quarta-feira, março 31, 2010

Semana Santa.





A Semana Santa é a ocasião em que é celebrada a paixão de Cristo, sua morte e ressurreição.

A semana santa foi celebrada pela primeira vez no ano de 1682, através do Concílio de Niceia, advinda do Papa Silvestre I, onde os ensinamentos da doutrina católica tornam-na como religião oficial do Império Romano.

Foi determinado que a semana santa fosse constituída de oito dias. Seu início se deu no domingo de ramos, através da entrada do Rei, do Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach. A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.







sexta-feira, março 26, 2010

Notícias dos nossos filhinhos.

Tenho falado para nossos gatos que eles têm que segurar a onda e não adoecerem porque não temos mais o médico de família. A partir de agora se adoecerem todos terão que ir para hospital público. Acabou o plano de saúde. Também falei para minha mãe não trazer mais nenhum animal para casa. Temos que dar um tempo até nisso porque você não está mais aqui para poder nos socorrer. Sei que vai ficar triste com essa notícia, mas não tem outro jeito. Sei que você ficava feliz quando minha mãe tirava um animal da rua e trazia para casa. Você tinha o maior prazer em cuidar desse animal indefeso quando ela te pedia, tanto que ensinou muitas coisas para ela. E você sabe que ela aprendeu diretinho? É verdade, tanto que o cachorro da minha prima Magali fez uma cirurgia e é ela quem está fazendo os curativos. Veja você. A importância que você teve em nossas vidas não tem preço. Por falar em cirurgia, a Dolly, poodle da Cássia também vai operar de um tumor na coxa, vai ser no dia 08/04. Esteja perto desse médico e assuma o controle da situação para que fiquemos tranqüilos nessa hora. Sabe que confiamos em suas mãos, um cirurgião como poucos.

Sabe o gavião que rondava sempre no quintal? Sei que achava ele bonito, mas ele voltou e fez duas vítimas, degolou a calopsita da Sonia Maria e a rolinha de asa quebrada que você ajudou a socorrer. Deve estar triste em ouvir isso. Posso ver sua cara de espanto e de tristeza, para em seguida concordar que é assim mesmo. A outra rolinha que também não voa está sozinha na gaiola e me parece bem agitada. Não sabemos o que fazer para que ela melhore. Continuamos tentando fazer com que ela voe. Por falar em voar, o Paulo do Nivaldo foi escolhido por uma calopsita numa loja. Chama-se Mel e está apaixonada por ele. Você precisa ver como ela é lindinha. Às vezes fica solta pela sala, beija o Paulo e como canta a pequenina. Ainda sobre as aves, a rolinha que fez ninho e chocou os ovos no bougainville na varanda do apartamento quando estava por aqui, continua aparecendo e chocando mais filhotes. Parece que gostou da tranqüilidade da nossa varanda.

Os gatos daqui de casa continuam namorando as rolinhas quando elas vêm comer as migalhas de pão no quintal. Se elas bobeiam, eles pulam mesmo e você sabe muito bem como é o final. Mas para você isso era normal. Gatos são caçadores mesmo e trazem a caça para mostrar ao dono. Ainda não me acostumei a isso. Continuo achando que é uma maldade com as rolinhas e bato neles. Eles também sentem a sua falta. Acho que só não sentem falta das injeções. Está chegando à época das vacinas e não sei o que fazer. Levo lá em Nova Iguaçu? Ou procuro um aqui por perto? Sempre me falou para ter cuidado onde vacinar os gatos e não acreditar nas vacinas de campanhas. Na sua missa de mês tanto a Carla quanto a Marcela me deram os telefones e me falaram que poderia ligar se precisasse. Gostaria de acioná-las quando for preciso porque sei que você gostava e confiava nelas. Mas os gatos estão bem. A manchada continua arredia comigo, só se aproxima de vez enquanto, no geral sai correndo quando me aproximo. Ela não é sociável. O branquinho continua gordão, e isso me preocupa, o que faço? Não tem jeito né? Mas sabe que um dia os cachorros da Luci se soltaram e ele estava no quintal e apavorado subiu no pé de canela e ficou lá em cima com o coração batendo acelerado? Coitado. Foi um susto e um custo tirar ele de lá. Andou com medo de ir ao quintal pegar sol e você sabe como ele gosta disso. A noite tem dormido comigo. Olha só, tem dormido nos meus pés. Sabe que não gosto disso, mas estou carente, tenho deixado. Não sei como vai ser quando eu voltar para o apartamento.

Xaninho continua o dono da casa, dá suas saídas e abre sozinho a janela para entrar. Isso quando não fica arranhando a porta da sala para nos obrigar a levantar e abrir para ele. Continua o mesmo folgado como você bem sabe. É o único que sai a noite para se divertir. Mas volta cedo, acho que está ficando velho também.

