amigos, as festas, na praia, as viagens, os animais, paisagens. Ver esses momentos registrados me leva de volta ao dia que aconteceu a foto. Um dia minha memória vai falhar e serão essas fotos que me trarão as recordações de uma vida muito feliz.

Minha primeira máquina fotográfica ganhei do meu pai num Natal e foi uma Xereta, da Kodak. Era bem pequena e ultramoderna para a época, senão fosse pelo flash em formato de cubos que colocávamos em cima e se queimavam a cada batida, seu designer era bem atual. Nesse tempo comprávamos filmes de 12, 24 ou 36 posses conforme a necessidade do evento e todo cuidado era pouco para o que fotografar e como fotografar porque só veríamos o que fora registrado depois, pois a revelação demorava.

Sempre gostei de fotografias e a cada máquina nova que surgia eu comprava. Foram muitas e de vários modelos até chegar as digitais. Quando conheci o Eduardo descobrimos esse hobby que tínhamos em comum. Ele também era o fotografo dos eventos na família e me contava sua técnica de colocar papel celofane colorido na frente da lente para dar uma coloração diferente à foto. Quando colocava o papel amarelo a foto ficava no estilo sépia. Guardo essas fotos com muito cuidado e carinho, pois ele tinha paixão por essas suas experiências. Se a xereta foi à máquina que marcou minha adolescência, Edu tinha adoração pela sua Olympus que duplicava as posses, ou seja, se comprava um filme de 12 ela batia 24. Mais moderna impossível. Quando a bateria ou pilha da digital impedia de continuar batendo as fotos ele brincava dizendo que se fosse a Olympus que duplicava não teríamos esses problemas.

Nas suas férias no Espirito Santo ele tirava várias fotos com essa máquina e se orgulhava de conseguir alguns ângulos que poucos ousavam, como por exemplo, quando procurava a perspectiva ideal para colocar a lua entre as mãos do modelo. Todos ficavam encantados com sua ideia original e queriam uma foto igual. Tentei reproduzir esse feito em sua homenagem.

Foram tantas máquinas desde que nos conhecemos. Muitas eu comprei e algumas ele mesmo me deu de presente. Eu brincava dizendo que na verdade o presente era para os dois já que ele também usufruía. No início preferia estar atrás das lentes, mas com o passar do tempo foi se soltando e sentindo-se a vontade para ser meu modelo. E que modelo! Enquanto eu tentava esconder certas partes do corpo, como a barriga, por exemplo, Edu não tinha esse problema, nem precisava fazer posse para sair bem na foto.

Nosso prazer pela fotografia era tanto que resolvemos fazer um curso para aprender algumas técnicas. Tínhamos aulas todos os sábados, e foi muito divertido estar numa sala de aula com ele.

Era nas nossas viagens que colocávamos em prática essa nossa veia artística. Muitas vezes éramos os dois e nossa câmera para brincar. Algumas vezes eu ficava chateado por bater fotos melhores que ele batia de mim e quando isso acontecia me mandava procurar outro fotografo. Difícil encontrar alguém que me clicasse tão bem como ele. Realmente eu sempre me sentia um diretor, dando as diretrizes de como enquadrar e o que enquadrar. Sou um exagerado e sofria com as gozações dele por isso. Mas tenho orgulho desse meu exagero, de ter levado essa minha paixão ao extremo porque assim pude colecionar milhares de fotos nas mais diferentes maneiras e em todas as fases da nossa vida. Todos os momentos foram registrados. No quarto de hospedes do nosso apartamento tem um painel que retrata justamente a história de nossas vidas. Hoje é difícil olhar para o painel e não me emocionar com essa linda trajetória. Às vezes penso em arrancá-lo, mas e as imagens registradas na minha mente, como rasgar? E as fotografias tem essa função, eternizar um momento. Está tudo ali, congelado e é assim que eu gostaria de estar, parado no instante mais feliz da minha vida e ficar assim para sempre, protegido pela moldura.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Me aceitar sem você certas vezes me custa.



