quarta-feira, junho 30, 2010

Recomeçar sempre.

Tenho pensado muito nessa palavra, recomeçar. Chegamos ao meio do ano e tudo mais que eu gostaria é que o ano terminasse para que eu pudesse jogar tudo fora e começar do zero, sem dores, somente saudades. A dor é inevitável, mas o sofrimento eu posso mudar.

Sinto-me cansado às vezes, mas não me importa se estou parado demais, o porque do cansaço, o que importa no momento é que é necessário recomeçar. Preciso dar uma chance a mim mesmo, renovar minhas esperanças na vida e o principal, acreditar em mim de novo.

Nunca sofri tanto nesse período. Logo eu que achava que já tinha chorado e sofrido tudo quando meu querido irmão faleceu. O espiritismo tem me dado o entendimento desses momentos, de como aprender com esse sofrimento e que minhas lágrimas estão servindo para limpar minha alma. Fiquei com raiva de Deus justamente quando não deveria. Como gostaria de ter sido mais espiritualizado naquele momento. Sei que o “se” não existe, mas não quero mais repetir os momentos de raiva e descrença. Posso vacilar novamente, mas estou na busca de evoluir, de melhorar. A revolta só me fez sentir mais só do que eu já estava. Eu mesmo fechei uma porta que deveria estar completamente aberta, a porta da fé, pois a fé salva e o amor consola. Quantas vezes jogado no sofá só acreditava que tudo estava perdido, que não havia mais saída.

Pois não é bem assim, está na hora de iniciar, de encontrar prazer nas coisas simples de sempre. Um novo trabalho, um curso novo, mudar o visual, aprender coisas novas, enfim, ter a certeza de que se todos os dias eu acordo é porque Deus ainda espera algo de mim. Não quero mais ficar trancado na tristeza. Sei que tenho que agir pelo pensamento, por isso tenho feito uma faxina mental a cada dia, jogando fora os sentimentos ruins e tristes. Estou esvaziando meu coração de sentimentos mesquinhos para deixar espaço para outros sentimentos que não cultivava.

Recomeçar! E tenho fé que o meu bom anjo não me abandonará nesse recomeço de novos desafios. Não sei onde quero chegar, nem sei por onde começar, mas não quero ter medo de recomeçar. Vou continuar sonhando como sempre fiz, buscando o melhor. Tenho pensado que sem o Eduardo, como poderei? Mas Deus tudo sabe, tudo vê. Se ele permitiu que isso acontecesse, foi porque sabe que serei capaz de recomeçar com coragem e fé a dirigir a minha vida com honra e dignidade. E recomeçar é para os fortes e vitoriosos! Ficar como está e acomodar é sinal de fraqueza e falta de fé Naquele que tudo pode renovar!

terça-feira, junho 29, 2010

Dia de São Pedro.

Entre os santos juninos, o menos comemorado é São Pedro, mas nem por isso deixa-se de acender fogueiras em sua homenagem.Considerado o protetor das viúvas e dos pescadores, São Pedro é festejado no dia 29 de junho, com a realização de grandes procissões marítimas em várias cidades do Brasil.

Homem de origem humilde, pescador, ele foi Apóstolo de Cristo e depois encarregado de fundar a Igreja Católica, tendo sido seu primeiro Papa. Depois de sua morte, São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no paraíso, é necessário que o santo abra suas portas. Também lhe é atribuída a responsabilidade de fazer chover. Quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, é costume acalmá-las, dizendo: "É a barriga de São Pedro que está roncando" ou "ele está mudando os móveis de lugar".

São Paulo também é festejado com São Pedro, pois os dois foram julgados e condenados no mesmo dia, sendo que o primeiro não é destacado nas festividades deste mês.

Encerra-se assim, o ciclo das celebrações dos santos juninos.

domingo, junho 27, 2010

Festa Junina 2010


Nesse sábado finalmente aconteceu à tradicional festa junina do nosso quintal. Na verdade fiquei sabendo na hora que era uma festa junina em homenagem a copa, mas pelo que se viu, poucas pessoas sabiam que era esse o tema da festa. Acho que os organizadores falharam na divulgação. Mas na verdade o traje não era o principal, o importante realmente foi à confraternização e a alegria. E isso teve de sobra, tanto assim que só fomos apagar a fogueira as 03h30min da manhã.

Se não foi a tradicional festa dos tempos passados, pelo menos alguns símbolos da festa estavam ali. E fizemos questão de lembrar alguns deles. Tivemos as bandeirinhas, as comidas, a música e a fogueira. Uma grande fogueira para iluminar a festa e dar o clima todo especial para essa noite. Fizemos uma divertida dança das cadeiras e uma improvisada quadrilha, que foi encerrada abruptamente pelos cachorros da Luci que além de querer participar, queria escolher seu próprio par, nesse caso, a escolhida foi a Renata, que sofreu para se desvencilhar do mais abusado. Na falta dos perigosos fogos de artifícios, lançamos garrafas pet na fogueira, provocando um estouro e alvoroço nos convidados. Típicos fogos de pobres, mas muito divertido. Vocês podem perceber pelo vídeo que postei.

Tivemos balão, mas não vou colocar fotos para não comprometer os baloeiros de plantão, na verdade uma nova geração de baloeiros. Uma geração que se preocupa em não provocar tragédias. Tanto que o que lançaram aos céus foi o pequeno e inofensivo balão japonês que se apaga simplesmente quando adquire uma determinada altitude. Tão inofensivo quanto esses balões são as nossas tradicionais “Maria preta” feitas de jornal. Engraçado como tem pessoas que nem sabem o que é uma Maria preta. E outros que não faziam desde pequenos e puderam relembrar. Entre todos os momentos da festa, esse também foi um que todos colocaram em prática sua porção criança e participaram do nosso concurso tão divertido. Se para alguns pode não haver graça alguma nessa brincadeira, para todos nós que aprendemos essa simples maneira de fazer um balãozinho em fração de segundos é motivo de satisfação imensa. Na verdade nessas festas onde toda a família está reunida, não precisamos de muito para tantas risadas. Até mesmo o simples fato de escolher as deliciosas guloseimas juninas pode se tornar numa gargalhada sem fim, porque todos valorizam o que fizeram e passam a rir das comidas que não tiveram tanta aceitação, ou falando mais diretamente, as que ficaram encalhadas. As piadas são das mais variadas. Até musiquinhas são criadas para gozação, como a que foi criada quando finalmente apareceu a canjica da minha mãe já no final da festa. Os que não entrarem no nosso clima, um aviso, peguem seu banquinho e saiam de fininho porque com certeza será a bola da vez de todas as gozações.

