quarta-feira, julho 28, 2010

A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana (Charles Darwin)

Amigos, esse email que reproduzo é de um dos oito mil clientes/amigos que o nosso querido Eduardo fez nesses 24 anos da Veterinária Rancho Novo. É mais uma prova da grandiosidade do seu trabalho. Amor e admiração devem caminhar sempre juntos. E depois que acidentalmente me transformei num ajudante de médico não cansava de admirar sua calma, sua dedicação, seu carinho e amor no jeito de tratar os animais. Ele sabia como chegar aos bichinhos. Essa postagem é para que ninguém se esqueça do grande homem que foi o Dr. Eduardo Simonato.

From: caroline
Date: Fri, 25 Jun 2010 23:07:34
Subject: Oi


Ganhei o meu gato, um persa preto preguiçoso, de um ex-namorado, no Natal de 2000 e pouco depois precisaríamos de um veterinário para que pudéssemos dar as vacinas, tudo direitinho. Perguntamos aqui e ali e descobrimos um no Rancho Novo, super bem recomendado, que tinha tratado o cachorro da prima de um conhecido que estava já com a patinha na cova e tinha se curado. Lá fomos nós!

Foi amor à 1ª vista!

Todos os gatos que tive levei com ele. Às vezes deixava de ir um dia ou outro, pra poder ir com o Eduardo. Ele castrou 5 gatos meus, e riu quando apareci com uma fêmea que tinha sido operada com uma meia de seda como cinta, já que os filhotes não queriam parar de mamar, mesmo já com 4 ou 5 meses, e os pontos estavam em risco! Mas os pontos, como tudo que ele fazia, estavam perfeitos e sequinhos e a minha gatinha voltou a ser esbelta, sem uma marquinha sequer na barriga.

Quando o meu filhote teve uma zigue-zira no rabo, o Eduardo tinha paciência quando eu ligava chorando, dizendo que ele tinha arrancado o curativo. Ele me escutava e me orientava. Quando teve que cortar o rabinho do meu filho por causa dessa pereba, foi o certo.

Quando o meu bebê teve pedra na bexiga, só o Eduardo conseguia fazer a criança fazer xixi no potinho sem sonda. Ele conversava com o meu filho, e ele relaxava e o xixi saía.

Quando eu tinha 7 gatos e 4 estavam com o esporotricose e eu não tinha dinheiro pra tratar direito de todos, o Eduardo nem mais me cobrava a consulta, porque eu já batia ponto na clínica pelo menos 3 vezes por mês. As meninas de lá, Célia e Luciana, já viraram amigas praticamente.

Eu não moro perto da clínica. Pelo contrário, é super contramão pra mim, mas no Eduardo encontrei confiança, e ainda não consigo imaginar confiar em outra pessoa para tratar do meu filho. Era muito bom ir a um lugar onde eu via que o amor e respeito aos animais estava acima de qualquer outra coisa, e ainda ter alguns minutos de conversa com gente tão bacana, inteligente e amiga.

Vamos aos nomes:

o cinza tigrado da foto é o Francisco. Não o tenho mais por causa da esporitrocose que assustou a minha casa numa época em que a grana estava mais que curta, e infelizmente tive que sacrificá-lo. Todo mundo aqui sofreu muito, era um gato lindo e muito carinhoso.

A princesa escama de tartaruga é a Brigiti, que eu resgatei, literalmente, do esgoto, história triste: uns vândalos vizinhos meus a pegaram e amaram na ponta de um barbante, na outra ponta, uma pedra. E a jogaram num esgoto que estava aberto por estarem consertando. Alguma alma menos ruim, a tirou de lá e a jogou num canto. Eu escutei miados desesperados, a encontrei e a trouxe pra casa. Ela devia ter nem 1 mês de vida completo. Dei banho, comida, amor, remédio pra um olho inflamado. Ela ficou linda, esbelta, serelepe (pulava nas vassouras!) e teve uma ninhada, que acho que foi feita com muito amor, que olha todos os filhotes saíram muito lindos, de 5 bebês. Ela desertou! Aff

E as seguintes são do meu filhote, de quem já te falei, o Shadow, meu filho persa, que em outubro completa 10 anos. Incrível como ele só ficava tranquilinho nas mãos do Eduardo. Até pra fazer exame de urina, era só fazer uma massagenzinha na barriga e em 2 tempos, o potinho estava cheio! rs

A foto com a focinheira foi numa consulta com a Marcela. Menino rebelde! rs

E tem uma foto de nós 2! Eu simplesmente a-do-ro essa foto, porque ela eternizou a nossa relação. Somos muito unidos. Ele literalmente é o meu bebê. Um companheiro sem igual. Um grande amigo pra mim.

E o bolo de gatos dentro da rede são os filhotes da Brigiti. Saíram em pares, 2 amarelos, um esbelto de pelo batido e outro mais fofinho e peludo; 2 tigrados cinza um esbelto de pelo batido e outro mais fofinho e peludo com uns reflexos dourados linnnnndos; e a Tarja [lê-se Taria, é finlandês, phyno rsrs], que saiu escama de tartaruga que nem a mamis dela. Não encontrei uma foto dela sozinha, mas ela tb conheceu o Eduardo.

Engraçado, é que essa semana, várias vezes ele me veio à cabeça. Pensei em ir nesse sábado, pra levar o gato pra tomar as vacinas, mas pensei em antes ligar pra saber se seria o plantão do Eduardo. Mas ontem a minha ex-sogra, que também tem um gato paciente da clínica, me contou do acontecido. Então joguei no google o nome completo e encontrei o blog.

Assumo que chorei um bocado e mal dormi. Não tínhamos uma relação pessoal, mas ele me era muito querido. Na minha família, todos ficaram muito sentidos. Minha mãe inclusive, hoje, acendeu uma vela e fez uma oração pra ele.

José Carlos, sei que não nos conhecemos, mas quero te dizer, que num momento como esse, só posso te desejar muita força na caminhada. Ele era uma pessoa muito boa, e não vai gostar de te ver sofrer. É vida que segue, e nos nossos corações ele estará sempre muito presente.

Se cuida, querido!
Força, muita força.
E se precisar, conta comigo.
bjks
Caroline

Obs: Obrigado Caroline. Espero que goste pois sei que o Edu ia fazer essa cara que está na foto ao ver os bichanos todos ao seu lado. Não me canso de ler seu email e me emocionar porque retrata muito bem como ele era.

terça-feira, julho 27, 2010

dia 26 de julho, mais conhecido como o dia da vovó

A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações — todos dizem isto embora eu pessoalmente, ainda não as tenha descoberto, mas acredito. Quando penso na velhice, penso nos avós, essas pessoas ligadas a nós através de laços consangüíneos, pois são os pais dos nossos pais. Num período grande da minha vida tive o privilégio de conviver com meus avôs maternos (Vó Zilah e Vô Flávio) e paternos (Vó Gilda e Vô Joaquim) e de quebra minha bisavó Isabel.