O pretinho é o rejeitado, continua naquele caso de se sentir inferior ao outros. Não vem para a sala, fica na cozinha ou então na área. Não se sente dono da casa, ou pelo menos escolheu aquela parte para ser dele e ficou. Dorme na escada, na caminha que você deu para eles, lembra? É o único que dorme na caminha. O xaninho dorme com meu pai na cama, a malhada com minha mãe e o branquinho me escolheu para sua companhia. Acho que eles gostariam muito de te agradecer por tudo que fez por eles, dos afagos que dava quando chegava e saia, do carinho que fazia quando aplicava as vacinas (ainda ouço sua voz carinhosa dizendo pra eles “pronto, pronto, acabou” quando eles reclamavam das injeções), das rações com sabor novo que trazia, dos brinquedinhos, da caminha e de tudo mais que fez por todos eles e por nós também. Claro, porque fazendo um bem para nossos bichos com certeza está fazendo por nós também. E isso você soube fazer ao longo da sua vida, tanto que não conquistou oito mil clientes, conquistou oito mil amigos. Tenha orgulho disso, porque eu tenho e sempre te disse isso. Se um de nossos gatos pudesse te agradecer com mais carinho, esse seria o branquinho, acho que ele gostaria de chegar bem perto de você e lhe oferecer uma flor. Você sabe o quanto ele é carinhoso e agradecido por tê-lo curado. Ele nem era nosso e bateu aqui em casa pedindo ajuda, lembra? Bem debilitado, com feridas pelo corpo todo e tão magrinho. De cara você viu que ele tinha esporotricose (é uma infecção rara, mas potencialmente graves de fungos que podem infectar os gatos, cães ou pessoas. É transmitido de um arranhão ou mordida de um gato que tem garras e dentes contaminado), e bastou medicá-lo para que em pouco tempo ele melhorasse. Ele queria tanto viver que sabia que aquele remédio era para o bem dele. Tanto que não havia dificuldade nenhuma em engolir os comprimidos. E ele vinha sempre, e na hora certa do remédio. E olha que você sempre disse que gatos não engolem comprimidos com facilidades. Mas ele sempre foi bonzinho e seguiu a medicação certinha, e se curou. E de tão agradecido resolveu nos adotar como sua família e ficou para sempre. O Batman continua aparecendo de vez enquanto só para comer e vai embora.

Na visita que fiz a Vera e a Simone, percebi que o poodle delas também está bem. E com muita disposição, porque não se cansava de fazer sexo nas minhas pernas. Acho que ele está precisando de uma namorada. Se você tivesse visto, também estaria rindo da situação porque você achava graça dessas situações embaraçosas. Mas com certeza já teria uma solução para esse problema. Não tenho notícias recentes dos seus filhos Bono e Lua. Mas prometo na primeira oportunidade saber deles. Sei que nos primeiros dias o Bono te procurava em toda a casa, ficava perdido quando entrava no seu quarto e não te encontrava. Sei que como nós ele vai melhorar. E que bom que ele tem a Lua para cuidar dele, para distraí-lo, para latirem juntos e brincarem.

E como você tinha razão, sempre teve, sabia tudo sobre os animais, eles não devem ficar sozinhos, assim como os seres humanos, eles precisam de companhia, de afagos e de muito carinho

quarta-feira, março 24, 2010

Sem medo de ser feliz.