Resumindo, foi uma noite maravilhosa, cheia de harmonia e com um clima perfeito em homenagem aos santos juninos e as pessoas ausentes que tanto encheram de alegria aquele quintal e as nossas festas. Com certeza eles estiveram ali, se divertindo tanto quanto nós. Obrigado pela grande noite.

sábado, junho 26, 2010

Toda vez que você iniciar é o momento certo.

“Entre aqueles que se amam, a morte aparece em vão, pode plantar saudade, mas nunca a separação”.

“O que a vida começou, a morte continua...” ANDRÉ LUIZ

A mãe de um amigo que não me via há algum tempo me perguntou como eu estava e respondi que bem. Duvidando das minhas palavras, me olhou sorrindo, segurou em minhas mãos e disse que eu estava dizendo isso da boca para fora que não se consegue enganar uma mãe. Que via nos meus olhos que não estava bem. Fiquei quieto ouvindo suas palavras tão bonitas de conforto. Fui embora tocado com as palavras da Dn Vera. Sua atitude foi diferente de algumas pessoas que se aproximam ou ligam me cobrando uma resposta de melhora. Pois é, ainda não dá para ser assim. São apenas quatro meses que minha vida mudou completamente e muitos não podem imaginar o quanto. As coisas têm que acontecer no tempo certo. Não vou pular etapas, nem fingir, nem mentir. Não se apaga de uma hora para a outra tudo que se viveu com alguém que amou muito e recomeça uma vida. Não. Eu vou recomeçar sim, mas quando sentir que estou pronto para isso. Como diz a minha terapeuta, quando me fizerem essa pergunta devo responder que ainda não estou bem mas vou ficar. Essa é minha frase. Não quero ter que mentir para satisfazer ninguém. Sei que muitas vezes é preocupação comigo e eu agradeço muito. Mas por enquanto vou continuar chorando quando tiver vontade. A saudade é muita e quando ela me aperta vou para meu quarto e choro sozinho. Só me acalmo quando leio uma das muitas preces que tenho aprendido. Mas tenho chorado bem menos, e melhorando a cada dia. Os instrumentos já me foram dados, agora estou aprendendo a usá-los. Esses instrumentos me foram apresentados não só pela psicóloga, mas também no centro kardecista que tenho freqüentado há dois meses, Centro Espírita Maria Angélica, no recreio dos bandeirantes. Fico feliz de ter tido coragem de ir sozinho em busca dessa ajuda e nessa casa fui recebido com um abraço fraternal. Nesse abraço comecei a sentir que estava no lugar certo. Ali tenho encontrado o conforto que tanto preciso para entender entre outras coisas, a morte. O primeiro passo foi me fortalecer participando de um projeto que a casa tem chamado de autocura, onde pude aprender a atuar pelo pensamento, a sintonizar com Deus, a cuidar do físico, a saber, sobre os sentimentos que curam e por fim cultivar o amor. A partir daí comecei a por em prática as coisas que aprendi nesse um mês de autocura. E em seguida comecei a freqüentar as reuniões públicas que terminam com o passe. Volto para casa energizado e em paz.

Agradeço ter tido forças para ir à busca dessa evolução espiritual. O engraçado é que a casa já existe há 21 anos e desde que fomos para o Recreio passávamos ali em frente víamos sempre cheio, mas nunca tivemos vontade de entrar e fazer uma das poucas coisas que não fizemos juntos, nos espiritualizarmos. Entendo que deve estar sendo difícil para o Edu esse seu retorno ao mundo espiritual, mas também está sendo para mim. Então chegou o momento para juntos procurarmos essa evolução e diminuir o sofrimento. E acredito muito que só o espiritismo possa nos dar isso. Não está sendo fácil para nenhum dos dois, por isso precisamos estudar. E é isso que vamos começar a fazer a partir de hoje, pois tenho certeza de que ele estará junto comigo nesse processo. Estaremos dando um passo maior para que possamos entender essa nova fase que estamos vivendo. Do meu lado quero poder ler as mensagens espíritas e entender que não são somente frases de efeitos. Quero compreende-la e aplicar na minha vida.


“A morte é a única certeza da vida. Todos morremos um dia. O medo da morte basicamente é o medo do desconhecido. Por isso o espiritismo elimina nossos temores “matando” a morte, na medida em que demonstra que ela é apenas um retorno à vida espiritual, nossa pátria verdadeira”.
RICHARD SIMONETTI




quinta-feira, junho 24, 2010

São João, São João! Acende a fogueira no meu coração...

"O balão vai subindo, vem caindo a garoa.
O céu é tão lindo e a noite é tão boa.
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração.”

Depois do carnaval as festas juninas sempre foram uma paixão. Nas minhas memórias afetivas da infância e adolescência, guardo lembranças dessa festa que nunca se apagará do meu coração.

Primeiro me vem na lembrança das festas promovidas pela escola primária onde estudava. Eles utilizavam um terreno ao lado da escola e enfeitavam tudo de bandeirinhas, tinha barraquinhas de todos os tipos de comidas típicas, cadeia, fogueira e é claro, as danças. Todas as turmas dançavam e o que mais eu gostava era de ver a participação dos pais nessas festas. Depois de todas as crianças dançarem os mais diferentes ritmos de cada canto do País, encerrava-se com a quadrilha dos pais. E como era muito raro os homens participarem, eu achava engraçado algumas mães se vestirem de homens para ter par suficiente. Lembro muito bem de como elas se divertiam quando erravam os passos. Principalmente quando a quadrilha se dividia em homens para um lado e mulheres para o outro. Elas faziam uma tremenda confusão nesse momento, pois as que estavam vestidas de homem esqueciam-se da sua função. Esse cenário nunca saiu da minha cabeça, se transformou no meu ideal de festa junina. Na minha fantasia toda festa para ser boa tinha que ser daquele jeito, debaixo de um céu estrelado, balões acesos invadindo os céus, bandeirinhas coloridas e terra batida levantando poeira nos rodopios das meninas com suas saias de chita.

