domingo, fevereiro 27, 2011

Marchinha do bode preto


Todas as marchinhas carnavalescas falam do cotidiano da vida das pessoas. Pelo menos vendo as letras de todas percebe-se o olhar atento dos compositores pela vida das pessoas e as mudanças ocorridas no país.

Meu avô não foi tão longe, sua inspiração para escrever sua primeira marchinha veio de um bode que apareceu em nossa rua e provocou uma grande confusão. Principalmente para o Zé da Selma que vendia doces em frente à escola. Basta ler a letra para tomar conhecimento de toda a estória. E é desse cotidiano que trata essa marchinha tão divertida que o Velho Flávio adorava cantarolar. E ainda serviu para o bloco da nossa rua que nunca saiu.

“O bode preto da projetada

Gosta de doces e dá cabeçada

Ele foi na barraca do Zé

Comeu o doce e ainda deu olé, Béee.

O bode não tinha chifre não

Ele jogou a barraca no chão

O Zé sentou-lhe a mamona

Porque ele comeu pastel e jogou fora o caroço da azeitona

O bode tinha um topete

Comeu o doce e ainda fez bola de chiclete

O Zé ficou estupefato pegou o bode e varejou no mato"

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Estréia no grupo Especial

 
Depois da estréia da ala no Arrastão de cascadura, no ano seguinte meu irmão conseguiu levar a ala para o Arranco do Engenho de Dentro já que a escola havia subido para o grupo especial. Em 1989, o Arranco abre o desfile do Grupo 1A, atual Grupo Especial, fazendo um desfile empolgante e de alto nível, com o enredo ”Quem vai querer?”.

Meu irmão estava muito feliz com a ala e chegou até levar uma garrafa de champagne para brindar a estréia no grupo especial. Mas como era novato na escola, teve que dividir a ala com outro Presidente, que não quis fazer a fantasia na mesma costureira que a nossa e sendo assim a diferença entre a roupa vestida pelos nossos componentes e a do outro Presidente era enorme. Por esse motivo meu irmão não queria que eles viessem na frente da ala o que acabou provocando uma grande confusão. Por pouco os dois não partiram para a briga. No fim todos se misturaram e não houve divisão alguma.

A fantasia da ala chamava-se supermercados Brasil e lembrava uma sacola de compras e na cabeça havia moedas e faixas com preços. E o fato engraçado e constrangedor é que embora a fantasia estivesse realmente mais bem feita que a do outro, a nossa tinha um problema sério de acabamento no chapéu. As placas estavam se soltando do arame e muitos ficaram sem. Meu pai preocupado com isso saiu enfaixando as placas que ameaçavam descolar com fita crepe, quase que mumificando todos eles, impedindo que se entendesse o que representava o chapéu. Uma vergonha. O bom é que todos brincaram e felizmente ninguém tomou para si a primeira posição, pois nenhum dos dois tinha condições realmente de se sobressair mais que o outro. Ambos falharam e assim foi nossa estréia no grupo especial: caímos junto com a escola.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Nossa primeira ala


A primeira ala que tivemos foi através de um convite de um amigo do meu irmão que era carnavalesco do Arrastão de Cascadura. Como precisava aumentar o contingente de componentes para contar a história da atriz Zezé Mota que era o enredo da escola no ano de 1989, ele deu um figurino para que meu irmão montasse uma ala. Não tínhamos a mínina noção de como fazer. E como era uma roupa bem simples aceitamos o desafio. Quem confeccionou foi a Sonia Maria, mas todos acabaram dando a sua contribuição na montagem. Mesmo sem experiência nenhuma, mas com muita vontade conseguimos botar um bom grupo na avenida para essa estréia. Basta ver o vídeo que postei para perceber como todos se divertiram muito.