As avós, assim como todos os idosos merecem consideração e respeito, pois já viveram muito, possuem grande experiência de vida e podem transmitir muitos ensinamentos a todos de sua família. Por isso, ganharam uma data especial, para que fosse homenageado, o dia 26 de julho, que é mais conhecido como o dia da vovó.

Nunca entendi porque chamavam minha bisavó de Saneca, já que tinha um nome tão bonito: Isabel. Era uma pessoa muito doce, mas era séria. Já era bem velhinha e não Lembro muitas coisas sobre ela além de gostar muito de ir a sua casa porque era bem espaçosa e tinha um quintal grande em toda a volta.

Se há uma imagem que lembra muito as avós é os almoços de domingo. E nesse quesito a Vó Gilda era imbatível, pois adorava reunir toda a família na sua casa para esses almoços. Muitas vezes parecia até obrigação de todos, mas o fato é que para nós crianças era muito divertido estar ali brincando com  os primos. E a mesa era sempre um exagero de tantas coisas gostosas. Vó Gilda cozinhava muito bem e gostava de inventar muitos pratos. Minha mãe até hoje fala que aprendeu a cozinhar com ela.

A Vó Gilda era meio moderna para seu tempo, meio mandona, a chefe da casa. Era separada do meu avô, trabalhava fora como enfermeira e era aquela pessoa sempre disposta a ajudar a todos a sua volta. Lembro bem de muitos vizinhos baterem na sua porta a procura de remédios, para aplicar injeções e mesmo para ajudar em alguns partos. E sobre esse assunto gostava de lembrar que esteve presente nos partos dos primeiros netos, o meu inclusive. Não se cansava em lembrar de como foi difícil o meu nascimento. Divertia-se contando de como intimidava o médico para ter cuidado nas cirurgias das suas noras.

Uma noite passada em sua casa era uma deliciosa fuga à rotina, com vários encantos de uma aventura, principalmente quando morou num apartamento bem grande em Cascadura. Lá não havia linha divisória entre o proibido e o permitido. Ela não era a Vó que educava, era aquela que queria ver todos perto dela. Nunca mais tomei um mingau tão gostoso quanto o que ela fazia no café da manhã.

A postura de “mãe mais madura”, que com sua experiência, consegue levar com facilidade e naturalidade a relação com as crianças, pois ela já está consciente de todos os acertos e erros cometidos com os filhos, essa era a postura que me lembro da Vó Zilah. Essa sim era a Vó que ajudava a educar, mesmo porque passávamos mais tempo com ela que com a outra Vó. Era ela quem tomava conta da gente quando meus pais saiam. Gostava do seu jeito prestativo, de riso fácil. Lembro que adorava “bater perna” era como se dizia a pessoa que gostava de passar mais tempo na rua que em casa. Também gostava muito de nos acompanhar aos jogos do Vasco, chegou a ir a alguns shows conosco e viajava de ônibus para visitar filhos e netos nos mais distantes cantos do Brasil. Parecia não se cansar nunca, uma disposição incrível.

Duas avós bem diferentes, mas tinham em comum o amor e carinho com que tratavam a gente, os netos. Nada mais importante do que homenageá-las no dia a elas consagrado.

25 de julho - Dia de São Cristovão

25 de Julho é dia de São Cristóvão. Este santo é muito solicitado nas viagens por ser patrono dos motoristas. São Cristóvão foi alvo de muitas lendas, porém tudo indica que viveu o significado do seu novo nome, Cristóvão (Christopher): ou seja: "portador de Cristo". Seu culto remonta ao século V. Cristóvão cresceu no meio pagão e dizia que somente serviria o soberano mais poderoso, serviu vários mais quando procurou servir o Rei dos Reis seguiu o caminho da oração, meditação da Palavra e penitência, abraçou o conselho de servir o povo pela caridade, já que agradecidos rezariam por ele.

Diz a tradição que ele era um homem muito forte que ajudava as pessoas a cruzarem o rio. Um dia um menino pediu para ajuda-lo e São Cristóvão colocou-o nos ombros e começou a atravessar o rio. A cada passo a criança ficava mais pesada e São Cristóvão se esforçava ao máximo para salvar o menino. São Cristovão disse a criança que estava muito difícil e que parecia estar carregando o mundo! E a criança respondeu: "Não fique surpreso! Você está carregando o mundo, você carrega o criador do mundo nos ombros!" O menino era Jesus!

Ele é invocado contra acidentes. Em algumas cidades é costume os motoristas levarem seus veículos para serem bentos neste dia na igreja de São Cristóvão.
Existe uma tradição antiga, que diz que quem olhasse a imagem de São Cristovão, passaria aquele dia sem qualquer dano. Daí a grande quantidade de imagens e pinturas de São Cristovão nas Igrejas, lojas e residências.

ORAÇÃO DE SÃO CRISTÓVÃO

Ó São Cristóvão, que atravessastes a correnteza furiosa de um rio com toda a firmeza e segurança, porque carregava nos ombros o Menino Jesus, fazei que Deus se sinta sempre bem em meu coração, porque então eu terei sempre firmeza e segurança no guidão do meu carro e enfrentarei corajosamente todas as correntezas que eu encontrar, venham elas dos homens ou do espírito infernal.

São Cristóvão, rogai por nós.

ORAÇÃO DO MOTORISTA

Ó Senhor, por intercessão de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, dai-nos firmeza e vigilância nos muitos caminhos da vida em busca de trabalho, lazer, felicidade e realização. Todos somos caminhantes nas estradas deste mundo, acompanhai-nos constantemente para chegarmos ao destino sem acidentes e contratempos.

Protegei, ó Senhor, os motoristas que conduzem os modernos meios de transportes. Que eles possam ser guiados por vosso Espírito, e assim ajam com sabedoria e respeitem as leis de trânsito.

Protegei, ó Senhor, aqueles que caminham conosco e ajudai-nos a respeitar a todos, pedestres e transeuntes, agindo sempre com prudência.

Protegei, ó Senhor, os jovens que dirigem e dai-lhes um coração sempre voltado à vida. Que possam descobrir vossa presença viva no mundo e respeitem a todos. Que cresçam sempre guiados pelo vosso Espírito para que sejam os protagonistas da nova sociedade do terceiro milênio.

Confortai, ó Senhor, as famílias que perderam as pessoas queridas, vítimas do cruel trânsito brasileiro. Dai-lhes a esperança necessária para viverem em vossa presença sem condenação ou rancor.

Que possamos, Senhor, descobrir vossa presença na natureza e um tudo o que nos rodeia, amando assim cada vez mais a vida.

Amém!

sábado, julho 24, 2010

Turbilhão de emoções!

Nossa que semana corrida essa que eu tive!