Eu pensei que pudesse esquecer
Certos velhos costumes
Eu pensei que já nem me lembrasse
De coisas passadas
Eu pensei que pudesse enganar
A mim mesmo dizendo
Que essas coisas da vida em comum
Não ficavam marcadas
Não pensei que me fizessem falta
Umas poucas palavras
Dessas coisas simples que dizemos
Antes de dormir
De manhã um bom dia na cama
A conversa informal
O beijo, depois o café
O cigarro e o jornal
Os costumes me falam de coisas e fatos antigos
Não esqueço de tardes alegres com nossos amigos
Um final de programa
Fim de madrugada
O aconchego na cama
A luz apagada
Essas coisas só mesmo com o tempo
Se pode esquecer
E então eu me vejo sozinho
Como estou agora
E respiro toda a liberdade
E alguém pode ter
De repente ser livre até me assusta
Me aceitar sem você
Certas vezes me custa
Como posso esquecer dos costumes
Se nem mesmo esqueci
De você.

(Costumes- Roberto Carlos)

Essa música está no mp3 que dei num natal para o Eduardo. Queria que ele se distraísse na Academia ouvindo música e quando dei de presente já havia colocado algumas para que ele pudesse usar de imediato. Com o tempo fomos colocando mais músicas, as que ele me pedia para incluir.

O domingo amanheceu bem esquisito, completamente cinza, o que me deixa ainda mais saudoso e triste. Acordo e dou bom dia para uma foto do Edu que coloquei na sala. Fui tomar café e faço isso encostado na pia. Às vezes ouço uma voz me dizendo para eu sentar na mesa, mas não consigo. Aquela pequena mesa de apenas dois lugares fica imensa para mim e fatalmente eu teria que olhar para frente e ver aquela cadeira vazia e lembraria as conversas matinais. Meu café agora é ainda mais rápido. Resolvi não passar o domingo aqui, vou almoçar em Vaz Lobo com meus pais. Todas essas lembranças, por mais bonitas que sejam não me deixam em paz, pelo contrário, fico incomodado e bastante triste. Acabo chorando. Essa vida que tinha não vai voltar nunca mais e isso é o que me dói mais.

Abri aleatoriamente meu livro de autoajuda e o capítulo que caiu foi:

DECIDIR E SER FELIZ

Se a voz interior te diz CAMINHA, e ficas parado; se diz VENCE, e te contentas com a derrota; se diz ACREDITA, e te acomodas à descrença; se diz AMA, e preferes o egoísmo; se diz ESPERA, e adotas a impaciência; então, como ser feliz?

Para ser feliz, segue as leis de Deus, do amor, do crescer contínuo, e mantém a alegria e a paz.

Acredita que tua força supera obstáculos, e faze, agora, o melhor que possas. Não esperes para começar amanhã, porque poderás ter esquecido o que agora te propões a fazer.

As dificuldades passam.

Surge lindo o sol, quando as nuvens passam.

sábado, agosto 14, 2010

14 de Agosto - Dia do Combate à Poluição



Entende-se por poluição a deterioração das condições ambientais, que pode alcançar o ar, a água e o solo. Quando nos referimos a poluição atmosférica queremos falar sobre a eliminação de resíduos pelas indústrias e a queima de carvão em usinas, automóveis e sistemas de aquecimento doméstico. Esse ar poluído penetra nos pulmões, ocasionando o aparecimento de várias doenças do aparelho respiratório.

O final de todo poluente solúvel jogado no ar e no solo vão para os rios, lagos e mares. A maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água cabe novamente às indústrias químicas instaladas em suas margens.

A poluição do solo ocorre quando para se combater insetos, fungos, bactérias e outros organismos considerados pragas, são combatidos com produtos químicos. Ele contribui para salvar muita gente de morrer de malária, por exemplo mas esse praguecida demora cerca de 10 anos para ser transformar em substâncias menos tóxicas. Com o uso constante desta substância ocorre contaminação do solo, dos rios, plantas e animais.

