segunda-feira, junho 25, 2012

Escova, bonés e cueca

Não consigo me desfazer de alguns objetos do Eduardo, um deles continua na pia do banheiro, intocável; seu pente e sua escova de cabelos. Quem o conhecia sabe que levava essa escova para todos os lados, ficava dentro do porta luvas do carro para que pudesse ajeitar seus ralos cabelos. Tinha essa mania. Uma coisa que sempre o incomodou e o preocupou foi de ficar careca e por isso fez de tudo para cuidar para que isso não acontecesse, fazendo desde implante até remédios, passando por xampus e cremes. E Essa escova tinha papel especial, pois dava o toque final para colocar seu topete no formato que ele gostava. Era uma companheira inseparável.

É também no banheiro, mais precisamente atrás da porta que está à cueca que gostava de dormir e de ficar em casa. Lembro exatamente quando a tirou para se vestir para ir para Nova Iguaçu e nunca mais retornar. Ela continua lá do mesmo jeito, posso até sentir seu cheiro se fechar bem os olhos. Sempre digo que hoje vou tira-la de lá e guardar, mas acabo desistindo não sei por quê. Fico empurrando para o dia seguinte e assim ela continua até hoje ali, junto da sua coleção de bonés.

Uns já distribui, outros continuam ali pendurados, usados somente por ele. No sol não saia sem porque se preocupava justamente em não queimar a careca. Sei que vai chegar o momento de me desfazer desses objetos, mas por enquanto eles vão continuar onde estão, pois não me incomodam nem um pouco lembrar cada momento que usava cada um deles.


terça-feira, junho 19, 2012

Fazenda Ponte Alta

Eu e Eduardo abraçados ao Roberto, nosso querido Barão de Mambucaba

Li num anúncio sobre a Fazenda Ponte Alta e combinamos passar o feriado de sete de setembro lá. Depois que ele saiu da clínica fomos para Barra do Piraí, onde se localiza a fazenda. No caminho o Eduardo recebeu uma ligação da Carla, veterinária que havia lhe substituído naquela sexta feira. Um problema numa cirurgia o fez voltar para a clínica para ajudá-la. Eduardo era assim, um cara completamente voltado para dar o seu melhor pelos animais. Não havia desculpas para ele. Tudo resolvido e por volta das 22hs retomamos o caminho da Fazenda. Tivemos que ligar para avisar que chegaríamos tarde e mesmo assim fomos recebidos com um jantar por volta da meia noite, somente nós dois.
Se a Fazenda já nos impressionou a noite, pela manhã é ainda mais grandiosa, uma típica fazenda do ciclo do café que ainda mantém preservada toda sua estrutura, como a senzala, o engenho, rodas d´água, capela, terreiro de café... um lugar para relaxar mas também para viajar nesse tempo. É um lugar bastante acolhedor e isso sentimos de cara com as pessoas que fazem desse lugar um lugar mágico. Quem nos recebe é o Barão de Mambucaba que num belo sarau nos conta toda a história do lugar. Impossível não se apaixonar pela Fazenda, quer seja fazendo belas caminhadas, tomar banho de açude, andar a cavalo ou simplesmente aproveitar as deliciosas refeições servidas em baixelas de prata, como nos áureos tempos dos barões do café.
Voltamos lá por outras três oportunidades, mas uma vez sozinhos, outra vez com meus pais e a última com a amiga Cássia. E com muita alegria que desejo muitas felicidades para todos que nela trabalham para manter essa atmosfera bastante acolhedora. Parabéns!


sexta-feira, junho 15, 2012

A SEMEADURA

Um fazendeiro todos os anos ganhava um Prêmio de Qualidade pelo excelente milho que colhia e levava ao festival do milho. Um repórter decidiu fazer uma matéria sobre o assunto e acabou aprendendo algo interessante sobre o cultivo de milho. Quando o fazendeiro lhe contou que sempre dava de sua melhor semente para seus vizinhos, ele perguntou:

- Mas, eles estão competindo com você! Porque lhes dar da sua melhor semente?

- Por causa do vento! O vento nos conecta. O vento leva pólen de um campo a outro. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará a qualidade de meu milho. Se eu quero cultivar milho bom, tenho que ajudar meu vizinho a melhorar o milho dele.

Reflexão:

Não mantenha ao seu redor coisas e pessoas que danifiquem sua plantação de milho. Semeie amor, paz e alegria ao seu redor e, com certeza, sua plantação será beneficiada e serás muito mais bem sucedido e
feliz.

terça-feira, junho 05, 2012

Meditando com a lua

Fico pensando nessas pessoas que desenvolvem mais seu lado intelectual e esquecem o lado moral. São aqueles que praticam o mal sem o mínimo sinal de culpa, são aqueles que criam as bombas para destruir e são também aqueles que simplesmente julgam as pessoas porque se sentem acima do bem e do mal. A maldade é a mesma.

Essas pessoas se acham superiores, e estão sempre certas das suas ações, mesmo que no íntimo saibam que estão erradas. Mas elas não podem demonstrar isso, são exemplos para outro mau caráter iniciantes dessa caminhada de prepotência e arrogância. Nunca convivi com essas pessoas, e por isso fica fácil identificá-los, mesmo que num primeiro momento se disfarcem como cordeiros.

 O mesmo micróbio que irá comer a matéria do irmão pedinte irá desfazer a dessas pessoas. O fim será o mesmo, mas na hora de prestar conta sobre seus atos, teremos toda a diferença, pois vão se dar conta do quanto terão que pagar por tudo de errado que fizeram.

Fico pensando no Eduardo, que com certeza deve ter prestado conta sobre muitos erros que cometeu, mas me chama a atenção o quanto ele tinha de generosidade, de bondade de caridade para com todos a sua volta, isso tudo sem mesmo praticar uma religião qualquer. Um exemplo pra mim e para muitos que conviveram com ele.

Aos devotos que acreditavam (e acreditam) salvar-se pelo jejum e abstinência, Jesus disse:

“Não é o que entra pela boca que mancha o homem, mas o que dela sai”.

Aos partidários de longas orações, Jesus responde:
“Vosso Pai sabe aquilo que tendes necessidade, antes que lho peçais”.

Portanto, ainda a tempo de se corrigirem, de alterar sua própria natureza cheias de defeitos.