Passei o final de semana inseguro e cheio de expectativas para a segunda feira. Mas aos poucos foram se dissipando. Não imaginava mais que iria sentar novamente numa cadeira de sala de aula, de pegar em cadernos, livros, lápis, canetas para estudar. Ainda mais agora que meu poder de concentração anda inconstante. Mas me enganei. Não só consegui tudo isso como foi prazeroso. Mesmo acordando as 6 h da manhã para estar na sala as oito e saindo somente às 17hs. Que alegria! Que emoção boa foi essa que senti. Vinte e duas pessoas que não se conheciam dentro de uma sala de aula se integrando no primeiro dia. De início um silêncio absurdo. Estávamos todos observando para poder elaborar um diagnóstico para saber como lidar com essas novas pessoas. Todos interessados em conhecer o território para perceber como podem se comportar. Senti-me uma criança em seu primeiro dia de aula. De início foi esquisito, depois engraçado e por fim estava eu ali fazendo novas amizades, um grupo novo, de idades que variavam de 19 a 70 anos, num entrosamento bem harmonioso.

Não sou tímido, mas estar ali naquela escola como aluno era uma coisa que não fazia há pelo menos uns 20 anos. Era uma coisa nova. Mas não foi sofrido. Foi tão bom que quando terminou o primeiro dia de treinamento peguei o telefone e fui ligar para o... Podem achar loucura, mas foi o que fiz, queria ligar para o Eduardo. Tive que parar por alguns instantes para me situar na realidade. Acabei rindo da situação, mas em seguida chorei. Sei que não preciso ligar para contar porque sinto que ele compartilha comigo esse momento. Pensando assim, voltei a me fortalecer e a desfrutar dessas emoções que estavam adormecidas dentro de mim. É o meu recomeço, preciso estar forte e sem medo. Sei que ele é parte de mim e vai me ajudar nessa nova caminhada.

Sou daqueles que curtem muito assistir Big Brother. E converso com aqueles que também gostam. E uma das muitas coisas que achava falso era justamente essa declaração de sentimentos mútuos que aparecem logo nos primeiros dias. Pois é, eu não precisei ficar trancado dentro de uma casa para poder rever esse meu conceito. É possível sim, e fácil. Basta estar com os olhos bem atentos e querer ver, perceber nas atitudes, no comportamento como o outro fala com você para entender que ali há afinidade, afeição e carinho. De cara? Sim, de cara. Não sei se serei amigo de todas essas pessoas porque não sou inocente a ponto de achar que todos são bonzinhos. Não é isso. Mas como é importante que haja uma sintonia num grupo novo e foi o que me pareceu, ou pelo menos eu senti. Talvez seja uma relação vinda de outras vidas, não sei, mas a impressão é que realmente já conhecia aquelas pessoas há muito tempo. Risadas, brincadeiras e gozações que só amigos de muito tempo aceitariam. Sem falar nos comentários sobre a vida particular de cada um quando fomos almoçar. Fomos estranhos somente até a apresentação, depois disso o sentimento era de um reencontro.

Foi tão incrível a sensação de convivência sem cerimônia com essas pessoas que só me fez bem. Tenho certeza que posso sobreviver no meio de novos e diferentes grupos do que eu tinha antes. É possível sim porque pude experimentar essa sensação novamente nessa troca de emoções com essas pessoas novas que conheci.

Obrigado meu Deus pela excelente semana que tive.

terça-feira, julho 20, 2010

A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas (Francis Bacon)

Eduardo sempre foi meu melhor amigo. O amigo que sempre sonhei em ter, daqueles que podemos contar sempre, em qualquer situação. Ele tem todas as qualidades que admiro num amigo: é bom caráter, sincero, alegre, prestativo, bom ouvinte, bom conselheiro, compreensivo, agradável, companheiro, honesto e leal. No dia de hoje gostaria de homenagear não só a ele, mas a todos os amigos que conquistei até hoje. Todos são muito valiosos para mim.

Vou começar pela Denizinha porque é uma amizade que carrego desde a infância, quando ainda nem sabíamos falar direito. A amizade com o Eurico vem da minha adolescência, por morar perto e por estudarmos juntos no segundo grau. Também é dessa fase minha amizade com os amigos: Walter, Paulo, Nilton, Cosme, Anderson, Ivan, Sérgio, Alexandre, Renan, Kátia, Suiam. Nos quatro anos da faculdade fiz amizades com várias pessoas, mas a única que não ficou pelo caminho foi a Miriam. Ronald, Sueli, Silvana, Vera, Simone, Luci, Stanley, Robson, Rogério, Tia Tomázia, Tio Antonio, Mara, Marcelle, Amanda, Marcela, Carla, Célia, Cacau, Amélia, Nilda, Luciana, Rodney, Glaucia, Carol, Beth, Sheila, Silvinha, Denize e Patrícia, são amigos que conheci através do Eduardo e os guardo com muito carinho. Fizemos muitas viagens e conhecemos muitas pessoas de outros estados como Tereza, Adriana, Salete, Marcelo e tantos outros, que nem à distância nos separou. Janete, Hilda, Helena, Vera, Claudia, Gláucio, Clécia, Cássia, Janaina, Mariângela, André, Júlio, Marcelo, Sandra, Jussara, Ana Paula, Andrezão, Ana Claudia, Luiz Geraldo, Marco Antonio, Cadu, Claudeci, Antonio, Fabiano, Wilson, Márcio, Beth, Dn Alda, Gilda, Clara, Regina, Adolfo, Dayse, Marcio, Cléia, Flavinha, Adélia, Kátia, Dn Ângela, Juarez, Moema, Jô, Guapy, Eliseu, Luciana, Rick, Vera Mello, Fábio, Eveline, Pedro, Tatiana, Tereza, Flávia, André, Camila, Renato, e todos os amigos que conheci dentro do Tribunal e tornaram meus dias incrivelmente felizes. Nedilson, Gustavo, Paulo Monteiro, Robson, Rachel, Joacyr, Inês, Vitor, Mônica, Sérgio, Reinaldo, Adriano, Alexandre, Wagner são aqueles amigos que o samba me apresentou. Tem também aqueles amigos que conquistamos juntos como o Barão Roberto, Adriana, Claudia (amigos da Fazenda Ponte Alta), Isabela, Darren, Lula, Morgana, Ana Claudia, Sandra, Nivaldo, Paulo, Cintia e tantos outros que passaram que com certeza vou cometer uma injustiça esquecendo nesta data.

Aprendi com minha amiga Mônica que não se agradece aos amigos quando eles lhe fazem algo de bom. Amigos são para essas coisas mesmo. Ou como diz o Paulo, “amigos verdadeiros são aqueles que aparecem nas horas difíceis”. Caramba, e que hora mais difícil é essa que venho atravessando. Desculpe-me a Mônica, mas tenho que agradecer por sentir-me amparado por todos desde que perdi o amigo mais presente.