“Com a filha de João
Antônio ia se casar,
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.”

Os anos foram passando e nunca mais vi uma festa tão tradicional como aquela da minha escola primária. As pessoas não mais se vestiam de caipiras, e passaram a ser em quadras de futebol ou em playground. Mesmo quando há festas de rua, que se aproximam do que acho que seja a ideal, sempre falta algum detalhe. E o que é pior, se o cenário já não corresponde não ter a música tradicional é um pecado mortal. Não consigo pensar em outro ritmo que não se tenha uma sanfona, a zabumba e o triângulo. E são músicas tão lindas que é impossível não visualizar uma cena quando ouvimos letras como:

“Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo
Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João...”

Sei que ainda devem existir festas desse tipo, tradicional, mas só fui reencontrar uma parecida quando um amigo nos chamou para ir a Vassouras passar um final de semana junino num hotel fazenda. Realmente me emocionou ao ver os detalhes da minha infância ali, a fogueira, as barraquinhas, as bandeirinhas, e os caipiras a caráter. Pude me divertir e me transportar no tempo.

Sempre morei em casa com quintal grande, lá conseguíamos reproduzir um pouco dessa festa típica. E sempre foram grandes festas, a que meu avô mais gostava. Aliás, todos os familiares gostam. Continuam acendendo fogueira para cada um dos santos juninos. Cada um dos familiares tinham suas tarefas específicas, suas obrigações com o preparo da festa. Tinha o que ia atrás das bebidas e dos fogos, a divisão das comidas típicas, o que cortava a lenha para a fogueira, e os que faziam os balões. Nessa época ainda era permitido soltar balões e meus tios eram especialistas nisso e preparavam sempre um para soltar na nossa festa. E se for falar sobre balões nas festas juninas no nosso quintal não há como não citar um fato lamentável que aconteceu comigo. Todos da família vão se lembrar. Até mesmo os que nem eram nascidos nessa época já ouviram falar dessa história. Para mim apenas uma fatalidade. Para uma dessas festas meu avô estava terminando um belo balão estrela (será que alguém hoje em dia sabe como é um balão estrela?) numa parte do quintal e eu brincava com fogos ditos para crianças, chamava-se cobrinha (ainda existe?) do outro lado do terreno. Se alguém sabe como é esse fogos vai entender o desfecho. Risca-se a cobrinha e joga para ficar admirando seu ponto luminoso percorrer em zigue zague como uma cobra no chão até o seu final que é dar um salto e se apagar. Pois bem, essa cobrinha foi mais além, saltou de um lado ao outro do terreno e só apagou quando pôs fogo em fração de segundos em todo o balão da festa. Não sei se apanhei da minha mãe, mas a verdade é que todos ficaram transtornados pelo acidente. E eu mais ainda, obviamente. Mas nem por isso a festa foi triste. Virou o assunto mais comentado e motivo de muitas gozações. E até hoje quando é lembrado esse fato ainda é motivo de risadas. Tenho que carregar essa culpa de não existirem mais balões estrela.

Não há festa sem música e guardo até hoje os LP´s com as músicas típicas da festa junina, com suas letras ingênuas, mas tão bonitas que nos remete a essa vida simples do homem caipira. E nas nossas festas não havia outra pessoa que representava tão bem esse típico homem do interior como o meu avô Flávio. Como gostava de um foguinho, acendia seu cigarro com um graveto em chamas ou numa brasa da fogueira. E por falar na fogueira, outro símbolo que não pode faltar numa boa festa junina, era ele e só ele quem alimentava a fogueira. Quem ousasse jogar um pedaço de pau que fosse com certeza iria ouvir muitas reclamações, pois só ele sabia fazer isso, dar vida ao fogo. E apaga-lo também, mas não sem antes colocar as batatas doces para assar. Ele as escondia tão bem entre as brasas fumegantes que só ele as encontrava depois. Ficávamos acordados até bem tarde conversando em volta da fogueira e olhando o céu cheios de balões. Somente depois que todos iam dormir é que o Vovô aproveitava ainda a quentura da brasa para esquentar sua água para o banho e apagar a fogueira e as luzes do quintal.

Foi durante uma dessas festas de São João que meu tio Lincoln recebeu a notícia que nascera sua primeira filha. No dia que ela nasceu estávamos na rua, uma rua ainda cheia de terrenos baldios e bem tranquila durante a noite. Quase em frente à casa da minha avó tinha uma enorme pedra que meu tio sentou e chorou emocionado pelo nascimento da Flavinha. Nunca tinha visto um homem chorar de felicidade, foi à primeira vez. Fazia a linha durão e vê-lo daquele jeito me marcou muito. Claro que o brinde foi com batida porque nossas festas tinham as batidas dos mais diferentes sabores e comidas típicas das mais variadas. Nunca precisamos ir a Campina Grande ou Caruaru para saber que o melhor São João era no nosso quintal.

“Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.”

Até hoje se comemora os santos juninos em Vaz Lobo. Esse ritual não vai morrer nunca, tenho certeza disso. Enquanto existir alguém com essa lembrança e disposição para cortar árvores e fazer uma fogueira, vai haver essa festa. Nunca vão ser iguais porque os tempos são outros, mas sempre haverá um caipira para nos fazer lembrar como era boa as festas do nosso tempo. É saudosismo da minha parte sim, mas pouco importa, sou daqueles que tem saudades de tudo e de todos. Só tenho pena de não ter fotos desse período, somente as mais recentes, quando foram chegando às novas gerações do quintal.

Alguns anos atrás quis reviver esse período e organizei uma festa para que os amigos e o Eduardo pudessem sentir o que era uma festa junina na terra batida, com fogueira e com todas as tradições do nosso quintal. Foi bom ver o terreno todo enfeitado e a fogueira acessa como fazíamos no tempo do meu avô. Foi divertida, pois improvisamos brincadeiras e até uma quadrilha. Mas não tem jeito, nada é como antes, mesmo tentando reproduzir tudo que gostamos de uma tradicional festa junina, ainda assim vai ficar faltando às pessoas que fizeram dessas festas momentos únicos e especiais.