Como vemos, o homem perde-se numa estranha contradição quando vai relacionar-se com a natureza: ele destrói para construir. Essa atitude já se reflete no meio ambiente: rios poluídos por resíduos industriais, a chuva ácida nas grandes cidades, a névoa escura que acompanha o nascer do dia nas metrópoles. Todas consequências da irracionalidade humana quando se fala em preservação.

A saúde e o bem-estar humanos estão diretamente relacionados com a qualidade do meio ambiente, isto é, com suas condições física, química e biológicas.



quinta-feira, agosto 12, 2010

DESCONJURO, PÉ DE PATO MANGALÔ TRÊS VEZES

Para os supersticiosos como eu sou melhor levantar da cama pisando com o pé direito. Todo cuidado é pouco já que hoje é sexta feira 13, ainda mais sendo mês de agosto, conhecido como mês "do azar", "do desgosto", "do cachorro-louco" e "de amuleto no bolso". Segundo o folclorista Luís Câmara Cascudo, no Dicionário do Folclore Brasileiro, "o dia 13 é um número fatídico, pressagiador de infelicidades. A superstição de evitar 13 convidados à mesma mesa é tradicional como uma reminiscência da Santa Ceia, quando Jesus Cristo ceou com os seus 12 apóstolos, anunciando-lhe a traição de um deles e seu próprio martírio". A palavra superstição deriva de superstituosos e primitivamente significava "vidente ou profeta". As superstições surgem como explicação para os fatos que desconhecemos. A superstição e o azar estão ligados apenas a acomodação e a falta de fé, uma maneira de encontrarmos culpados para os nossos insucessos ou fracassos, muitas vezes resultantes da nossa própria falta de esforço e dedicação. Quando as coisas não acontecem, culpamos o azar.

Eu não gosto dessa palavra, e mesmo sendo supertisioso nunca culpei o azar pelos acontecimentos ruins na minha vida. Mesmo nesse momento atual. Sou um supertisioso convicto e sem culpa. Sempre fui assim. Já faz parte da minha vida. Certa superstição que na minha infância era somente uma crendice, hoje em dia corre o risco de ser considerado um Transtorno obsessivo compulsivo. Isola. Vou isolar batendo três vezes na madeira. Quando quero afastar o “azar” tenho este hábito. Hoje então, vou pensar em algumas maneiras para me proteger. Vou pegar todos meus amuletos e segurar firme. Nessa fase sensível e fraca que estou vivendo, preciso me cercar de todas as proteções para que eu não fique sujeito a todos os tipos de más influências, pois "as bruxas estão soltas", melhor tomar cuidado.

Espero cruzar com alguma cigana pelo meu caminho. Quero que leia minha mão e me fale sobre meu destino, que me revele como será. Eu preciso dessa revelação. Hoje mais do que nunca vou estar atento ao sobrenatural e por isso minha figa de guiné estará no meu bolso. Espero que não cruze com nenhum gato preto pelo caminho porque aí é azar na certa. Li que na idade média, acreditava-se que os gatos eram bruxas transformadas em animais. Vai que são. Não quero saber de bruxas me desestabilizando, me infernizando.

Quando criança lembro algumas histórias contadas pelos mais velhos que são muito engraçadas, como não passar por cima de uma criança que senão ela não crescia, só se despulasse novamente. Da mesma forma que quem passasse por debaixo do arco-íris mudava de sexo: o homem vira mulher, e a mulher vira homem. E passar por debaixo da escada então? Até hoje evito. E se sua orelha esquentar de repente? É porque alguém está falando mal de você. Nesses casos, vá dizendo o nome dos suspeitos até a orelha parar de arder. Para aumentar a eficiência do contra-ataque, morda o dedo mínimo da mão esquerda: o sujeito irá morder a própria língua. Não podemos bobear, o dia hoje é para isso, se cuidar. Gosto de relembrar essas histórias lembra um tempo sem preocupações, e os medos eram somente esses, do sobrenatural.