Reunir um grupo de pessoas para um barzinho, jogar conversa fora, beber e dar risadas é fácil. Mas e na hora da tristeza, do choro? Quem terá a mesma disponibilidade? Tem razão o Paulo, é nessas horas que vemos os verdadeiros amigos. Sem vocês não suportaria essa caminhada. Sei que muitos só tomaram conhecimento depois do acontecido, mas nem por isso me abandonaram. Foram ligações carinhosas, e-mails com textos inspiradores e abraços de conforto e força.

Quando começamos a fazer os exames lá no distante mês de outubro de 2009, não pensávamos que fosse uma coisa tão séria. Foram baterias de exames dos mais variados e quando finalmente ouvimos falar dos nódulos no fígado tivemos que passar um final de semana inteiro tentando digerir aquela situação e escolher como gostaríamos de levá-la. Optamos por levar sem alarde. Fizemos um pacto que levaríamos até onde pudéssemos. Não queríamos preocupar mais ninguém. Nos dois éramos nossa família e bastava. Tive vontade várias vezes de ligar e conversar com alguém, desabafar. Mas preferi me fortalecer rezando.

Chegou um momento que não dava mais. Mas não foi premeditado. Estava almoçando tranquilamente com minha querida Eveline quando Edu me ligou avisando que um dos exames anunciava outro nódulo na pélvis que possivelmente estaria alimentando esse do fígado. Seria necessária uma cirurgia rapidamente. Nada me preocupou mais do que ouvir o rapidamente. Perdi o chão naquele instante e foi nesse momento que me abri com a Eveline e pedi segredo. Era a primeira pessoa além de nós dois que sabia o que estávamos passando. Agradeço muito pela sua lealdade. Quantas vezes nossos olhares se cruzavam na sala e ela percebia o que eu estava sentindo e me amparava me dando segurança e tranquilidade que eu precisava para terminar o dia. Foi minha cúmplice e suas palavras de otimismo evitaram meu choro várias vezes.

Como disse, nosso pacto era de não preocupar os familiares, nem os amigos. Tínhamos convicção de que íamos sair daquela situação logo. Estava no ar à novela “Viver a vida” e no final passava uns depoimentos comoventes de superação. Agarrávamos-nos aquelas histórias e pensávamos que em breve também estaríamos dando o nosso depoimento de vitória. Nunca deixei que chegasse até nós histórias com final triste.

Mas o cerco foi se fechando e com ele aumentava o leque de pessoas, a saber. Não poderia ser diferente, chegava a hora da ajuda, do pedir socorro. Foi no caminho de uma consulta com o cirurgião que tive coragem para falar com a irmãzinha Cássia. Dei-lhe um susto naquele momento, mas depois de refeita do impacto, não nos abandonou mais. Sempre trazia palavras de otimismo e confiança. Eram sempre histórias e exemplos positivos. Não só me confortava com ligações intermináveis, mas também ao Eduardo. Devota de São Jorge foi uma guerreira junto da gente.

A mesma guerreira que foi a outra irmãzinha Sheila. Como todos também se assustou e foi ao meu encontro desesperada para que eu confirmasse olhando nos olhos dela a verdade dos fatos. Esteve conosco no dia da entrada no hospital, nos dando força e alegrando com sua presença iluminada e esfuziante. De secretaria do Eduardo quando tinha 18 anos a amiga e irmã, sofria conosco. Os amigos foram falando um para o outro e mesmo preocupados todos queriam fazer alguma coisa por nós dois. Mas fazer o que não é mesmo? O sentimento de impotência é enorme. Mas mesmo assim eles fizeram. E muito. Dividiram conosco o peso da tristeza por várias vezes.

Precisávamos de um oncologista depois do triste resultado da cirurgia, e rápido. A possibilidade de encontrar a querida amiga Moniquinha em plena época de Natal circulando pelo centro da cidade era uma em um milhão. Não foi por acaso que a encontrei e ao narrar para ela o que estava se passando, ligou na mesma hora para seu marido Sérgio, que nos colocou em contato com um oncologista amigo e muito conceituado. Foi através deles que conseguimos uma consulta.

Também não foi por acaso que esse mesmo médico foi quem tratava e trata do amigo Márcio, outro lutador. E foi a ele a quem recorri para nos tirar tantas dúvidas que tínhamos para um provável inicio de tratamento, tamanho era a certeza de cura. Márcio nos auxiliou nessas dúvidas, sempre muito paciente e atencioso.

Preocupada com meu afastamento do trabalho, minha doce Verinha me liga bem no dia que Edu faria a cirurgia. Também ficou chocada, mas aproveitei para desabafar. Como esquecer sua visita em pleno dia de Natal, seu belo cartão e uma planta que trazia toda sua energia para dias melhores. Nunca tive dúvidas sobre seu carinho comigo. Foi a ela quem recorri quando passei por um problema na vista. Como uma mãe zelosa se prontificava a passar pomada nos meus olhos em pleno trabalho, duas vezes ao dia. Não esqueço esses gestos.

Assim como não esqueço nosso último reveillon. Mesmo não sendo uma noite alegre como dos anos anteriores, Sheila, Wagner e Adriano fizeram questão de passar conosco. Meu coração estava tão apertado que pedi para que caminhassem comigo pela praia e foram testemunhas do meu choro compulsivo. Não sabia o que nos esperava no ano que acabara de começar, mas com o abraço deles pude sentir que o mundo poderia continuar desabando, que mesmo assim não estaria sozinho.

Faça isso, faça aquilo. O que mais se lê e ouve são busca por tratamentos alternativos, seitas religiosas, fórmulas mágicas. Não condeno nada disso, mas não fomos atrás. Edu sempre foi uma pessoa centrada, lia muito e seguia o que deveria ser feito. Uma coisa não quis recusar, o pedido afetuoso do grande amigo Zé Reinaldo quando nos perguntou se não gostaríamos que ele desse um passe no Eduardo. Foi um momento só nosso e que nos emocionou profundamente. Era a segunda vez que via Edu chorar nessa fase. Zé sempre será uma pessoa iluminada pra mim, para nós dois.

Assim como iluminado e incansável foi o Paulo Monteiro e o Robson, nos cedendo vários medicamentos que Edu precisava e que fez questão de levar para derramar toda sua energia positiva naquela noite sem luz.

Os dias iam passando, o carnaval se aproximando e minha querida mãe envolta em 100 fantasias para terminar. Revezava-se entre rezas e costuras, numa força que não me canso de admirar. Até hoje me pergunto como conseguimos terminar esse trabalho. Foi fundamental nesse momento a presença divertida e alegre da minha prima Márcia e da amiga Solange. As duas além de trabalharem sem parar, ainda mandavam mensagens otimistas. Palavras que levava para o Eduardo porque queriam vê-lo de volta aquela bagunça onde ele fazia falta. As duas praticamente comandaram sozinho esse carnaval, me deixando tranquilo para dedicar exclusivamente ao meu querido Eduardo.