"Capelinha de melão
é de São João.
É de cravo, é de rosa, é de manjericão.
São João está dormindo,
não me ouve não.
Acordai, acordai, acordai, João."

quarta-feira, junho 23, 2010

É dia de São João!

As festas juninas se iniciam em treze de Junho e atingem o seu ponto culminante em 24 de junho e terminam no dia 29 de Junho. Santo Antônio, São João e São Pedro.

São João (24 de junho)

Vários costumes juninos representam atos em homenagem a São João. A fogueira, por exemplo, lembra o anúncio do nascimento de João Batista, filho de Isabel e primo de Jesus, à Virgem Maria. Como era noite e Isabel morava em uma colina, esta foi a forma encontrada para o aviso. Por este motivo, nas noites de junho são montadas fogueiras como forma de celebração.

As festas juninas são muito antigas, anteriores inclusive ao cristianismo e - conseqüentemente - à Igreja Católica. Suas origens estão no Egito Antigo, onde nesta época era celebrado o início da colheita, cultuando os deuses do sol e da fertilidade.

Com o domínio do Império Romano sobre os egípcios, essa tradição foi espalhada pelo continente europeu, principalmente na Espanha e em Portugal. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, a festa mudou para homenagear o nascimento de São João Batista, que foi quem batizou Jesus.

Por ser colônia portuguesa, o Brasil herdou o costume, principalmente no Nordeste, em que os festejos coincidem com a colheita de milho. A data passou a parte do calendário católico, seguindo o exemplo de outras comemorações de dias santos, como o nascimento de Cristo (Natal) e sua morte (Páscoa).

As chamadas festas juninas reúnem as homenagens aos principais santos reverenciados no mês de junho: Santo Antônio, São João e São Pedro. A época é marcada por brincadeiras, comidas típicas, dança e muita superstição, presentes nas simpatias juninas. É a hora de se vestir de caipira e aproveitar esta festa que é um misto de profana e religiosa.


Eu preciso de você.


Eu queria tanto que algo de bom acontecesse na minha vida naquele momento tão triste que foi a doença do meu irmão, que fui abençoado quando conheci esse anjo que é o Eduardo. Tomei emprestada a letra dessa canção tão linda porque ela traduz exatamente a história desse nosso encontro.

Eu preciso de você
Por que tudo que eu pensei
Que pudesse desfrutar da vida
Sem você não sei
Meu amanhecer é lindo
Se você comigo está
Tudo é mais bonito
No sorriso que você me dá
Eu não vivo sem você
Porque tudo que eu andei
Procurando pela vida agora eu sei
Que andei sabendo
Que em algum lugar te encontraria
Pois você já era meu e eu sabia
Como a abelha necessita de uma flor
Eu preciso de você e desse amor
Como a terra necessita o sol e a chuva
Eu te preciso
E não vivo um só minuto sem você
Eu preciso de você
Porque em toda a minha vida
Nem por uma vez amei alguém assim
Você é tudo, é muito mais
Do que sonhei pra mim
E é por isso que eu preciso de você


Música e letra Roberto e Erasmo Carlos

terça-feira, junho 22, 2010

A estação mais romântica e gelada do ano chegou

Se havia uma pessoa que gostava dessa estação era o Eduardo. O calor o incomodava demais. Transpirava muito, acordava com sua parte da cama, principalmente o travesseiro, molhado, mesmo dormindo com ar condicionado. Aliás, o ar condicionado o acompanhava em todas as estações. No inverno ele dormia melhor. Essa época do ano era bem charmosa para ele, pois curtia seus chás, o chocolate quente e o nosso tradicional fondue do recreio, onde reuníamos todos os amigos para curtir esse frio. Sem falar nas viagens para a região serrana para usufruir de todas as coisas boas que a estação oferece.

Para ele quanto mais rigoroso o inverno, melhor. Se pudesse teria uma lareira ou um fogão à lenha em casa. Preferia ficar mais recolhido, desfrutando do calor de um edredom, vendo um bom filme, uma porção de queijos e o seu vinho. Em casa seu traje típico preferido para esse período era um short largo, sem camisa e meias. Incoerente, mas acreditem se quiser.

Eu sou mais do calor, e a luz clara e forte do sol. Prefiro desfrutar de passeios e atividades ao ar livre. Mas tínhamos tanta sintonia que aprendemos a curtir cada uma das estações preferidas do outro. Passei a desfrutar desse tempo frio e de chuva como ele gostava, curtindo o calor da nossa casa e das conversas que nos esquentavam a alma.

Com a chegada dessa estação, chegam também os espirros, as tosses e tantas outras doenças mais agressivas e desagradáveis como: gripes, resfriados, rinite, asma, bronquite e infecções respiratórias. Impossível passar por esse período sem ao menos ter uma dessas doenças de inverno.

O inverno também nos proporciona uma reflexão importante. Como é bom ter um lar nessas noites para nos esquentarmos. Mas, somos lembrados das tantas pessoas que não vivem essa realidade. Já repararam como o frio nos torna mais solidário e mais conscientes daquilo que temos e daquilo que podemos fazer para ajudar o próximo? O verão e a primavera não nos proporcionam essa reflexão e muitas vezes passamos os dias quentes sem ao menos lembrar as pessoas desprovidas de qualidade de vida. E o frio é convite para o abraço, para o aconchego, para o cuidado com o próximo. Então, vamos aproveitar para abrir o armário e doar aquela roupa, aquele cobertor, aquele agasalho para aqueles que não tem como se agasalhar.







segunda-feira, junho 21, 2010

Denizinha, a irmã postiça

Denize é seu nome, mas podem chama-la de Denizinha. Foi sempre assim, desde quando estudava no Educandário Santa Bárbara. Tão pequenina que chamava meu irmão de Rolandinho ao invés de Orlandinho. Morava na rua ao lado da nossa e como meu irmão brincava mais nessa rua, a amizade entre eles ficou mais próxima. Essa união era tão forte que os pais dela passaram a confiar nele plenamente. Se ele estivesse presente em qualquer festa, passeio, ou outro lugar, com certeza ela poderia ir. Rolandinho virou seu passaporte para aproveitar ir além dos muros da sua casa. Mesmo tendo temperamentos tão diferentes a amizade entre eles sempre foi cheia de carinho. Gostavam-se muito. Verdadeiros amigos.