Nessa vida em comum onde um aprende com o que o outro tem de melhor posso afirmar sem medo algum que fui o causador de muitas mudanças no comportamento do Eduardo. Principalmente no que diz respeito a ser alegre e a se divertir. Nunca gostei que o vissem como antipático porque isso ele não era. Era tímido, fechado, sério e muitas vezes formal. Queria mudar isso e aos pouquinhos fui insistindo e fiquei feliz várias vezes quando presenciei pequenas mudanças nele. Lembro-me de um bem simples para qualquer pessoa como entrar numa loja procurar uma mercadoria, ver tudo, não gostar e ir embora sem levar nada. Para o Edu não, ele levava mesmo se não gostasse só por pena da vendedora. Dá vontade de rir quando me lembro disso, porque repetida vezes fez isso, porque esse era o Eduardo, o tímido, gentil, preocupado com os outros, metódico, sério e formal. Minha vontade era voltar na loja para trocar a roupa de tanta raiva que ficava, mas para não deixa-lo ainda mais chateado com aquela situação, deixava de lado. Falador como sou criticava essa sua postura dizendo que esse era o papel da vendedora. Claro que ele sabia disso tudo, mas esse era o seu jeito. Mas eu ficava sempre atento para que essa situação não se repetisse.
E com o passar do tempo me surpreendi quando depois de muito olhar, não comprar nada e sair sem pena alguma. Passou a ter voz ativa, a pensar nele e no seu bem estar. Lembro quando isso aconteceu pela primeira vez e o parabenizei. Ri muito e ele ficou bastante chateado pelo fato de estar sacaneando. Mas não estava, eu realmente me sentia feliz por ver que o bom moço que todos antes podiam explorar e se aproveitar não existia mais. Ele estava mais forte e seguro de si.
Quando o conheci ele era esse cara, formal, tímido, sério, caladão que fazia tudo para todo mundo e que não conseguia dizer NÃO quando tinha vontade. Queria estar bem com todos mesmo que isso significasse não estar bem com ele. Dava um boi para não entrar numa briga e dava uma boiada se fosse preciso para evitar confusão. O causador de confusão e brigas sempre fui eu, tanto que me chamava de encrenqueiro. Mas com o tempo, de tanto eu chamar sua atenção para certas coisas que deveria mudar, passou a lutar mais pelos seus direitos, a falar mais alto, a discutir, a brigar e a exigir. Mas também passou a sorrir mais, a conversar mais, a ser menos formal e a ser menos tímido. Mudava lentamente é verdade, mas quem o conheceu como eu, sabe que ele se esforçou e conseguiu, sendo uma pessoa mais leve, muito mais alegre, divertido, sacana e brincalhão. Acho que para isso acontecer, valeu também suas vindas aqui em Vaz Lobo, quando foi conhecendo minha família. Na casa dos meus pais tudo é festa, tudo é alegria, tudo é motivo de brincadeira, a vida pulsa naquele quintal com todos ajudando uns aos outros e em todas as situações, alegres ou tristes. Ali eu percebi que ele pode se soltar, falar o que quiser, a agir como quiser, deixou de ser formal para ser uma pessoa mais solta, mais alegre. Virou o queridinho de todos e acho que isso também fez bem a ele. Percebeu que não o viam como uma pessoa diferente, o viam como uma pessoa boa, de bom caráter, amigo, carinhoso e bastante prestativo. Já não tinha vergonha de se comportar como quisesse. Sabia que ali ele estava no meio de pessoas que o aceitava do jeito que fosse. E isso facilitou para que ele fosse para a vida com essa segurança.
Mostrei a ele que não somos diferentes de ninguém, que na vida tudo é permitido quando não agredimos e nem ofendemos ninguém. Tudo fica mais fácil quando percebemos isso e ele percebeu e foi mudando.
Não era dado a multidões e nem gostava de aglomeração, claro, imagina uma pessoa tímida no meio do carnaval no centro da cidade e no cordão da Bola Preta. Impossível de imaginar. Pois é, ele não se negava nem fugia desse tipo de eventos. Estava disposto a enfrentar pelo simples fato não só de me acompanhar, mas porque tinha vontade e não tinha mais medo das pessoas e nem de se divertir do jeito que quisesse.
Tornou-se uma pessoa alegre, brincalhona e menos formal. Claro que muitas pessoas não conheceram esse seu lado porque ele precisava de um tempo até se sentir a vontade e a se soltar.
Ele me disse que eu trouxe alegria para a sua vida. E isso me deixa muito emocionado de lembrar que fui o causador das alegrias na sua vida. Se antes tinha dificuldades de se declarar para mim, bastava ficar satisfeito com algo que eu lhe proporcionava para me dizer repetidas vezes que me amava. Talvez seja pouco perante todas as outras coisas que ele me mostrou, mas eu trouxe alegria e felicidade para a vida dele. Aprendeu a se divertir comigo, a ser feliz e a dar valor a esses momentos. A vida me deu a oportunidade e o prazer de dividir com ele esses prazeres. Foi bom pra ele e melhor para mim que pude ter uma pessoa que poucas conheceram. Um homem digno, que se permitiu mudar para melhor.