Entramos na internação já com a maioria dos amigos sabendo e evidentemente assustada. Não posso esquecer as ligações que recebíamos dos sms e das visitas. A que mais gostou logicamente foi da nossa irmã e parceira de tantas divertidas viagens, Cássia. Sei que não foi fácil para ela esse dia, mas para nós foi de muito conforto. Ficamos tantas vezes os três juntos no mesmo quarto nas viagens que era impossível imaginar onde estavámos agora. Seu último presente foi dar seu colírio para o querido amigo que necessitava naquele momento. Cássia é muito especial para nós. Tem as palavras certas para o momento certo.

Além das orações foram as palavras dos amigos que me mantinham em pé. Por mais cansado que estivesse nunca acreditei num desfecho triste. Mesmo no oxigênio, dei-lhe dois beijos na testa, me despedi dizendo que voltaria mais tarde. Sai com passos largos pelos corredores frios daquela clinica. Aos poucos fui acelerando e comecei a correr sem saber para onde. Nesse momento as lágrimas já corriam como eu, sem parar. Quis falar primeiro com a minha mãe para dizer-lhe que estávamos perdendo o nosso Eduardo. Não queria acreditar no que estava dizendo, mas disse. Queria sumir, queria acordar, queria morrer. Encontrei forças e o telefone dos amigos Nivaldo e Paulo e foi graças ao Paulo que me resgatou de onde eu estava. Não tem como não agradecer esse amigo que pode largar tudo que estava fazendo naquele momento para ir me buscar. Levou-me para sua casa e lá fiquei protegido e amparado. Sua casa virou a minha casa, a casa dos amigos. Aos poucos foram chegando um a um para chorarmos juntos e nos confortar mutuamente. Passei a noite ali, tranquilo como uma criança, depois de uma poção mágica do Paulo e das histórias do Nivaldo me fazendo adormecer.

Revoltei-me com Deus. Rezávamos toda noite e me senti abandonado. Sei que foi errado, mas fui chamado à razão pela querida Adriana quando me esclareceu que nossas orações haviam chegado a Deus, caso contrário poderia estar até hoje num sofrimento ainda maior naquela clínica. Fiquei cego no momento que não deveria.

O dia seguinte foi ainda mais difícil. Continuava não acreditando no que havia acontecido. Eu que tanto acreditava que pudéssemos sair daquela situação, que tinha tanta fé que sairíamos vitoriosos, chorei ainda mais por perceber que a realidade era outra. Felizmente os amigos estavam ali comigo, me amparando, me confortando. Muitos deixaram de lado seus afazeres para me abraçarem e essa sensação é boa demais, muito melhor do que palavras. Não convidei nenhum deles para aquela reunião, não havia bebidas, nem risadas, mas era uma prova concreta de que amigos realmente são para os momentos difíceis. Eu não gostaria de ter passado por essa prova para comprovar que tenho grandes amigos porque sempre soube. Graças a Deus.

Parabéns pelo dia de hoje meus amigos queridos!

segunda-feira, julho 19, 2010

19 de julho dia da caridade

A palavra caridade significa, originalmente, amor a Deus e ao próximo, mas ao longo do tempo acabou sendo identificados com a doação de esmola ou oferecimentos de roupas, gêneros, a indivíduos carentes ou a instituições. Nunca pensei em caridade quando fazia esses gestos. Sempre achei que fosse algo muito maior, mas não saberia explicar o que. Passei minha vida toda, ou grande parte dela sem pensar nisso, pra que não é mesmo? Bastava-me ser feliz e ponto final. Idiota que fui. Ser feliz apenas não é missão alguma para um ser humano. No grupo que estou frequentando atualmente ouço histórias grandiosas de pessoas que dedicam algumas horas de sua semana para ajudar o semelhante. Sinto que minha hora está chegando também. Nesta procura por me renovar estou cada vez mais convicto de que preciso praticar esse sentimento.

Envergonhado por não ter uma ação para contar nesse encontro com os novos amigos, voltei para casa e fiquei pensando na minha vida. Fui buscar nas minhas memórias e percebi que numa fase da minha estória eu havia me dedicado a esse sentimento sim, mas sem muito conhecimento do que estava fazendo, mas mesmo assim considero meu maior e único ato de caridade. Isso aconteceu nos anos 80, quando ainda na faculdade me inscrevi no Projeto Rondon. O Projeto Rondon, foi um bem-sucedido programa nas décadas de 70 e 80, com o objetivo de levar universitários para prestar serviços nas regiões carentes do País, principalmente nas áreas de educação, saúde e meio ambiente. Fui selecionado para fazer atividades recreativas num orfanato com crianças até sete anos durante o mês de fevereiro.
Como nada acontece por acaso, quis o destino que eu ouvisse uma palestra sobre uma parábola linda que só me fez crescer a certeza do que procuro neste momento.

Parábola do Bom Samaritano

Comecemos recordando que essa parábola foi contada por Jesus a um Doutor da Lei, que cumpria os mandamentos, e que, para provocar Jesus, lhe perguntou quem era o próximo que ele devia amar.

“Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram-no de feridas e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu, em seguida, que um sacerdote descia pelo mesmo caminho e tendo-o percebido passou do outro lado. Um levita, que veio também para o mesmo lugar, tendo-o considerado, passou ainda do outro lado. Mas um Samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, foi tocado de compaixão por ele. Aproximou-se, pois, dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou; e tendo-o o colocado sobre sue cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas e as deus ao hospedeiro, dizendo: Tende bastante cuidado com este homem, e tudo o que despenderdes a mais, eu vos restituirei no meu regresso.”

 
O ensino propiciado por Jesus Cristo nessa edificante parábola é dos mais significativos. Nele podemos apreciar o exercício da caridade despretensiosa, incondicional, em seu sentido amplo, sem limitações. O samaritano, era considerado herege e uma raça inferior pelos judeus, foi o paradigma tomado pelo Mestre para nos ensejar tão profundo ensinamento.

O grande mérito da parábola consiste em fazer evidenciar aos nossos olhos que, o indivíduo que se intitula religioso e se julga virtuoso aos olhos de Deus, nem sempre é o verdadeiro expoente de virtudes que julga possuir. Ensina aos outros como fazer caridade, mas ele nem de longe quer praticá-la.
O sacerdote que passou primeiramente, certamente atribuía a si qualidades excepcionais e se julgava zeloso cumpridor da lei e dos preceitos religiosos. Ao deparar com o moribundo, com certeza balbuciou uma prece em seu favor, mas daí até a ajuda direta a distância é enorme. O mesmo deve ter sucedido com o levita, homem da tribo sacerdotal.