A diversão foi ainda maior porque mesmo o samba sendo muito bonito, ninguém sabia cantá-lo e só isso já era motivo suficiente para boas gargalhadas. Muito mal aprendemos o refrão e alguns componentes nem isso, como foi o caso do meu tio Odilon, que aproveitava para cantar o refrão de outro samba, substituindo a letra:

Seu talento corre mares, corre chão

É Zezé nos braços da multidão

Por:

Didi, Zezé, Mussum e Zacarias





segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Assistindo aos desfiles pela primeira vez


Cresci ouvindo histórias dos meus pais sobre os desfiles das escolas de samba que eles iam assistir todos os anos. E da alegria e euforia quando começaram a assistir de dentro da pista de desfiles depois de uma confusão nas arquibancadas que os forçou a pular para a pista. Gostaram tanto da proximidade com a escola que a partir desse ano passaram a fazer mil artimanhas para poderem ficar na pista. E eram tantas situações que passavam para realizar esse desejo que muitas vezes eu mesmo desconfiava das histórias contadas, mas finalmente quando fiz 15 anos pude comprovar a veracidade de tudo que contavam. Fui assistir pela primeira vez com eles e depois de inventar que estavam importunando minha mãe nas arquibancadas, pulamos para dentro da pista com o auxilio de um dinheirinho para os fiscais. Depois do nervosismo inicial, achando que tínhamos cometido o maior dos crimes, procuramos um lugar não tão visado assim e finalmente pude relaxar e admirar o belo espetáculo que se passava na minha frente. Fiquei maravilhado com a proximidade das pessoas fantasiadas, das alegorias, dos artistas, da decoração, enfim, tudo. Uma emoção maravilhosa. Vi pela primeira vez um desfile da minha escola, cantando “Brasil, Berço dos Imigrantes” na voz do saudoso Roberto Ribeiro. Já era dia quando o Império entrou e fiquei emocionado. Nunca vou esquecer esse dia, pois tenho certeza que foi a partir daí que o vírus do carnaval me invadiu por completo.

Resolvi que ia fazer como meus pais e assistir aos desfiles todos os anos. Na verdade combinamos eu, meu irmão e minha prima Magali. Só que para se comprar ingressos naquele tempo não era nada fácil. Era vendido nas bilheterias no maracanã e formavam-se filas imensas já na madrugada. E lá fomos nós com cadeiras de praia, biscoitos e água. Mas infelizmente a desorganização era de dar arrepios e quando o dia amanheceu já não havia fila alguma. Era uma multidão aglomerada tentando entrar no curral das bilheterias. Uma verdadeira torre de babel, um empurra empurra sem fim. As rádios anunciavam essa confusão e minha mãe partiu para lá para tentar nos resgatar. Nem mesmo a policia conseguia por ordem naquele tumulto. Meu irmão e Magali desistiram, eu me mantive firme e me aproximava cada vez mais da bilheteria, mas minha mãe conseguiu me localizar e me retirou da fila com medo de ser pisoteado já que a situação se agravava a cada instante. Uma frustração imensa, uma tristeza e um cansaço.

No ano seguinte mais uma tentativa, só que comprei arquibancadas de turistas, eram mais caras, mas também era fácil de comprar, e tinham lugar marcado. E assim fui sozinho assistir aos desfiles. Não tinha o mesmo glamour de assistir da pista, mas mesmo assim me sentia feliz por estar vendo todas as escolas. E precisava registrar aquele momento, por isso levei minha máquina xereta com vários filmes de 36 poses. Não me importava nem um pouco se a foto iria sair distante já que não havia zoom, nem flash. Técnica era o que menos importava naquele dia, somente a emoção. O importante é que eu estava feliz e queria muito registrar essa noite incrível que estava vivendo, ainda mais sozinho sem meus pais por perto. Se não fosse pela minha máquina xereta da Kodak eu não teria como comprovar que estive assistindo ao carnaval de 1980, um carnaval marcante na minha vida de adulto.



sábado, fevereiro 19, 2011

Desfilando pela primeira vez


Começamos a freqüentar a quadra do Império Serrano no ano de 1980, mas somente em 1982 resolvemos desfilar. Não tínhamos a mínima noção como proceder. Na quadra havia uma faixa com o telefone de uma presidente de ala e assim fomos para o morro do Cajueiro onde eram feitas as roupas. Acertamos o pagamento e ai foi só esperar pelo grande dia. O enredo falava sobre as transformações que as escolas de samba atravessavam e era o samba mais cantado na época, mas como a escola vinha de uma péssima colocação no ano anterior, ninguém a considerava favorita ao título. Como sempre, o Império estava desacreditado.