Continuamos crescendo e sua relação com nossa família foi se firmando como se fosse uma filha para meus pais e de uma irmã para nós dois. Nosso relacionamento sempre foi muito mais que amigos, pois dividíamos tudo o que irmãos dividem brigas e carinhos. Mas sua característica sempre foi o bom humor e isso acabou facilitando para o fortalecimento dessa amizade. Temos muitas histórias juntos, mas com certeza era nos carnavais que mais nos divertíamos. Nossa casa virava um carnaval de fato nesses dias de momo e sua presença era garantia de mais festa e diversão.

Ela se casou pela primeira vez, mas a felicidade mesmo só lhe sorriu quando conheceu Carlos. De cara nós sabíamos que era o homem certo para domá-la, se é que isso era possível. Bastava ver sua paciência. Mesmo namorando ou já casada, Carlos sempre a acompanhava nessa ligação com sua segunda família. Vimos sua primeira filha nascer e quando preparava a festa de um ano da Ângela teve a ideia de criar uma empresa de decoração de festas infantis e nos chamou para embarcar nessa aventura.

A vida se incumbiu de separar nossos caminhos para sempre. Tivemos que acompanhar a distância sua nova vida, pois se mudaram para os Estados Unidos. E de lá tivemos notícias do nascimento de seus dois outros filhos e daqui ela teve a triste notícia da morte do seu querido Rolandinho e do fim da Sonhos Festas. Se para nós fora um momento tão difícil, imagino para ela, tão distante.

Está longe, mas sempre que vem ao Brasil nos procura. E quando nos reencontramos não parece que estamos afastados por tanto tempo. A última vez que nos vimos foi em agosto de 2009, quando veio comemorar o aniversário do seu filho Diogo. Nessa festa podemos relembrar várias histórias. E o mais bonito dessa relação é verificar que seus filhos sabem de todas essas histórias, mesmo não tendo intimidade conosco. Sabe quem somos porque além de todas as qualidades que ela tem, se transformou numa mãe muito amorosa e atenciosa. Seus filhos são muito bem educados e carinhosos. A vida nos levou para caminhos diferentes, lugares distantes, mas não há como esquecer os momentos, a história que fizemos, pois de todos os amigos que temos é a única que nos acompanha desde quando nem sabíamos ler e escrever.

sábado, junho 19, 2010

Tia Ieda e seu método peculiar de estudar.

Nunca entendi o motivo pelo qual nem eu nem meu irmão não chamar de tios os irmãos da minha mãe já que os tios pelo lado do meu pai sempre eram chamados assim. Acredito que por ter crescido perto deles sempre e por nunca ter passado por situações onde eles precisassem exercer a autoridade de tios, passamos a vê-los como amigos. De igual para igual. E como nunca percebemos uma diferença muito grande entre nossas idades, não havia motivo para usar neles esse título tão pesado. Mas mesmo tendo essa liberdade toda, isso nunca foi motivo para que houvesse desrespeito a eles. Embora não chamássemos de tios, os respeitávamos como tal. Nunca houve preferencias por tio algum porque tínhamos tantos e cada um com seu jeito que vez por outra estávamos misturados com um ou outro, dependia do momento, pois havia o tio carinhoso, o divertido, o compenetrado, o brincalhão, o briguento, o estudioso. Enfim, cada um com uma característica bem visível e com certeza foi inevitável copiar o que cada um tinha de melhor. Isso se chama admiração.

E uma das características mais marcante que vejo na minha tia Ieda além de falar aceleradamente é a de ser estudiosa. Se fechar os olhos consigo vê-la com um livro na mão, dando voltas e mais voltas ao redor da casa, estudando em voz alta. Vi essa cena inúmeras vezes. E se para alguns essa era a maneira mais esquisita de se estudar, pra mim não, eu passei a admirar esse seu poder de concentração mesmo tendo a casa sempre cheia de gente. Talvez ela não saiba, mas aprendi com esse seu jeito a estudar e a me concentrar. Sempre fui muito disperso, qualquer ruído me desvia a atenção e lendo em voz alta, andando ou não, fazia com que eu assimilasse melhor o que estava lendo. É assim até hoje. É claro que esse método pode ser bom para uns e não para outros. Mas no seu caso deu certo.

Formou-se, casou e mudou. Estivemos juntos em todas as fases das nossas vidas, não seria diferente já que família é isso mesmo, um grupo que influencia e é influenciado por laços afetivos. Laços esses que não se desfez nem estando em Santo André, Santos ou São José dos Campos. Tenho lembranças de todas essas cidades que morou. Menos Ubatuba, que sempre nos chamou, mas infelizmente não tivemos tempo de conhecer.

Nosso último encontro coincidiu com minha última viagem com o Eduardo. Foi em novembro do ano passado, em Paraty, onde nos encontramos numa tarde tão bonita e alegre para comemorar com um lanche o aniversário da minha mãe. E é pensando nesse clima agradável que passamos naquele dia que eu desejo que você tenha passado o seu dia.

Um grande beijo
do sobrinho
José Carlos Albernaz

sexta-feira, junho 18, 2010

Abrindo a caixa de joias do Eduardo


A maior preciosidade que o Eduardo tinha não ficava guardada numa caixa, estava com ele para quem quisesse usufruir e aproveitar. Ele distribuiu simpatia, educação, carinho, amor, disponibilidade, amizade, integridade, caráter, tolerância, generosidade e muito mais. Ele deixou para cada um de nós, amigos, parentes, colegas e clientes essas preciosas joias que com certeza estarão guardadas para sempre em nossos corações. Orgulho-me quando um amigo se aproxima para me abraçar e abrir seu porta joia quando me falam sobre quanto ele faz falta, o quanto lembram o seu jeito carinhoso, de quanto aprenderam com ele, seja sobre a vida ou algo profissional. Ouço atentamente quando um veterinário amigo relata o profissional competente, amigo e experiente que tirava todas as dúvidas sobre a profissão. Acho tão bonito quando alguém se lembra da oportunidade que dava a um estagiário, a uma pessoa necessitada que não tivesse recursos para bancar uma consulta. Histórias de bondade e generosidade é que não faltam no currículo desse homem e profissional tão querido. Fico emocionado quando um cliente lembra saudoso da maneira delicada e carinhosa quando fazia um atendimento, principalmente do seu jeito de aplicar injeções não doloridas. Fico feliz quando minha mãe faz uma comida e lembra como se aproximava do fogão para elogiar. Cada um tem sua caixinha guardada e que em alguns momentos tem necessidade de abri-las e lembrar que ele não está visível aos nossos olhos, mas continua fazendo parte das nossas vidas através dessas ações que são eternas.