O samaritano, considerado desprezível pelos judeus, mas cumpridor dos seus deveres humanos, não se limitou a condoer-se do moribundo. Chegou-se a ele e o socorreu da melhor forma possível, levando-o em seguida a um lugar de repouso onde o assistiu melhor, recomendando-o ao hospedeiro e prontificando-se a ressarcir todos os gastos quando da sua volta.

A caridade foi ali dispensada a um desconhecido, e quem a praticou não objetivou recompensa, o que não é muito comum na Terra, onde todos aqueles que praticam atos caridosos, logo pensam nas recompensas futuras, na retribuição e na a vida espiritual.

Pois é, a caridade não se restringe a dar esmolas, gêneros, roupas, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles, nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejamos nos fosse feito. Por isso Deus mandou que amássemos o próximo.





sábado, julho 17, 2010

Hoje é o Dia de Proteção as Florestas

De acordo com a ONU:

• O mundo já perdeu metade de suas florestas.
• As perdas florestais são mais significativas na Ásia, seguida pela África e pela América Latina.
• Os países desenvolvidos são os que mais contribuem para o reflorestamento.
• Contagem regressiva: se a destruição das florestas permanecer no ritmo que se encontra, dentro de cerca de 50 anos não teremos mais florestas tropicais originais.
• Entre 1988 e 1997, o Brasil perdeu 15 milhões de hectares de área florestal, principalmente por causa de desmatamentos para fins agrícolas.

Hoje é o Dia de Proteção as Florestas. Podemos pensar que se inventam uma data como essa é porque as coisas não estão nada boas para as florestas, mas na verdade, essas datas servem para que lembremos o nosso compromisso com a natureza. Temos que nos lembrar da importância de conservarmos nossas florestas. Temos que evitar que os desmatamentos acabem com a cobertura verde do nosso planeta. É nas florestas que vivem diversas espécies de animais e vegetais. A sua destruição causa erosão dos solos, degradação das áreas de bacias hidrográficas, perdas na vida animal e perda de biodiversidade. A destruição das florestas afeta, também, o clima, já que elas têm importante papel na manutenção da temperatura, nos ventos e no ciclo das chuvas

Em termos de diversidade biológica, o Brasil tem uma situação ímpar no mundo. Calcula-se que cerca de um terço da biodiversidade mundial esteja em nosso país, em ecossistemas únicos como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, os cerrados, áreas úmidas e ambientes marinhos, entre outros.

Só a Amazônia, o maior dos biomas (o bioma é o conjunto dos seres vivos de determinada área) da América do Sul, é metade das florestas tropicais do mundo, com valores altíssimos em termos de biodiversidade, além do enorme potencial genético.

Quando uma floresta deixa de existir, perdemos fauna e flora e isso pode provocar, ainda, o desequilíbrio da cadeia alimentar. Com as espécies carnívoras diminuindo, cresce o número de herbívoros, que podem vir a extinguir mais tipos de vegetais.

Ao invés de lamentar o trágico destino das florestas, escolhi este dia para informar rapidamente sobre elas e mostrar esse abraço carinhoso que Eu, Eduardo e Teresa demos nesse Baobá, que é considerada a árvore da vida.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

sexta-feira, julho 16, 2010

Rolinha da asa quebrada

Em março postei um tópico que dava notícias dos nossos filhinhos onde contava que um gavião havia degolado uma das rolinhas de asa quebrada que mantínhamos numa gaiola, deixando a outra sozinha e saudosa. Pois bem, no último dia 10 de julho morreu essa outra rolinha. Já estava conosco faz uns cinco anos, desde que foi atacada por um dos nossos gatos. Felizmente minha mãe conseguiu salvá-la, Edu ainda tentou por uma tala na asa dela, mas não teve jeito. Recuperou-se, mas nunca conseguiu alçar grandes voos, passou a viver engaiolada.

Nesse último dia 10 percebi que ela estava bem esquisita, mais agitada que de costume. Deu-me uma aflição tão grande e lembrei-me que o Eduardo sempre pedia para que de tempos em tempos tentássemos soltá-la para ver se ela conseguia voar. Conversei com minha mãe e acreditando que essa sua agitação fosse um pedido de liberdade, tentamos. Ela também tentou, mas infelizmente não conseguiu. Parecia ainda mais nervosa por não conseguir bater suas asas. Uma pena, teve que voltar para sua gaiola. No final da tarde minha mãe gritou desesperada ao ver a pequena rolinha completamente dura, morta no seu poleiro. Sem motivo aparente. Não conseguimos entender. Só posso acreditar que a solidão a matou. Acredito que ela estava de saco cheio de ficar pulando de um canto a outro naquela gaiola e queria se livrar dessa situação de qualquer jeito. Pena que não tenha sido de uma forma mais feliz, batendo suas asas, voando livremente.

Quando um dos gatos caçava e trazia uma rolinha para dentro de casa eu me revoltava, mas o Dr. Eduardo ria dessas situações e nos fazia acreditar que gatos são caçadores e trazem para seus donos a caça como um troféu. Nunca fui partidário dessa explicação, sempre achei uma maldade e batia neles quando teimavam em repetir essa cena. Pois foi isso que acabou fazendo dessa rolinha uma rolinha de estimação. Sempre bem cuidada e tratada com todo o carinho. O fato engraçado é que quando uma pessoa estranha vinha na casa da minha mãe e olhava aquela rolinha na gaiola, achava esquisito e ficavam penalizados, nos achando uns monstros por manter aquela ave tão comum enjaulada. Algumas pessoas, como o entregador de gás, ficava tão indignado com aquela situação que chegava a nos dar lição de moral, sobre aves presas em gaiolas. Enfim, mal sabia que ela só estava ali porque salvamos sua vida.










quinta-feira, julho 15, 2010

São Camilo de Lellis, protetor dos enfermos

Ontem foi dia de Camilo de Lellis, protetor do enfermos. Mesmo tendo passado, não custa lembrar sua bela história. Nasceu na Itália, em 25 de maio de 1550. Antes do menino nascer, sua mãe teve um sonho: viu o menino com uma cruz no peito, seguido de uma legião de jovens com o mesmo distintivo.

Quando criança, Camilo gostava muito de jogo e não da disciplina, do trabalho e do estudo. Aos 13 anos perdeu a mãe e aos 17 também o pai. Até os 25 anos viveu em batalhas. Desde a morte de seu pai, surgiu-lhe uma ferida no pé direito, que infeccionou, ferida profunda e incurável. Internou-se, então, no hospital de São Tiago de Roma, tendo que ajudar os enfermos. Mas devido ao seu temperamento foi expulso do hospital. No ano de 1574 se encontrava em extrema miséria, mendigando. Arrumou trabalho de ajudante de pedreiro na construção do mosteiro de capuchinhos. Sua conversão se deu a 2 de fevereiro de 1575, quando então declarou: "Miserável e infeliz que sou! Que cegueira a minha, a de não empregar toda minha vida em vos servir!"