Quando pegamos a roupa já foi uma sensação de euforia incrível. Senti-me a pessoa mais importante do mundo porque ia fazer parte dessa festa grandiosa que é o carnaval. A alegria era enorme, e olha que a roupa nem era tão bonita. Íamos representar os africanos, uma brincadeira com a fantasia que Joãozinho trinta havia eternizado na Beija Flor.

Era uma época que as escolas não tinham horário certo para entrar na avenida nem tempo para desfilar, por isso havia atrasos imensos. O Império seria a ultima escola, mas bastante ansiosos fomos de madrugada para a concentração e sentir esse clima bem de perto. Não dava para disfarçar o nervosismo. Mesmo tendo 18 anos, fomos acompanhados pela minha mãe e minha avó por que concentração de escolas de samba era vista como local de drogados. Estávamos felizes da vida, o coração parecia saltar pela boca. Uma sensação indescritível aquele ambiente onde ficávamos admirando as fantasias das outras alas, as alegorias, tudo nos chamava atenção, mal dava para acreditar que estávamos ali fazendo parte do enredo que a escola iria contar na avenida. Um sonho que enfim ia ser realizado. Nem mesmo a demora nos deixou chateados. E foi tanta que o dia clareou, e a escola entrou na avenida com um sol de meio dia na cabeça dos componentes.

Mas nem mesmo essa situação diminuiu o entusiasmo da escola, pelo contrário, só deu mais garra para cantar o famoso samba “Bum bum paticumbum prugurundum” que além de bonito tinha um refrão que envolveu a todos. Um verdadeiro sacode que nos consagrou como campeões do carnaval. Uma vitória muito marcante para quem pisava pela primeira vez na avenida. Fomos pé quente. Uma sensação que não dá para explicar, só mesmo quem veste uma fantasia, vibra com a queima de fogos, sente o coração acelerar quando a bateria toca, sabe como é.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Triângulo amoroso do carnaval

Antes de pularem Carnaval em bailes com confetes e serpentinas, estes três personagens eram protagonistas de tramas teatrais com forte apelo social.

Eles surgiram e ganham destaque na Commédia dell art, gênero de teatro italiano nascido no século XVI. O triângulo amoroso dos três serviçais servia de pano de fundo para ridicularizar pelas ruas os poderosos da época e trazer alegria a população mais inculta da época.

Pierrô: ou Pedrolino, mas na França do século XIX foi batizado de Pierrot e foi com este nome que ficou conhecido o mais pobre dos serviçais, que de tão paupérrimo, vestia roupas de sacos de farinha, tinha o rosto branco e não usava máscara. Depressivo, vivia suspirando pelo amor de Colombina, era sempre o alvo das piadas em cena, não obstante, sua caracterização inspirou palhaços de circo.

Arlequim: era o serviçal preguiçoso e insolente, além de ter um espírito de porco, tentava convencer a todos de sua ingenuidade e estupidez. Debochado, infernizava a vida dos demais personagens pregando nestas peças, depois usava sua esperteza nata para escapar das confusões. Sua roupa de Losangos coloridos eram uma de suas marcas.

Colombina: tão bela e refinada quanto sua ama, filha do Patrão Pantaleão, ela era o pivô do triângulo amoroso, de um lado o enamorado Pierrô, e de outro, o malandro Arlequim que foi conquistado com a dança e canto da graciosa serviçal. Ela namorava o inocente Pierrô, e o traia com o esperto Arlequim.

Todos sabem que o Carnaval não nasceu no Brasil, mas foi aqui que ele encontrou condições para exaltar-se como festa popular e os três personagens do Carnaval dos primórdios tem espaço garantido em qualquer baile.