Já as joias que estão dentro de uma caixinha de madeira forrada com feltro, estão empoeiradas e podem se deteriorar pela ação do tempo. Por isso vez por outra limpo essas joias tão simples e singela como ele foi à vida toda. Nela está guardado o primeiro cordão que dei de presente. Um cordão de ouro com um pingente de sol, pois sempre o considerei uma luz brilhante que invadiu minha vida no momento que eu mais precisava. O simples fato de usar o cordão o incentivou a comprar outros adereços que ele sempre teve vontade de usar, mas por inibição não comprava. Libertou-se dessa vergonha e passou a comprar anéis e alianças, largos e grossos para usar nos dedos. Podiam ser de pratas ou mesmo feito por artesãos em feiras. Valorizava o belo, o artesanal, a riqueza dos detalhes. Dos anéis passou para as pulseiras. Tinha poucas, mas duas eram especiais para ele. Uma de prata que gostava de colocar junto com o relógio e outra de osso, comprada numa feira de artesanato em Rondônia. Essa então era a mais querida, tinha paixão por essa pulseira, justamente porque era feita de um material e designer diferentes. Certa vez me levou a loucura quando achou que tivesse perdido essa pulseira. Reviramos toda a casa e ela estava guardadinha no lugar de sempre. Ficou feliz como uma criança que encontra seu brinquedinho. Por conhecer a história de cada uma dessas joias é que de vez enquanto coloco todas para sentir sua energia e lembrar como gostava de se enfeitar com esses objetos.

quinta-feira, junho 17, 2010

Torcer pelo Brasil sem se esquecer de cuidar dos nossos animais

Convivendo esses anos todos com um médico veterinário, pude aprender muitas coisas. Lembro que ficava aflito com a agitação dos cães e gatos quando ouviam barulhos e nos deu algumas dicas para amenizar esse sofrimento deles. Quero dividir com vocês que tem animais em casa.

Todas as festas que tem barulhos causados por fogos de artifício, cornetas e gritos, como Copa do Mundo, por exemplo, é uma época de alegria e diversão para nós, mas não muito para os nossos animais de estimação. Os cães e gatos possuem uma audição 40 vezes mais apurada que a audição humana e por isso sofrem muito com esses barulhos.

Sabemos que é maravilhoso poder torcer pela nossa seleção e geralmente o fazemos com muito exagero, soltando fogos e bombinhas, tocando cornetas, vuvuzelas, etc., mas também devemos ter em mente que os animais podem ficar assustados com todo esse barulho, pois não entendem o que está acontecendo. Na tentativa de se esconder e proteger, muitos procuram escapar do quintal ou da casa e saem para as ruas desnorteados, podendo ser atropelados e até morrer.

Muitos podem ficar mais agressivos com tanto barulho e gritaria e até acabar mordendo pessoas da casa sem, obviamente, ter a intenção de atacar. Eles ficam tão assustados que muitas vezes mesmo aqueles animais dóceis e calmos podem se tornar arredios e agressivos.

Devemos evitar o uso de fogos de artifício ou bombinhas perto de animais, assim como o de cornetas e outros instrumentos que geram barulhos altíssimos para os ouvidos deles. Quando o ruído vem de fora e não for possível evitá-lo, o Dr. Eduardo nos ensinou a colocar chumaços de algodão seco em ambos os ouvidos de cães e gatos. Isso diminui um pouco a intensidade do barulho que chegaria aos ouvidos deles. Infelizmente alguns animais não gostam e não vão permitir, mas outros permitirão.

Devemos sempre checar portas e janelas, principalmente no caso de animais de pequeno porte e gatos que, assustados, podem sair por frestas, janelas e por entre as grades do portão – sabemos que nas ruas esses animais podem sofrer sérios acidentes.

Nunca manter os animais presos por guias ou correntes, eles podem ficar muito assustados e até se enforcarem ao tentar escapar. Tente acalmá-los quando perceber que estão trêmulos ou distraí-los com brinquedos e petiscos próprios para a espécie.

Vamos torcer pelo Brasil na Copa e, ao mesmo tempo, adotar medidas simples para que nossos animais não sofram com o excesso de barulho, fujam ou se machuquem.





terça-feira, junho 15, 2010

Partida e Chegada

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Quando observamos, da praia um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco impulsionado pela força dos ventos vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.

Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: “já se foi”. Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz: “já se foi”, haverá outras vozes, mais além a afirmar: “lá vem o veleiro”!!!

Assim é a morte.

Quando o veleiro parte levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que o separa o visível do invisível dizemos: “já se foi”. Terá sumido? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino.

Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: “já se foi”, no além outro dirá: “já está chegando”. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgam desnecessários.

A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.

Assim, um dia, todos nós partimos como seres imortais que somos ao encontro daquele que nos criou.


(Henry Sobel)

 
 
 
 
 
 

segunda-feira, junho 14, 2010

Estréia do Brasil na copa 2010

Não adianta querer ser tão radical. Durante a Copa do Mundo, profissionais de todas as funções e setores tornam-se torcedores. E o ambiente de trabalho vira extensão das arquibancadas dos estádios. Principalmente nos dias de jogos do Brasil, que estréia amanhã contra a Coréia do Norte.

E tenho certeza que na seção de Estatística não vai ser diferente. Espero que tenham mantido a tradição de enfeitar a sala para torcer juntos diante da pequena TV. Sinto falta dessa família que construímos não só nos momentos de união no trabalho, mas nos momentos de descontração nas nossas festinhas.
Bom jogo!

domingo, junho 13, 2010

Nossa Madrinha, Rita Cadillac!