Entrou para a ordem dos capuchinhos, porém, como a ferida no pé piorou, Camilo teve que voltar ao hospital São Tiago, agora, tornando-se um anjo da caridade. Seu diretor espiritual era, na época, São Felipe Neri. Devido a gravidade de sua ferida no pé foi considerado inapto pela ordem dos capuchinhos e compreendeu que Deus tinha outros desígnios para ele. Voltou ao hospital e juntamente com uns amigos formou um grupo de oração, pois achava que só a disciplina e vigilância do hospital não bastava para cuidar dos enfermos. Foi ordenado presbítero em 26 de maio de 1584. Fundou a companhia dos ministros dos enfermos: assistiam os doentes nos hospitais e nas casas, trazendo como lema "Rezar trabalhando e trabalhar rezando".

O Papa Sisto V reconheceu e aprovou a companhia e deu aos seus membros o privilégio de levar visível sobre o peito, uma cruz vermelha. O Papa Gregório XIV elevou a companhia à dignidade de ordem religiosa, com um quarto voto: assistir os doentes, mesmo acometidos de peste ou outras doenças contagiosas.

Camilo enfrentava muitas dificuldades. Além da chaga no pé, tinha uma hérnia inguinal, dois calos enormes na planta dos pés e cólicas renais. Nos últimos meses de vida, não lhe apetecia nenhum alimento, devido a um mal estar permanente. Depois de 22 anos de liderança, renunciou ao cargo de superior e sentiu-se livre para se dedicar inteiramente aos enfermos, sujeitanto-se obedientemente aos superiores sem querer nenhuma distinção.

Se foi modelo de enfermeiro, foi também exemplar como doente. Recolhido ao leito, obedecia aos médicos e enfermeiros. Ficou reduzido a pele e osso por se alimentar mal devido às náuseas, isso durante 30 meses. Pediu a unção dos enfermos em 10 de julho e morreu no dia 14 de julho de 1614. Foi oficialmente proclamado santo pelo papa Bento XIV e o papa Leão XIII o declarou celeste protetor de todos os enfermos.

Fonte: http://www.paroquiasantoantonio.org/

Oração a São Camilo de Léllis






(Protetor dos Enfermos - 14 de julho)

Piedosíssimo São Camilo que chamado por Deus para ser o amigo dos pobres enfermos, consagrastes a vida inteira a assistí-los e confortá-los, contemplai do Céu os que vos invocam confiados no vosso auxílio. Doenças da alma e do corpo fazem de nossa pobre existência um acúmulo de misérias que tornam triste e doloroso este exílio terreno. Aliviai-nos em nossas enfermidades, obtende-nos a santa resignação às disposições divinas, e na hora inevitável da morte confortai o nosso coração com as esperanças imortais da beatífica eternidade. Assim seja. São Camilo de Léllis, rogai por nós.

quarta-feira, julho 14, 2010

Para Não Vivermos Sós


Para não vivermos sós
Nós vivemos como um cão
Nos cercamos de rosas
Ou usamos uma cruz
Para não vivermos sós
Interpretamos um personagem
Amamos uma lembrança
Uma sombra, qualquer coisa
Para não vivermos sós
Vivemos a Primavera
E quando ela se vai
Esperamos pela próxima

Para não vivermos sós
Eu te amo e te espero
Assim tenho a ilusãos, de não viver só
Para não viverem sós
Algumas garotas amam garotas
E alguns rapazes
Se casam com rapazes
Para não viverem sós
Alguns têm filhos
Crianças
Que estão sós
Como todas as crianças

Para não vivermos sós
Construimos Catedrais
Onde os solitários
Se penduram numa estrela
Para não vivermos sós
Eu te amo e te espero
Assim tenho a ilusão
De não viver só

Para não vivermos sós
Fazemos amigos
E os reunimos
Quando vem as noites de aborrecimento
Vive-se para o dinheiro
Os seus sonhos, seus planos
Mas ele nunca são realizados
Um caixão à dois lugares

Para não vivermos sós
Eu vivo com você
Eu sou só com você,
E você é só comigo.
Para não vivermos sós
Vive-se como os que querem
Dar-se a ilusão
De não viver tão só
 
(Letra da canção Pour Ne Pas Vivre Seul)

domingo, julho 11, 2010

Tradicional Fondue do Recreio

Nessa época em que o tempo começa a ficar mais frio, nada melhor que uma reunião descontraída de amigos para desfrutar um fondue. E o fondue além de ser um prato ícone do inverno tornou-se do Recreio também, aquecendo e dando um clima perfeito para deliciosos encontros. Quando mudamos para o apto do Recreio, sempre foi nossa intenção poder compartilhar com os amigos a alegria de ter conseguido esse nosso espaço. A idéia sempre foi essa, de ter um lugar onde pudéssemos ter a casa sempre cheia de amigos para reuniões e festas. E assim surgiu o tradicional fondue do recreio, comemorado desde 2002.

Edu adorava receber e fazia tudo impecável para os amigos se sentirem bem. Mesmo a temperatura em queda do lado de fora, dentro o cenário era outro, a sala estava sempre aquecida não só pelo calor dos amigos, mas pelas chamas das velas, o vinho, cubos de filé mignon mergulhados em molhos cheios de sofisticação e frutas envoltas por chocolate derretido. Tudo isso numa mesa lindamente arrumada.

Seja qual fosse o fondue, o importante sempre foi à diversão, antes de ser um alimento, o fondue sempre resultou num encontro especial com amigos acomodados em torno da daquela pequena panela, desfrutando de momentos mágicos e com um gostoso sabor de inverno. Ao contrário de um churrasco, o fondue requer atenção, é próprio para ser degustado em ambiente aconchegante que permita a degustação sem pressa. Mas esse requinte só durava mesmo nas primeiras taças de vinho porque na sequência virava um churrasco mesmo, tamanho as gozações e brincadeiras com as coisas mais simples que possam imaginar, até mesmo com as trocas de garfos na panela. Mesmo sabendo qual é a cor do seu garfo, sempre tinha um que esquecia e pegava a do outro. Virava uma grande farra. Se há uma etiqueta para o evento, ela ia por terra com esses amigos.

Acho que esse é o momento mais legal de lembrar. A descontração de todos. Sempre fomos um grupo de amigos muito unidos, gostamos das mesmas coisas e os mesmos tipos de brincadeiras. Nunca houve um que se aborrecesse com uma brincadeira do outro. Eram risadas e mais risadas até altas horas da madrugada. Pareciam não ter fim as noites com tantas bobeiras. Quem ouvisse de longe com certeza iriam imaginar que ali estivesse um bando de adolescentes. Mas era apenas uma celebração de amizade. Gozadores é que não faltam nesse grupo. Nada passa despercebido. Por isso tínhamos sempre receio quando alguma pessoa pedia para levar um namorado(a). E nossa preocupação sempre tinha fundamento, porque aquele pobre cidadão virava ex depois de não sobreviver ao nosso encontro. O ideal é que se houvessem visitantes que se preparasse essa pessoa para ser o alvo das muitas gozações que seria vitima a noite toda. E foram grandes noites. Inesquecíveis noites. Todos os participantes passaram a ter um crachá de presença e uma foto com todo o grupo junto numa lembrança desse encontro. Lembranças que ficarão guardadas para sempre.