Marcha de 1935
Composição: Noel Rosa e Heitor dos Prazeres

Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim


terça-feira, fevereiro 15, 2011

O cabeção do negro

Desde pequeno não havia um dia de carnaval que não íamos brincar no centro da cidade. Praticamente a família toda ia para ver as alegorias e brincar o carnaval na Avenida Rio Branco. Se as escolas de samba do grupo especial tinham a passarela principal para o desfile, era na Rio Branco que as pequenas escolas desfilavam. E para aqueles que não podiam assistir aos desfiles principais, ali tínhamos a chance de ver as escolas bem de perto. E não só assistir, mas tocar nas alegorias que eram abandonadas no final do desfile, na Cinelândia. Era o momento que todos tinham a chance de subir nas alegorias e tocar nas esculturas. Uma diversão para as crianças e para os adultos peças para serem saqueadas.

Foi o nosso caso, mas não por culpa dos meus pais e sim pela minha insistência. Apoderei-me de uma alegoria que havia esculturas de negros e uma estava praticamente solta, só precisando de mais um empurrãozinho para desprender da base totalmente. Sem imaginar como carregar aquela enorme cabeça de negro, meu pai fez a nossa vontade e a trouxemos para casa.

Meu pai tinha um opala nessa época e colocamos a cabeça no porta malas, mesmo tendo que amassar o nariz do negro. Foi uma alegria imensa essa volta para casa. Como se tivéssemos um objeto valiosíssimo. Não importa, para mim realmente era uma peça de grande valor e o melhor de tudo é que era nosso.

Na verdade esse cabeção veio a ser de todos e fez a festa de vários carnavais no quintal de Vaz Lobo, principalmente no de 1976. Gosto muito dessa foto, mas há um mascarado nela que não sei mesmo de quem se trata. Será que alguém saberia me responder?

domingo, fevereiro 13, 2011

Uma foto e um guarda chuva

Se gostamos de carnaval, devemos isso a nossos pais. À noite eles iam assistir aos desfiles das escolas de samba e durante o dia, minha mãe nos levava para ver os blocos, ao carnaval no centro da cidade. Quando voltávamos para casa, ela só tinha tempo de tomar um banho e sair para a folia com meu pai. Esse era nosso ritual carnavalesco. Durante minha infância e juventude foi todo assim. Essa foto é uma recordação de grande valor dessa rotina carnavalesca, além de engraçada, ela traz algumas curiosidades de uma época distante.

Nesse ano foi feita uma fantasia para os componentes do bloco da nossa rua e meu irmão estava todo feliz com a sua e queria muito tirar uma foto. Insistiu tanto que minha mãe matou sua vontade chamando um fotógrafo. Mas essa foto só foi retirada após o carnaval. Era um tempo que não havia máquinas digitais por isso a dificuldade de saber como estaria a foto. O fato é que o maior interessado em aparecer simplesmente não aparece. Por algum problema na revelação ou na iluminação do local impediu que meu irmão pudesse ser visto com nitidez. Uma tristeza para todos nós e para ele, que ficou bastante chateado.

Antes desse fato, outra história engraçada aconteceu envolvendo o personagem mascarado com fronha de travesseiro na cabeça. Nós pegávamos na praçinha de Vaz Lobo o ônibus 347 (Vaz Lobo - Tiradentes) e soltávamos na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Entravamos pela rua da carioca para chegar a Av. Rio Branco, onde os blocos desfilavam. Nesse momento começou a chover forte e fomos nos abrigar debaixo de uma árvore e qual nossa surpresa ao olhar para os galhos da árvore e descobrir um guarda-chuva em perfeito estado. Não sabemos o motivo que levou alguém esconder aquele chapéu ali, mas a partir daquele momento ele passou a ser nosso e nos protegeu da chuva, além de compor da fantasia do mascarado. Nessa foto está meu irmão, minha mãe, eu e o mascarado. Alguém da família saberia dizer quem seria ele?

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Força nas adversidades.

Não fique preocupado meu querido, nem triste com as pessoas que você acreditava serem justas. Fique bem porque vai dar tudo certo. Posso passar mais dificuldades que tenho passado, posso mesmo ir ao fundo do poço, mas com certeza vai chegar uma hora que sentirei suas mãos me amparando. Confio em você. Deus nos protege.

As dificuldades vão passar. Surge um lindo sol quando as nuvens passam.

“Sede caridosos para com todos. Esforçai-vos para não vos preocupar com aqueles que vos desprezam. Deixai a Deus o cuidado de toda justiça, pois a cada dia, em seu reino, ele separa o joio do trigo”

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Fala Lombardi!