NINO

No ano de 1996 na casa de um criador de Boxer da Cidade de Deus, uma cadela começava a entrar em trabalho de parto. Acostumada a ficar no terraço da casa, é tirada de lá pelo seu dono para que ele possa observar o nascimento dos filhotes. Isso aconteceu no dia 23 de março, todos os filhotes nascem, mas somente um nasce com manchas pelo corpo e no olho. Na visão desse criador esse cão não teria valor comercial nenhum. A Cadela acostumada ao terraço, pega um a um dos filhotes com a boca e faz esse trajeto de volta para onde se sentia melhor. Por um descuido qualquer ela deixa um dos filhotes cair dessa escada e justamente o manchadinho.
Ficamos sabendo dessa história pelo próprio criador, que vai parar na Clínica Cara de Bicho, para saber se tinham como curar o pequeno filhote, já que tinha um hematoma na cabeça e outros problemas de locomoção. O Criador vendo que não poderia lucrar com esse cão, ainda mais acidentado, decide abandonar esse pequeno indefeso na clínica. Não ia gastar dinheiro com um cão que não lhe daria retorno. E pelas mãos do Dr. Eduardo e da Dra. Carmem esse animal que apresentava problemas sérios, começava a reagir e a mostrar sinais que queria viver. Eles dois tinham consciência que ele poderia morrer, mas estudaram, se informaram e com todo carinho lutaram para que esse cão sobrevivesse. Foi um esforço de todos. Eles cuidaram de cada um dos problemas que o cão tinha, a pelagem em determinadas parte não nascia, o estrabismo, a coordenação motora e o hematoma. Fortalecido, precisava agora de um lar. Todos que iam à clínica viam esse pequeno cão por lá, o achavam lindo, sabiam da sua história, mas não se sensibilizavam para leva-lo. Comovido e acompanhando o seu drama desde o inicio, já que o Edu o levava para o nosso apartamento e cuidava dele no final de semana, fui convencido por ele para levá-lo. Depois de 16 anos voltava a ter um cão de estimação, só que agora com muito mais cuidado e preparo já que tinha toda a ajuda de um Veterinário por perto. Foi uma felicidade quando ele chegou bem no dia das mães. Um presente que o Eduardo me deu e nunca deixou de cuidar.
Demos o nome de Nino. Ele crescia forte e aparentemente sadio. Tinha ainda dificuldades na coordenação motora e não latia. Ficamos emocionados quando no primeiro banho ele latiu fino por várias vezes. Pronto, havia superado todas as sequelas que aquela queda lhe proporcionou. Pelo menos achávamos isso, mas tempos depois foi diagnosticada uma epilepsia, provavelmente daquele hematoma na cabeça. Na primeira crise nos assustamos, ele tremia todo, mordia a língua e saia muito sangue. E quando isso acontecia só mesmo o bisturi elétrico do Dr. Eduardo para cicatrizar porque não conseguíamos nem com gelo nem com água gelada. Edu sempre nos socorria nessas e em todas as horas. Passou a tomar gardenal e hidantal. No começo era somente um teste de quanto de medicamento necessitava tomar para controlar as convulsões porque não sabia a extensão da lesão e enquanto isso presenciamos muitas crises. As doses foram aumentando até que se chegou a uma adequada. Edu passou a ler tudo sobre epilepsia canina, se informava com outros profissionais, comprou livros, lia e depois me repassava. Passamos a conviver com um cão epilético e com um maior conhecimento pudemos amenizar suas crises e adequar tudo para o bem estar dele quando acontecia. Nino foi um cão feliz por 8 anos. E iluminou nossas vidas por todos eles. Era alegre e adorava correr pelo quintal. Era um pouco desengonçado é verdade, tinha limitações, mas era o nosso cão e achávamos graça em tudo que ele fazia. Até em dormir demais já que os medicamentos provocava sonolência.
Com o passar dos anos Nino foi apresentando outros problemas e Edu conversava comigo que devido à quantidade de medicamentos que ele tomava, com certeza iria apresentar outros. E assim foi. Morreu no sofá da sala comigo, minha mãe e o Eduardo do outro lado do telefone tentando nos acalmar e a dizer o pouco que poderíamos fazer. O dia amanheceu e Edu passou para buscar o corpo para cremar. Triste dia 30 de setembro de 2004.

terça-feira, março 23, 2010

Nós chegamos a_mar.

Uma gota
Havia uma gota em uma nascente de rio.
Era uma simples gota, nada mais que isso...
Mas em sua insignificância tinha uma utopia, um sonho.
Sonhava em um dia, após vencer a correnteza e chegar ao encontro das águas, virar mar.
Ora, quanta pretensão! Uma gota, uma simples gota, querendo virar mar...
Era difícil, sabia ela, porém não impossível.
E agarrando-se nesse fio de esperança seguiu o seu curso natural de rio,
sempre pensando no dia em que certamente encontraria o oceano.
Desafios foram surgindo: pedras, evaporação, galhos, entre outros obstáculos, mas ela nunca desistia.
Outras gotas que partiram com ela não chegaram ao fim, ficaram pelo caminho.
Esta porém, talvez pela sua persistência, pela fé que tinha, de uma forma ou de outra sabia que um dia chegaria lá;
e de fato, chegou.
Venceu todos os obstáculos, chegou ao encontro das águas e finalmente realizou seu grande sonho.
Hoje aquela gota, aquela ínfima gota, é mar.
Graças à sua persistência conseguiu o que era considerado uma utopia, uma pretensão incomensurável.
Não importa, hoje aquela gota é mar.
Você também pode ser mar, só depende de si próprio.
Você pode ser como aquelas gotas que ficaram pelo caminho, ou como a gota que protagonizou esta estória.
Só depende de você!
Michelle Nunes

Águas que curam.