Não sei se ainda existem benzedeiras. Quando era pequeno era tão fácil encontrar uma. Na rua mesmo tinha uma, a Dn Mocinha. Pena que não está mais entre nós porque senão iria a sua busca para me rezar e proteger de todo mal. Estou precisando. Já que não conheço nenhuma, vou à casa do meu padrinho para pedir a sua benção, já que é tão forte quanto uma reza. Mas terei que sair pela porta que entrei, porque um supersticioso que se preze tem que entrar e sair pela mesma porta. Agora, se o chinelo estiver virado, desconjuro, vou logo desvirando.

Brincadeiras a parte, o que devemos ter em mente é que o que traz sorte para uns acaba azarando a vida de outros. E assim será esse dia, igual a todos os outros.





quarta-feira, agosto 11, 2010

Santa Clara, iluminai o meu caminho!

Dia 11 de agosto. Hoje é dia de Santa Clara e desde criança ouvia meus avós e meus pais falarem para desenhar um sol no chão, pedindo a Santa Clara para o tempo melhorar. Fiz isso várias vezes. Hoje não vou riscar o chão para pedir um sol, vou pedir para que ilumine o meu caminho porque às vezes sinto que ele está bem escuro e fico sem saber que direção seguir.

Santa Clara, rogai por nós!

"Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!" Neste dia, celebramos a memória da jovem inteligente e bela que se tornou a 'dama pobre'. Santa Clara nasceu em Assis (Itália), no ano de 1193, e o interessante é que seu nome vem de uma inspiração dada a sua fervorosa mãe, a qual [inspiração] lhe revelou que a filha haveria de iluminar o mundo com sua santidade.

Pertencente a uma nobre família, destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos, por isso, ao deparar com a pobreza evangélica vivida por Francisco de Assis apaixonou-se por esse estilo de vida. Em 1212, quando tinha apenas dezoito anos, a jovem abandonou o seu lar para seguir Jesus mais radicalmente. Para isso foi ao encontro de Francisco de Assis na Porciúncula e teve seus lindos cabelos cortados como sinal de entrega total ao Cristo pobre, casto e obediente.

Ao se dirigir para a igreja de São Damião, Clara – juntamente com outras moças – deu início à Ordem, contemplativa e feminina, da Família Franciscana (Clarissas), da qual se tornou mãe e modelo, principalmente no longo tempo de enfermidade, período em que permaneceu em paz e totalmente resignada à vontade divina. Nada podendo contra sua fé na Eucaristia, pôde ainda se levantar para expulsar – com o Santíssimo Sacramento – os mouros (homens violentos que desejavam invadir o Convento em Assis) e assistir, um ano antes de sua morte em 1253, a Celebração da Eucaristia, sem precisar sair de seu leito. Por essa razão é que a santa de hoje é aclamada como a "Patrona da Televisão".

Oração a Santa Clara

Santa Clara,
que seguistes de perto São Francisco,
na vida de pobreza
e no amor ao próximo e de Deus,
olhai carinhosa para o mundo de hoje,
tão necessitado de vossa proteção.
Ouvi o meu pedido
e concedei-me a graça que vos peço,
com fé e confiança.
Como verdadeiro necessitado,
rogo-vos que me alcanceis de Cristo
a saúde espiritual e corporal,
para mim e meus familiares.
Sobretudo, peço a vossa ajuda
para o problema que me aflige.....
(especificar o problema)
Atendei-me, Santa Clara,
pela força que tendes
junto a Deus e pela fé
que me faz buscar a vossa proteção.

Amém.






domingo, agosto 08, 2010

Lili

Quando conheci o Eduardo ele logo quis que eu conhecesse as pessoas mais próximas a ele e depois do Ronald, a segunda pessoa que conheci da sua família foi a Silvana. Contava-me que eram os primos que tinha mais proximidade, mais amizade. Daqueles primos que podia confidenciar segredos ou mesmo sem precisar falar o entendia. Só de ouvi-lo falar sobre ela já me encantou. E quando a conheci, de cara nos entendemos. Como nessa época estávamos mais próximos da zona sul e Silvana morava em Copacabana, fazíamos alguns programas juntos. Íamos à praia, cinema, restaurantes e lembro muito dos lanches que ela preparava para nós no seu apartamento.