Quem tem mais de 40 anos vai lembrar que as tardes de sábado nunca mais foram às mesmas depois que o Velho Guerreiro morreu. Eu só marcava para sair depois da Buzina do Chacrinha. Aquele programa era uma bagunça tão grande que me divertia e prendia a atenção. Ah, e tinha as chacretes, um monte delas, e cada uma com um nome mais engraçado que a outra. Ser adolescente na minha época não é como hoje que se veem mulheres nuas e seminuas em todos os lugares. Na televisão então nem se cogitava, o máximo de erotismo que tínhamos era justamente ver as chacretes, de maios, e fazendo gestos para lá de sensuais. Pode parecer ridículo vendo essas imagens hoje em dia, mas naquele tempo era de uma ousadia tremenda. Tinha minhas favoritas, mas a Rita Cadillac era a melhor de todas. Ela tinha uma seriedade no olhar que contrastava com seu ar provocador quando colocava seu dedinho indicador na tela e fazia o “roda, roda, e avisa” ao chamar os comerciais. Ela eternizou sua passagem pelo programa com esse gesto e seu rosto sempre sério. Criou uma personagem que atravessou gerações. Podia não ser a mais bonita, mas esse seu jeito me fez escolhe-la como a melhor.

Depois de um período sem ter ala em escolas se samba, voltei em 2000 na Estácio de Sá. Queria que essa volta fosse marcante e tive a ideia de chamar a Ritinha Cadillac para ser a madrinha da ala. Consegui seu telefone através de uma amiga e bastou pouco tempo de conversa para que ela aceitasse meu convite. Como ela mora em São Paulo, nossas conversas sempre foram por telefone. Todas as dúvidas, acertos e combinações eram feitas por telefone. Sempre foi muito simpática e carinhosa. E confiou em mim, o que era mais importante. Essa sua primeira roupa, foi feita em nosso atelier em Vaz Lobo. E ficou esplendorosa, como ela merecia. Combinamos de entregar sua roupa na sexta feira, um dia antes do desfile no apartamento de sua irmã em Copacabana, onde ela se hospedaria nos dias de momo. Como não pude ir, deixei essa tarefa para o meu querido parceiro Eduardo e minha mãe. Voltaram encantados com aquela mulher tão simpática, risonha e acessível. Eu só a conheci na concentração, momento antes do desfile. E realmente era tudo isso que falaram e muito mais. Fiquei extasiado em estar diante do símbolo sexual da minha juventude. E com aquela roupa parecia uma rainha, sorrindo para todos os seus súditos. Realmente meu retorno na avenida foi triunfal graças a Rita Cadillac, pois seu carisma fez com que a animação da ala fosse o melhor possível.

A partir desse carnaval passamos a ter uma amizade afetiva. Adorou minha família, adorou os amigos, enfim, curtiu tudo. Sentiu-se tão querida que ainda nos agradeceu por ter proporcionado tanta alegria por desfilar pela primeira vez no carnaval do Rio de Janeiro, sua cidade. Presente melhor para um fã não poderia ser. Continuou como madrinha da ala pelos anos seguintes, na verdade virou um símbolo, tanto que os componentes cobravam a sua presença nos desfiles. E ela vinha e cumpria seu papel.

Em 2001 cometi a loucura de ficar com duas alas em escolas de samba diferentes: a Paraíso do Tuiuti no Grupo especial e continuei na Estácio de Sá no grupo de acesso. Foi um período confuso por estar com duas frentes de trabalho e nessa época eu não tinha uma equipe tão grande e boa como temos hoje. Se não bastasse as alas por terminar, recebemos o desenho da roupa da Rita na última semana antes do carnaval e Edu percebendo o meu sufoco pôs-se a dar vida à roupa da nossa madrinha, traduzindo o que o carnavalesco havia proposto no desenho. Além de ser um cara inteligente, era sensível e caprichoso. Tinha um bom gosto para harmonizar cores e materiais como poucos. E foi assim que saiu a roupa da Rita nesse ano, pelas suas mãos. Entendem porque ele me faz tanta falta? Entre tantos motivos que posso listar aqui, um deles é que nos meus sufocos era ele quem me socorria e muitas vezes eu nem precisava gritar, ele percebia e me ajudava. Um companheirão. E com o carnaval nunca foi diferente, participava intensamente desse meu vício.

No que seria o último ano da nossa madrinha na ala fomos levar sua roupa em Copacabana como de costume. E quis o destino que fosse uma tarde bem especial. Foi à própria Rita quem nos recebeu e sempre fazia festa quando nos via. Adorou a roupa como sempre e fomos tomar um café na cozinha, sentados os três numa pequena mesa. Conversamos assuntos triviais e embora nos conhecesse esses anos todos, nunca soubera que Eduardo era Veterinário. Lembro bem a exclamação de contentamento quando revelei isso. Ela tinha uma cadelinha que não lembro o nome agora e quis saber detalhes sobre a raça, como educar, enfim dúvidas que só quem tem bicho sabe do que estou falando. O assunto foi esse e eu acabei virando um mero coadjuvante naquela cozinha. Como um expectador de uma partida de tênis, fiquei ali, ora admirando um ídolo da juventude, ora admirando um cara inteligente tirando as dúvidas com sua capacidade cativante de falar sobre os animais.

A Rita Cadillac estrela, essa que todos consideram ícone, é bem diferente dessa Rita de Cássia que conhecemos, sem maquiagem sentada naquela cozinha tomando um café. Uma mulher como qualquer outra da sua idade, educada, sensível, amiga, forte, corajosa e alegre. Não posso esquecer nunca que ela acreditou num estranho numa época que o que mais existe são aproveitadores da bondade alheia. Uma pessoa de coração bom, pois confiou em mim de cara, numa simples ligação, fazendo com que uma relação de amizade perdurasse tantos carnavais. Nunca me pediu nada em troca, nunca fez exigências, nunca se portou como estrela e não se negava a nada. Foi um ser humano aberto para novidades, acreditando no próximo para ser feliz e fazer outros felizes. Qual outro motivo a tiraria de São Paulo para desfilar numa escola de samba de segundo grupo por tantos anos? Só mesmo por carinho respondo. O carinho dela, o nosso carinho, o carinho dos componentes, do público da Sapucaí, reverenciando aquela mulher que mesmo com o passar do tempo nunca deixou de ser querida por todos. Ela não é mais madrinha da minha ala, mas será sempre lembrada como tal. Tive o prazer de conhecer esse meu ídolo da juventude, conviver com ela numa festa só de alegria, sentir seu carinho, vi suas qualidades e por tudo isso só tenho que agradecer por ter se esforçado todos os anos para me proporcionar essa alegria. Parabéns pelo dia de hoje e felicidades em todos os dias da sua vida, Lady do povo.