Águas que curam
Águas que saram
Águas do trono de Deus
Que santificam, que me restauram
Que purificam meu ser

Tua presença eu quero buscar
E saciar minha sede
Águas profundas que vão me levar
Pra te encontrar, oh Deus
Te encontrar, oh Deus

Águas do Trono
Aline Barros

segunda-feira, março 22, 2010

Dia Mundial da água - 22 março

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

domingo, março 21, 2010

Vendo pelos seus olhos



Quando se tem um relacionamento de companheirismo e de parceria, é certo que vamos aprender um com o outro, vamos absorvendo o que o outro tem de melhor e fazer uso durante a vida toda. Eu espero que continue a fazer uso das coisas que aprendi com o Eduardo porque em vida eu vi o quanto ele pos em prática as coisas que aprendeu comigo.
Sempre tivemos bichos em casa mas sem a mínima noção de qual ração dar (nem sei se tinha ração nesse tempo), dávamos comida de panela, e as vacinas eram somente aquelas de campanhas. Enfim, não cuidávamos dos animais como realmente eles deveriam ser cuidados. Tanto que quando morerram desistimos porque foi um sofrimento bem grande. Já que Edu é Médico Veterinário vou começar por fatos ligado aos animais.
Quando entrou na minha vida começou a contar sobre sua paixão pelos animais. Com o tempo fui virando assistente do veterinário, me ensinou muitas coisas sobre medicamentos, a aplicar injeções, tipos de ração, ler sobre determinadas doenças, enfim, virei enfermeiro nas horas que precisava. Vi ele fazer vários partos dificéis, vi sua luta para dar remédio em certos gatos, vi sua disponibilidade para os horários e lugares mais dificéis para poder fazer um atendimento, presenciei várias vezes interromper um almoço, jantar ou mesmo uma festa para sair as pressas para atender, vi sua emoção em ter que fazer uma eutanásia assim como vi os afagos que fazia em todo animal que passase pela sua frente. Eu tinha um orgulho tremendo dessa sua disposição, muitas vezes cansado é claro, mas sempre honrando sua profissão.
Esse amor e conhecimento que adquiri com ele me fez ficar mais sensível a animais por exemplo. Não andava mais impune quando via um cão solitário, um bicho doente, atropelado, que já tentava fazer algo, ou quando não podia, fica sensibilizado com a cena. O que antes me passava desapercebido, com a sua chegada passei a ter outros olhos para essas cenas.
Tanto mudei que aceitei ganhar dele um boxer abandonado na clínica. Depois de 16 anos voltamos a ter um cachorro em casa. Tudo foi mais fácil tendo a ajuda de um veterinário por perto. Agora sim podia dizer que tinha cachorro e sabia cuidar de verdade daquele animal indefeso e tão dependente da gente. Nino (o boxer) foi a alegria da nossa casa por 12 anos, mesmo sendo um cão epilético. E com a chegada do Eduardo em minha vida, do seu olhar sensível para as coisas belas da vida, foram surgindo também os gatos, apareceu um, depois  outro, mais outro e mais outro, até formarmos uma familia de 7 gatos de rua, todos devidamente vermifugados, vacinados e castrados. Em outros tempos teríamos expulsados esses gatos todos, colocados num terreno qualquer e deixados para que a vida desse um jeito neles. Mas agora não, meus olhos via com os olhos dele. Não podia deixar isso acontecer, então ficamos com todos e cuidamos deles. E se não tinhamos condições de ficar com mais, procuravamos quem tinha e podia ficar com esse pequeno indefeso. Em todas as viagens que fizemos não tem uma que não tenha uma história de um animal que se aproximou dele e que não tenha tido sua atenção por um bom tempo. 
E foi assim também para todas as outras coisas. Dava atenção a tudo. Perdia um tempo enorme, eu diria. E eu já não conseguia mais olhar para plantas e árvores como antes. Seu cuidado com a natureza era enorme, era um olhar para detalhes que eu nem percebia, quer seja uma planta esquisita ou um galho seco no meio de uma vegetação verdinha. Eu nunca soube a diferença entre um ibisco e uma papoula. Nem sei se há diferença. Nem tinha muita paciência para plantas. Tanto que brincava com ele que por mim colocava cimento em todo o jardim do apartamento. Ríamos com isso, porque sempre que me pedia para molhar as plantas eu dizia que era parte dele. Mas não dava mais para ser como antes, meus olhos agora viam aquelas plantas como minhas também, não gostava de vê-las secas. Achava bonito ver as flores nascendo, o verde vivo quando terminava de molhar ou quando a chuva caia levantando o cheiro de terra. Quando fomos conhecer a Floresta Amazônica pelo lado do Pará ou mesmo em Rondônia, se encantou com o tamanho das árvores e ouvia atentamente o guia falar das propriedades que cada uma tinha. Se eu não anotasse esquecia tudo mas ele não, podia passar anos que mesmo em outro lugar, quando via uma árvore, me lembrava que já tinhamos visto em tal lugar. Vi sua tristeza e revolta quando cortaram a árvore que havia em frente ao nosso prédio. Não se conformou já que a árvore não estava doente nem apresentava problemas que precisasse ser retirada.
Meu paladar também mudou por sua causa, melhorou, e muito. Não aprendi a cozinhar como ele embora até isso tenha me ensinado,  mas aprendi a valorizar os temperos, a prestar atenção no preparo dos alimentos e até mesmo a ter prazer em estar na cozinha e preparar desde um simples lanche a um almoço caprichado. Não havia diferença. E nada podia sair errado, ele valorizava esse momento como se fosse uma cirurgia importantíssima, um caso de vida ou morte. E ficava feliz quando tudo saia certo e era elogiado por isso. Tanto gostava de preparar a comida como gostava de comer. E comia bem e muito. Íamos aos melhores restaurantes e mesmo durante as viagens procurava sempre comer o prato típico da região, mesmo que fosse uma "buchada de bode". Tinha que experimentar para saber se era bom ou não. Eu admirava esse seu jeito.
Tudo na minha vida passou a ter um outro olhar depois que o conheci. Observar a beleza de um prédio, de um objeto, de uma flor, de uma planta, de gatos brincando pelas ruas ou mesmo numa revoada de pombos. Não tem como eu passar pelo centro da cidade e não me emocionar com o Teatro Municipal, com a Biblioteca Nacional ou qualquer outro monumento. Ele me chamava a atenção para detalhes na arquitetura que eu só via com os olhos dele, para mim o conjunto já era bonito. Passear pelo centro ficou complicado por que me trás lembranças desses passeios, desse seu olhar, da minha preocupação para que ele não caisse ou tropeçasse já que andava olhando para o alto, feliz com a recuperação dos casários antigos.  Essas coisas simples era motivo de felicidade para ele. Eu agora busco esse olhar. Assim como se admirar com uma mesa ou uma moldura, ter certeza que tal objeto ia ficar bom em tal lugar comprar e sair com aquele peso para levar para casa. Quantos objetos foram comprados assim, com esse olhar precioso de um garimpeiro quando vê algo valioso.
Esse olhar que me fez ver que podemos sorrir com pequenos prazeres, que podemos ver beleza e fazer com que isso nos faça bem, um olhar que valoriza tudo, desde pequenas e simples coisas a coisas grandes e valiosas. Me lembro dessas coisas e vou continuar buscando esse olhar para que isso não morra também. Que tudo isso que me ensinou faça com que eu continue melhorando para que eu consiga ver pelos seus olhos o que gostaria que eu fizesse, que caminho seguir. Se aprendemos com a morte como falam, espero eu poder aprender com a dele, mas o mais importante pra mim foi o que aprendi com a vida  e é com esse aprendizado que vou tentar seguir adiante, tentando continuar a  ver a vida pelos seus olhos.