Sempre a vi como uma pessoa alegre, extrovertida, com um sorriso que encanta e um tom de voz que parece não se alterar nunca, calmo e sereno. Nossos laços foram se estreitando porque descobrimos algumas afinidades além da praia: o carnaval. Fui o responsável não só por leva-la a uma quadra de escola de samba, mas por desfilar pela primeira vez em 1993. Engraçado é que queria muito que Edu também desfilasse, mas sabia que ele preferia viajar para descansar e por esse motivo não tive coragem de convidá-lo. Fiquei sabendo depois que por insistência da Silvana ele acabou aceitando o convite feito por ela. Independente de quem havia feito o convite, o fato é que fiquei muito feliz de vê-lo na avenida se divertindo conosco. E foi realmente o início de muitos carnavais juntos.

Depois desse carnaval, Silvana sempre esteve conosco nos anos seguintes. Mesmo quando viajava dava um jeito de voltar nesse dia para desfilar. Tantas histórias, tantas brincadeiras, quanta diversão. Silvana é daquelas pessoas que o talvez não exista. Ou é sim ou é não. Topa qualquer parada e gosto de pessoas assim, decididas.

Certa vez consegui uma fantasia quase de graça, mas era somente para moradores da comunidade da Serrinha em Madureira e dei o nosso nome como se morássemos lá. Seriam três fantasias, minha, da Silvana e da Cássia. Durante o dia fomos nos divertir no cordão da bola preta e de lá fomos para a quadra da escola buscar a roupa. Mas não sem antes de passar em vários banheiros para eliminar o tanto de cerveja que havíamos bebido e nesse ponto Silvana era a mais fraquinha. Bom, chegando à quadra, imaginem duas mulheres com pinta de garota zona sul tentando pegar suas fantasias como se fossem moradoras da comunidade? Coube para Cássia passar pela saia justa porque eu não aguentei e Silvana foi comprar mais cervejas para desviar a atenção do responsável pela ala. Felizmente elas conseguiram retirar as fantasias e esse tenso momento virou imensas gargalhadas quando saímos dali.

Eduardo adorava a Silvana e ela passou a ser muito querida para mim também. Estivemos juntos por um bom período das nossas vidas, mas especificamente até o nascimento da Hannah, já que fomos nós quem ajudou na decoração do seu primeiro aninho. Quando nos mudamos para o Recreio ela foi até lá a convite do Eduardo. Ele sempre quis compartilhar com seus parentes esse momento tão feliz que estávamos atravessando, a conquista da nossa casa.

Nosso último encontro também foi no Recreio, numa visita que ela fez ao Eduardo. Foi um momento bem difícil para ela e a Cacau, mas tenham certeza que ele ficou muito feliz de vê-las ali naquele dia. Ele estava calmo, sereno e ficaram naquela conversa de primos, lembrando-se de fatos, de histórias. Fez-me pegar nosso álbum de fotos sobre a viagem a Paraíba, já que Cacau mora por lá.

Nossos laços não vão se desfazer nunca, os nóis estão muito bem apertados. Não posso perdê-la de vista porque você era muito especial para ele, e para mim também. No dia do aniversário de alguns amigos era eu quem lembrava Edu para que ele ligasse, mas se tinha duas pessoas que eu não precisava fazer isso era você e o do Ronald. Ele poderia até não ligar devido às atribulações do seu dia a dia, mas ele sabia exatamente que data era.

Te conheci como Lili, e hoje é seu aniversário e gostaria de dizer que gosto muito de você. Sempre gostei, desde que a vi pela primeira vez. Você faz parte da minha vida, da nossa história e como prezo todos que marcam a minha vida, quero te desejar toda a felicidade do mundo, que você tenha um dia muito feliz ao lado da sua bela família.

Um beijo bem grande,

Do amigo de sempre, José Carlos Albernaz