Cresci tendo dois tios palhaços, ou dois palhaços como tios. Palhaços no sentido de fazer brincadeiras o tempo todo. Eram irritantemente brincalhões e talvez por isso fossem tão queridos. O mais palhaço de todos era o Lincoln, mas que não tinha limite para saber o momento de parar com as brincadeiras. O outro era o Odilon vulgo Lombardi, que sabia exatamente onde podia ir para ser engraçado.

Sempre foi o tio dos cabelos claros, era aquele que desfilava no Boêmio de Irajá e que gostava de carnaval e de desfilar conosco nas primeiras alas que meu irmão colocou em escolas de samba. Além de alegre, é muito prestativo e atencioso. Hoje em dia não chega a ser mais aquele tio sacana de quando era pequeno, mas continua tendo bom humor.

Dos tios homens acho que é o que mais se parece com o vô Flávio. Não na aparência, mas nos gestos, em ações, pois ainda o vejo sentando no calcanhar ouvindo radio de pilha. Existe gesto mais “Vovô Flávio” que esse? Hoje está ficando mais velho e estaremos irradiando as melhores vibrações para ele.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Lanches do nosso barracão

Com a proximidade do carnaval, o trabalho aumenta e estamos sempre com pressa. Mas nem por isso deixamos de dar uma paradinha para o lanche da tarde; o famoso lanche do barracão. Famoso porque quando ainda não há muito trabalho, os lanches são incrementados, com bolos, pizza, mixto quente, sorvetes etc. Mas quando o volume aumenta, nem sempre temos tempo para uma mesa farta. Mas não importa a qualidade do lanche, o importante é a parada para descansar e descontrair, mesmo que fosse somente para tomar um café com pão. O gostoso é a farra, com todos sentados em volta da mesa, conversando, rindo. Até mesmo quem não coopera nos trabalhos do barracão aparece nessa hora.

Na maioria das vezes é minha mãe e a Sonia Maria quem prepara alguma novidade para o lanche, mesmo no meio de tantas costuras para fazerem. A Márcia também traz alguma das suas especialidades, e a Solange seus doces. E Edu muitas vezes também foi o patrocinador desses lanches, saindo para comprar pão doce, bolos, pizza e refrigerantes. Não abria mão do café na sua caneca com pão sem miolo.

Pois eram assim nossos lanches, apetitosos e divertidos. Hoje estão meio caídos, não apareceram ainda muitas variedades na mesa, mas isso não é importante, o que mais me deixa feliz é a parada para descansar, é o falatório de todos ao mesmo tempo, as bobagens que são ditas e as risadas.

domingo, fevereiro 06, 2011

Ensaio técnico.




Mesmo sob as benções do poeta e enredo do Império em 2011 Vinicius de Moraes, a escola do Serrinha não conseguiu fazer um bom ensaio na noite deste domingo. No seu segundo carnaval consecutivo no Grupo A, o Império apresentou problemas em harmonia e mostrou uma evolução um pouco arrastada em alguns momentos. A bateria de mestre Gilmar foi o destaque num dia não muito iluminado quando se comparado a grande e extensa história do Império Serrano. Outro destaque foi o bom contigente que a escola trouxe para seu ensaio na Marquês de Sapucaí. Os "imperianos de fé" compareceram em peso.

O samba-enredo do Império não rendeu ainda mais por se tratar da obra, considerada uma das melhores do Acesso. O canto dos componentes foi irregular em diversos momentos. Algumas alas apresentaram muito animação, mas outras apenas pareciam "passar" na Avenida. Faltou a animação. Nada de "mão pra cima", ou um estilo "micareta" que algumas escolas estão seguindo. O que faltou no Império foi a alegria.