sexta-feira, março 19, 2010

Dia de São José

Hoje é Dia de São José (nada melhor do que ter um santo com seu nome). Espero que São José me dê forças para conseguir melhorar.
São José entrou para a história como o pai adotivo de Jesus Cristo. Olhem que interessante. O nome vem do Hebraico e significa "Deus acrescenta" e que geralmente "indica uma pessoa sensível, confiante e generosa, que sofre com os problemas alheios, muito conciliador e com autocontrole mesmo nas piores situações.
De fato, na Biblia, o carpinteiro José teve muito autocontrole e era dono de um coração enorme. Provavelmente viúvo, de um primeiro casamento sem filhos, ele escolheu uma jovem para ser sua segunda esposa. Ela se chamava Maria e do nada veio com uma história de que estava grávida, isso antes de ambos consumarem o casamento.
José manteve a calma. Ficou triste com a suposta traição da noiva, mas não queria acreditar na desonestidade dela. Para que ela não fosse apedrejada, como mandava a lei Judaica, decidiu que ele mesmo fugiria na calada da noite, assumindo a culpa para si mesmo. Mas o anjo Gabriel apareceu-lhe num sonho, contando que Maria estava grávida do Espírito Santo e daria luz à Jesus, o salvador.
Pois bem, José era um homem de fé, assumiu um filho que não era seu e o criou, amando-o tanto quanto à própria esposa. Morreu em idade avançada, tendo o consolo de ambos na hora fatal. Virou o José mais famoso da história da humanidade. E graças a São José, hoje é dia de homenagear os carpinteiros. E de cumprimentar todos os Josés, Parabéns.