Tem certas coisas que não se aprende, a pessoa nasce com ela como, por exemplo, saber receber tão bem como Edu fazia. Não sei ser o anfitrião como ele era. Havia momentos que ficava parado, o admirando saborear sua taça de vinho, curtindo esse nosso encontro, atento para que nada faltasse. E nunca faltou. Agora vai faltar: a sua presença.

sexta-feira, julho 09, 2010

A vida não é filme.

Mais uma sexta feira e se não tínhamos nenhum compromisso, íamos direto para casa e depois do jantar, fazer o que a maioria da população faz, assistir TV. Nunca fomos vidrados em assistir televisão, mas com certeza era na programação das sextas feiras que estavam os dois programas prediletos do Eduardo: Globo Repórter e CSI.

Se o Globo repórter fosse sobre animais e alimentação alternativa então não tinha como tira-lo da sala. Claro que pela sua profissão, tinha um interesse especial sobre esses assuntos. Eu não tinha muita paciência para esses programas, mas assistia e a melhor parte era ouvir sua animação sobre querer experimentar tal produto porque era bom para “isso” ou para “aquilo”. Estava sempre disposto a provar coisas novas. Foi assim que conheci pela primeira vez as propriedades da linhaça. Passou a utilizar de várias maneiras no seu dia a dia. E o mais bacana disso tudo é que dividia com os amigos esse conhecimento e sempre dava as dicas. Tanto foi que convenceu até meu pai a usar a linhaça na comida.

Terminávamos a programação televisiva assistindo a série CSI. No começo não me entusiasmei com essa série, mas de tanto me forçar a ficar ao seu lado que me viciei também. Se ele me apresentou essa série, fui o responsável de lhe mostrar quem era Jack Bauer. Como Edu não conseguia acompanhar na Tv aberta devido ao horário e na tv a cabo porque era semanal alugávamos na locadora e assistíamos uma temporada inteira nos finais de semana. E foi gostando tanto que quando terminava uma, pedia para pegar a próxima, e a próxima, até que assistiu todas. Consegui a última temporada com um amigo do trabalho para que pudesse distraí-lo nos finais de semana já doente. A história desse nosso herói terminou no décimo primeiro episódio, pois a situação foi se agravando e não conseguimos mais assistir. Não havia como nos concentrar, nem nos envolver com as histórias. Sei que outra temporada já começou e fico pensando nele, não no Jack Bauer, mas no Eduardo.
 
Assim como nosso herói, Edu também corria 24 hs pensando no seu trabalho, em se dedicar apaixonadamente para cuidar dos animais. Preparava-se fisicamente para isso, com aulas de spinning, musculação e pilates. Diferente do Jack, que nem água bebe, Edu alimentava-se maravilhosamente bem. Só que esse meu herói foi derrotado no final. Fico desanimado quando penso nesse final. Poderia ter sido diferente? Onde? Em que capítulo? No capítulo cuidar e ser cuidado fizemos o nosso melhor, o que podíamos ter feito naquele momento.

Quando estamos bem, temos o hábito de falar para as pessoas que estão adoecidas se distraírem, lendo ou vendo TV. Até eu mesmo já disse isso para dar força a um amigo doente. Talvez não diga mais. Ou diga somente para aqueles que tiverem quebrado uma perna, um resfriado, enfim, uma doença que imaginamos ser corriqueiras. Por que se for uma doença séria e que requer internação, com certeza não direi. Passei por essa experiência e posso garantir que a cabeça não acompanha esse relaxamento que nos sugerem. Não conseguimos mais ter prazer nas atividades que antes fazíamos. Não conseguimos mais realizar outras atividades que não estejam relacionadas ao ficar bom. Ele não tinha posição para ficar, nem deitado e tampouco sentado. Então, como se distrair, como sorrir se algo está lhe incomodando. E se incomodava nele, em mim também incomodava. O esforço maior era acreditar que no dia seguinte seria diferente. Há uma situação de angustia muito grande pairando sobre nossas cabeças quando estamos num quarto de hospital. É um desgaste físico e emocional sem tamanho. E o desgaste emocional está muito próximo de sentimentos de solidão, saudade de um tempo vivido e tristeza por ter que enfrentar aquela situação. E essa situação serve tanto para quem está doente, quanto para quem cuida. Acompanhar a evolução da doença e o sofrimento de pessoas que amamos, são experiências impossíveis de abstrair para realizar outras atividades. Há um cansaço que nos consome, impedindo de praticarmos outras coisas que nos levam a distração. E mesmo que consigamos realizar uma simples atividade como ler um jornal, não significa que iremos nos desvincular da realidade que nos consome naquele momento.

As distrações são as conversas, os bate papos e histórias. Mas até mesmo essas conversas são relacionadas a assuntos que amenizem aquela situação. Parecemos um bando de alienados que não sabemos o que está acontecendo. Todos tentam poupar todos. E todos confiam. Assim como Scarlet O´Hara em “E o “Vento levou”, eu também acreditava que "amanhã será um outro dia”. Eu só pensava na melhora que viria com o dia seguinte. Não se conversa sobre o que estamos passando naquele instante, o papo é todo superficial. A conversa seria fica dentro de nós.

Não há como não estar doente e internado junto com a pessoa que amamos. Podemos não sentir o que a pessoa está sentindo, mas o fato é que adoecemos também. E fazemos um esforço para não deixar transparecer essa nossa doença, mas infelizmente esse esforço não se traduz em coisas práticas como, por exemplo, arrumar algo para distrair as cabeças. Tanto eu que gosto de tantas coisas, como Edu, que é calmo e tranquilo, não conseguimos ser os mesmos de antes. Adoecemos e nossos pensamentos viajavam entre o retorno ao passado, e da incerteza que estava por vir. O único filme que víamos não foi o escolhido por nós, são aqueles que involuntariamente povoavam as nossas cabeças a todo instante. Olhar o companheiro do passado, a pessoa amada com quem podia contar com quem podia dividir os problemas, ali, inerte numa cama, sem poder fazer nada, é desesperador. E há que se fingir esse desespero, não tem como demonstrar que esta perdendo as forças. Mas tem uma hora que perdemos essa força e não vai aparecer herói algum que possa nos tirar de uma situação como essa. Como diz a música do Paralamas do Sucesso, “a vida não é filme, você não entendeu...” Aprendi que não há fórmulas para cuidar e ser cuidado quando estamos com uma pessoa hospitalizada. Resta-nos apenas rezar.