No início do desfile, a comissão de frente fez uma apresentação simples na primeira cabine. É provável que a coreografia principal tenha sido guardada para o desfile principal. O grupo comandado por Gabriel Côrtes, que teve sua última passagem pela Unidos da Tijuca em 2007. A comissão de frente representará "Os Cavaleiros Úrias, os prisioneiros da Lua" da poesia "A Legião dos Úrias" de Vinícius de Moraes.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira apresentou algumas falhas durante seu ensaio. Andrea Machado e Sandro Avelar estreiam este ano na escola no posto principal. Na primeira cabine de jurados, a bandeira da porta-bandeira enrolou duas vezes. Os dois não estavam tão soltos talvez pelo nervosismo do ensaio. Na terceira cabine, o casal foi melhor, mas fizeram uma apresentação ainda um pouco lenta. No entanto, Andrea e Sandro ainda têm tempo para aprimorar a dança e conseguir as notas dez no quesito.

Quem não precisa melhorar, pois como diz o ditado" estraga, é a bateria do Império Serrano. "Redonda", mestre Gilmar comandou pelo segundo ano seguido os ritmistas da escola. A bateria fez uma longa paradinha do refrão principal até a primeira parte do samba. Mesmo com a saída de Átila, a sinfônica imperiana mantém o padrão de qualidade e continua no quadro das melhores baterias do carnaval carioca.

O Império Serrano volta à Avenida na madrugada de domingo, dia 6 de março, quando faz seu desfile com o enredo "A benção, Vinícius", do carnavalesco Alexandre Colla. Com uma nova direção desde o carnaval de 2010, a escola precisa melhorar bastante se quiser voltar ao Especial. O Império precisa de sua comunidade e da força dos componentes para conquistar o campeonato. Uma boa evolução e harmonia podem apagar os problemas financeiros da escola. O Império é maior que isso tudo.

Comentário extraído do site http://www.carnavalesco.com.br/
Ramiro Costa
Carnavalesco
07/02/2011 01h20



sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Lembranças dos amigos para o Eduardo.

O Ano não passou rápido como muitos pode pensar, ele foi terrivelmente arrastado. Muitas vezes senti como se um membro havia sido cortado. E doía tanto que parecia dor física. Perdi a parte mais importante de mim. Perdi e passei meses julgando que seria impossível viver sem o que perdi. Todos perdem um dia. Não é fácil, mas ninguém disse que seria. Foi uma prova difícil, mas com a fé me transformando e com meus amigos me impulsionado, consegui chegar até aqui.

MEU QUERIDO ZÉ CARLOS,
TENHO UM CARINHO MUITO GRANDE POR VOCE, SAIBA QUE PODE CONTAR COMIGO PARA CONVERASAR, DESABAFAR, ENFIM NO QUE FOR PRECISO, EU TB TENHO MUITAS SAUDADES DELE. UM FORTE ABRAÇO E FIQUE EM PAZ,

ROGERIO

Meu amigo,
ontem mesmo vi na agenda que hoje completaria um ano da partida do Edu. Uma data que marca muitas coisas mas acima de tudo uma data que marca o renascimento.
Sabemos e cremos que ele está bem. E por isso rezo um Pai Nosso e uma Ave Maria por ele.
Fique com Deus!
Bjs

Eveline Gomes Ferreira


Grande Zé!
Tenho a certeza de que o Eduardo está num local de ensinamentos, acolhimento e paz.
Que estejamos sempre enviando pensamentos positivos para a sua plena harmonia e equilíbrio.
Conte comigo...
[]s Cadu

Zezinho,
Fiz uma oração para o Edu. Tenho certeza que ele está sendo bem cuidado.
E pra vc, muita luz, paz e força.
Um beijão de sua amiga,

Lu


É Zé, o tempo passa rápido. Nessas horas até que é bom. As feridas vão cicatrizando e vão ficando as marquinhas, que nesse caso se chamam saudade, vazio, aperto no coração, ... Mas Deus sabe o que faz e a gente confia nEle.
O Eduardo está bem e um dia vamos estar todos juntos de novo.

Mil beijos,
Vera

Oi, Zé Carlos,
Deves estar sentindo a mesma emoção confusa que eu senti quando completou um ano da morte da minha mãe.
Um sentimento de dúvida porque pareceria impossível viver sem minha mãe e sobrevivi, estou viva mesmo sem ela.
Como consegui viver sem ela? Ela era a parte mais importante na minha vida e eu a perdi. Tive que aprender a mudar de vida, e ver que a vida continua, que a gente não morre quando quer morrer.
Espero que você esteja bem, envolvido com o Carnaval, e que se divirta porque nós sobramos na terra, e temos que viver até quando chegar a nossa hora. Tentar ser feliz ao máximo, aproveitar tudo.
Um grande abraço
Teresa

Ólá Zezinho, como vai? quanto tempo?
a oração já venho fazendo há mto tempo, mas com certeza ele estará sempre em nossos corações.
bjs com saudades.