quarta-feira, março 17, 2010

"Quem casa quer casa"


Sempre pensei em casar. Meus relacionamentos sempre foram duradouros, ou pelo menos eu sempre fazia por onde para que eles fossem. Sempre quis casar. Sempre quis um daqueles amigos de filmes que estão sempre juntos em qualquer situação, desde noitadas até brigas. Queria aquele companheiro que tivesse o mesmo pensamento que o meu, ou se não tivesse, embarcasse nele como se fosse o seu. Queria uma pessoa que só em olhar você já sabe o que sente e o que quer, e vice versa. Mas isso não é fácil de se conseguir. Por isso os poucos relacionamentos que tive não foram duradouros como eu gostaria. Estive procurando essa pessoa por um bom tempo e quis o destino que ela aparecesse no momento mais crítico da minha vida, onde minha instabilidade emocional era visível. Como olhar para essa pessoa e saber realmente que ela é a sua cara metade?

Mas foi simples, por mais que eu duvidasse, ele estava ali, na minha frente, a pessoa que eu iria casar. Quem conheceu o Eduardo sabe que mesmo sendo tímido seus olhos traziam uma sinceridade, uma sensibilidade, um carinho, uma força, um companheirismo, um caráter que não deixava dúvidas sobre a pessoa que ele é. E o melhor, o que eu buscava ele também buscava. Nos completávamos. Tudo que eu desejava encontrei nele, era perfeito. Então, a busca do "quem casa quer casa" começava.

De início essa casa foi um quarto no Atelier do Ronald Duarte (seu primo) que ficava da Rua Alice, Laranjeiras. Tínhamos as chaves do Atelier e passamos inicialmente os finais de semana e alguns feriados lá. Não sei se todos sabem como é um atelier de artista plástico mas era uma bagunça e o Eduardo conseguia deixar pelo menos o quarto e o banheiro com cara de casa.

O próximo passo foi com a ajuda do Tio Antonio (tio do Eduardo). Como ele morava em copacabana e iria mudar para São Paulo, ofereceu o apartamento da Barata Ribeiro para que nós ficássemos por lá. Mas era a casa do Tio Antonio e com todas as coisas dele dentro. Morar em Copacabana foi uma maravilha, tudo perto, saiamos a pé para cinemas de rua (que ainda existiam), restaurantes, praia, visitar os amigos que também moravam por ali e fazer compras.

Tudo mudou quando o Eduardo montou com sua amiga de faculdade Carmem uma outra Clínica Veterinária (já que ele já tinha a dele em Nova Iguaçu) em Jacarépagua. O apartamento ficava na freguesia, na rua Beneventes, em frente ao restaurante Planalto, bem próximo da clínica que ficava na Geremário Dantas. Como era um quarto e sala, o tamanho ideal para nós dois, fomos aos poucos colocando o necessário lá dentro. Alguns móveis do antigo dono ficaram por lá e compramos poucas coisas, uma cama, a geladeira, ar condicionado (claro!) e um aparelho de CD. Acho que ainda temos esse aparelho guardado no Recreio. Não tinha quase nada mas era uma casa, e nossa. Dividíamos as contas e pronto, casados e com casa.

Como a clínica ia bem, Carmem propôs alugar uma casa com piscina dentro de um condomínio na Estrada do Gabinal, também em jacarépagua. Faziam com que a casa fosse uma extensão da Clínica, dando cursos de banho e tosa e canil para hospedagem. Era uma casa de dois andares, com três quartos em cima e cozinha e sala embaixo. Bem grande. Nós ocupávamos um quarto. A experiência foi boa porque além de ser um lugar tranquilo, as vezes dávamos grandes festas. O fato é que foi como se tivéssemos andado para trás. Não era nossa casa. Não no sentido de pagar já que a clínica bancava aquele luxo todo, mas no sentido de não ter a cara de uma casa de duas pessoas que se gostam. Mesmo ele tentando distribuir suas coisas de decoração pela casa, essas coisas se misturavam a outros objetos dos outros moradores. O único local com a nossa cara era o quarto. Foi um erro, um retrocesso aceitar morar ali, tanto que com o tempo a sociedade da Clínica se desfez e a casa também.