Dia de Santo Antonio

Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio tem milhares de devotos e seu dia é comemorado em 13 de junho, em meio às festas juninas, por isso Antônio é um dos santos mais lembrados nessas festas.

Normalmente, sua figura é representada carregando o menino Jesus em seus braços. Muitas mocinhas afoitas para encontrar um marido retiram o bebê dos braços do santo e prometem devolvê-lo depois de alcançarem seu pedido. Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo e dizem que só mudam de posição quando Santo Antônio descolar um marido para elas. Essas simpatias geralmente são feitas na madrugada do dia 13.

Mas nem só de casamento vive o santo. Ele também é conhecido por ajudar as pessoas a encontrarem objetos. Ainda há outro costume que é muito praticado pela Igreja e pelos fiéis. Todo o dia 13 de junho, as igrejas distribuem aos pobres os famosos pãezinhos de Santo Antônio. A tradição diz que esse alimento deve ser guardado dentro de uma lata de mantimento, para a garantia de que não faltará comida durante todo o ano.

Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio) nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, onde provavelmente se ordenou. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana. Após um ano de catequese no Marrocos, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou em universidades, adquirindo grande renome como orador sacro. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.

A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados. Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX.
Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.


sábado, junho 12, 2010

Namorados para sempre!

Última foto que tiramos juntos. Brindamos com suco de laranja a nossa esperança por dias melhores. Essa foto será sempre meu presente de Natal, de aniversário e do dia dos namorados. Uma imagem que traduz laços de carinho, de força, de coragem, de amizade, de fé e muito amor.

Mais uma data que passarei lutando contra a saudade. Quantos presentes trocamos, quantos cartões, quantos restaurantes brindamos esse dia, quantas juras de amor, quantos gestos de carinhos, quantos momentos felizes nessa data tão especial.

Senti que estava apaixonado por você já na noite que nos conhecemos. Senti aquele friozinho na barriga quando lhe vi dançando pela primeira vez. Fiquei te admirando e meu coração simplesmente começou a bater mais forte, mais rápido. Depois dos primeiros encontros, e à medida que nos conhecíamos melhor, não conseguia pensar em nada diferente do que o nosso próximo encontro. Começamos bem devagar, com muita conversa em barzinhos, restaurantes, fomos também muito ao cinema e teatro. Até que chegou um feriado e resolvemos viajar juntos.

Penso que quando se viaja junto pela primeira vez, geralmente significa que se está em um relacionamento sério, estável, mesmo que no nosso caso só nos conhecíamos havia poucos meses. “Cedo demais” talvez. Mais quem define o tempo certo de se apaixonar e principalmente confessar que se está apaixonado? Não existem regras fixas, cada pessoa tem uma cabeça diferente e sentimentos nunca são iguais para todo mundo. Talvez o que para mim é estar apaixonado, para outra pessoa seja algo completamente diferente.

Depois que voltamos dessa pequena viagem, não aguentamos mais ficar afastados. Pelo meu lado, continuava sentindo aquela pressão no peito quando se tem algo importante a dizer e por mais que estivesse relutante resolvi criar coragem e dizer que estava apaixonado, que estava adorando este sentimento, que sentia que a paixão era séria e perguntei se queria levar o nosso relacionamento a sério.

Conseguir que o Eduardo abrisse seu coração nesse início de relacionamento era difícil e eu demorei a compreendê-lo, mas para a minha felicidade essa resposta surgiu quando eu menos esperava. Bastou crer nos meus sentimentos que falou sobre essa paixão recíproca que sentia por mim, mas retraído e tímido como ele confessou ser em alguns sentidos, disse-me também ter resolvido esperar para eu me manifestar primeiro. Bem típico do Eduardo. Mas não importa, conversando sobre o assunto concluímos que estar apaixonado no nosso caso nada mais é do que querer estar junto, o tempo todo, fazer planos para o futuro, passar a tarde inteira de um domingo chuvoso no sofá da nossa casa, abraçadinhos e curtindo um ao outro. Puro e simplesmente. E conseguimos.

Realizamos muitos planos nesse futuro e outros não existem mais, pelo menos para nós dois juntos. Os domingos agora são sempre chuvosos e estar abraçadinhos só em pensamento. Hoje é dia dos namorados e que bom seria poder fechar os olhos e estar de novo nos teus braços, apertar teu corpo contra o meu e acalmar meu peito ardendo de tanta paixão ainda. Queria tanto sentir seus abraços novamente e que o futuro fosse nesse instante. Queria eu poder te abraçar fortemente e aplacar a saudade que sinto de você. Queria te levar para a nossa casa e ficar no nosso sofá como sempre fizemos, levando uma vida simples, mas tão cheia de amor e encantamento. Queria sentir seu coração batendo junto ao meu. Ou sentir seu braço fazendo a vez do travesseiro me protegendo de todos os medos quando íamos dormir.  Nesse dia dos namorados, abraça-me mais uma vez e deixa-me ouvir a tua voz no meu ouvido, sussurrando com emoção todas as palavras que tínhamos coragem de dizer um para o outro. Cole-se em mim e me ouvirás também dizer como e quanto meus pensamentos são teus. Para sempre!

 
“Melhor é experimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-0 quem não pode experimentá-lo.”
(Camões)



quinta-feira, junho 10, 2010

Amar é...

Amar é...

...nunca deixar de expressar seus sentimentos.

...lembrar daquela data especial!

...cultivar o amor todos os dias.


Quem tem mais de 30 anos vai se lembrar dessas frases que davam um charme aos desenhos do casal Amar é, sucesso absoluto nos anos 70. E como está chegando o dia dos namorados, nada melhor do que lembrar esse casalzinho que vivia pelado ilustrando situações do dia-a-dia, com frases melosas, mas tão fofas.

O casal Amar é... Foi criado por Kim Grove Casali, nos anos 60. Tudo começou com bilhetes carinhosos que ela mandava para o futuro marido Roberto Casali. Daí, em 1970, o jornal Los Angeles Times passou a publicá-los e logo viraram hit mundo afora. Apaixone-se!