Janaina Guerra

Olá meu querido.
Realmente hoje pensei muito em você, eu e Nivaldo comentamos o ocorrido a um ano atras.
Mas temos que pedir a Deus que ilumine o caminho dele, dando luz para o seu progresso espiritual e que ele peça por nos a Deus, dando-nos conforto e resiguinação.
Um grande beijo
Paulo

Oi Ze Carlos,
Eu havia guardado o dia 3 na minha agenda mental e estava pronta para te telefonar a noite...  Mas o importante e que tenho pensado muito nele e em voce e que voces estao sempre nas minhas orações.
Que Deus continue te dando forças.
Beijo e abraço apertado,
Adriana














quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Um ano de saudades!

Dignai-vos, Senhor, meu Deus, a acolher favoravelmente a prece que vos dirijo pelo Espírito do Eduardo; fazei-lhe sentir vossas divinas luzes e tornai-lhe fácil o caminho da felicidade eterna. Permiti que os bons Espíritos levem até ele minhas palavras e meu pensamento.

Tu, que me foste tão querido neste mundo, escuta minha voz que te chama para te dar uma prova da minha afeição. Deus permitiu que tu fosses libertado primeiro; eu não devo me lamentar, seria egoísmo; seria ver-te, ainda sujeito às penalidades e aos sofrimentos da vida. Espero, com resignação, o momento de nos juntarmos no mundo mais feliz onde tu chegaste antes.

Sei que nossa separação é apenas temporária, e , por mais longa que ela possa me parecer, sua duração se apaga diante da felicidade eterna que Deus promete aos eleitos. Que sua bondade me preserve de fazer algo que possa retardar esse instante desejado, e que assim me poupe a dor de não te encontrar ao sair de meu cativeiro terreno.

Como é doce e consoladora a certeza de que há entre nós apenas um véu material que te oculta à minha vista! Que podes estar aqui, ao meu lado, a me ver e a me ouvir como antigamente, e melhor ainda que antigamente, que não me esqueças mais e que eu mesmo não te esqueça; que nossos pensamentos não parem de se confraternizar, e que o teu me siga e me sustente sempre.

Que a paz do Senhor esteja contigo!

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO!

O padre de uma igreja decidiu observar as pessoas que entravam para orar.
A porta se abriu e um homem de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor central.
O homem se ajoelhou, inclinou a cabeça, levantou-se e foi embora.
Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia.
Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado uma marmita.
A curiosidade do padre crescia e também o receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e perguntar o que fazia ali.
O velho homem disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que se chamava Jim.
Disse que o almoço havia sido há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para orar, que ficava apenas alguns momentos porque a fábrica era longe dali.
 
E disse a oração que fazia:

"Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em você todos os dias.

Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando."

O padre, um tanto aturdido, disse que ele seria sempre bem-vindo e que viesse à igreja sempre que desejasse.
'É hora de ir' - disse Jim sorrindo.
Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.
O padre ajoelhou-se diante do altar, de um modo como nunca havia feito antes.
Teve então, um lindo encontro com Jesus.
Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho homem...

'Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias.

Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.'

Certo dia, o padre notou que Jim não havia aparecido.
Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por ele e descobriu que estava enfermo.
Durante a semana em que Jim esteve no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Sua alegria era contagiante.
A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como Jim não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes... Nada!
Ao encontrá-lo, o padre colocou-se ao lado de sua cama. Foi quando Jim ouviu o comentário da enfermeira:

- Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!!

Parecendo surpreso, o velho virou-se para o padre e disse com um largo sorriso:

- A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz:

'Eu vim só pra lhe dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir sua oração e penso em você todos os dias.

Agora sou eu quem o está observando... e cuidando! '

Jesus é sempre o melhor amigo.