Voltamos novamente para Copacabana, com o oferecimento do amigo Rogério, que tinha um apartamento por temporada na Paula Freitas, fomos para lá. Era um quarto e sala com cozinha americana e novamente curtimos morar no bairro, caminhadas a noite no calçadão, cinema, boates, teatro, restaurantes, enfim, tudo perto. Para lá não levamos quase nada pois o apartamento por ser de temporada, já possuía móveis. Mas uma vez a nossa casa não tinha a nossa cara.

E o nosso momento finalmente estava chegando com uma proposta de entrarmos num consórcio de apartamentos no Recreio dos bandeirantes. Nossa, nem sabíamos quanto tempo ia durar essa construção. Mas a idéia nos parecia boa. A construção começou em 1997 e em 2001 entramos no apartamento. Não moramos esse tempo todo em copacabana. Como essa construção era na base de cotas, e as cotas aumentavam demais, foram anos dificéis, com pedido de empréstimos em vários bancos e a várias pessoas. Houve momentos que Edu queria desistir mas forçei a barra e bati firme que faltava pouco. Nos apertamos ainda mais e fomos levando. Nesse tempo não tínhamos casa, na verdade cada um ficou na sua e alguns finais de semana dormia em Vaz Lobo ou então em motéis.

Conseguimos. O sonho foi finalmente realizado e o "quem casa quer casa" se concretizou, para nossa felicidade. Nem imaginávamos o quanto nossas vidas ia melhorar nessa ida para o Recreio. Rua Raul da Cunha Ribeiro, esse é o endereço da nossa casa, da casa onde as coisas foram compradas com muito cuidado e carinho, tudo foi pensado lentamente. Tudo foi pensado juntos e comprados juntos. Ele tinha uma noção de decoração que me fascinava, sabe exatamente qual cor combina com o que, qual objeto fica melhor onde, qual tapete, que tipo de movél, que tipo de lustre. Tudo foi comprado juntos, tudo dividido por que esse é o espírito da frase "quem casa quer casa", aturar as conseguências que isso traz, ou seja despesas, preocupações e etc. Mas traz também felicidade, alegria, tranquilidade, harmonia, paz e muito amor. Sim porque esse apartamento é impregnado de amor, pra sempre.

terça-feira, março 16, 2010

Coisas inacabadas.


"Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos". (autor desconhecido)
Sei que muitos vão dizer que tudo isso que vou escrever é bobagem, que deveria deixar isso de lado e seguir vida nova. Tá certo, vou fazer isso. Mas no meu tempo, no tempo que achar que estou pronto para jogar para o alto certas coisas, ou então em não dar valor nem crédito para coisas que ficaram pendentes, inacabadas. Tudo me é permitido, até mesmo continuar as coisas inacabadas.

Não me refiro ao amor que sentia por que esse não ficou inacabado. Tivemos chances de repetir, de expressar esse amor durante esses 19 anos. Quando se tem um relacionamento de parceria como tínhamos, tudo sempre foi falado e dividido. Tínhamos projetos, fazíamos planos. E agora eu simplesmente esqueço tudo isso e recomeço do zero ou dou continuidade no que paramos? Só porque ele passou para o outro lado do caminho eu não devo dar valor as coisas que ficaram pendentes? Penso nisso e ainda não consegui a resposta. Se alguém puder me ajudar nisso, agradeço. Talvez esteja me apegando demais a essas coisas e isso pode estar atrapalhando meu processo de atravessar o luto com menor dor mas não tem como não deixar de pensar em coisas que pensávamos juntos. As vezes éramos um só. Mas ele não está mais entre nós, não precisa mais dessas coisas, nem precisa mais saber se devem ou não serem resolvidas. Ai é que está minha dúvida. Será mesmo? Será que nesse outro lado do caminho pra ele prosseguir em direção a luz não precisará que essas coisas pendentes por aqui devam ser solucionadas? Ele também pode ficar amarrado aqui, tentando finalizar essas coisas pendentes, ou não? Eu não entendo mas sinto que se ele passou para o outro lado tão recente, está tão difícil para mim quanto deve estar para ele , ainda mais quando tínhamos coisas a resolver. Vou em busca dessas dúvidas e espero respostas.

Viagem a Machu Pichu seriam as próximas férias, ou então Amazonas; trocar o aparelho de telefone sem fio porque veio com defeito, refazer o beiral do armário embutido do nosso quarto por causa do cupim, trocar a lâmpada do quarto de visitas e do banheiro porque em ambos as lâmpadas estouraram no bocal, molhar as plantas da praça porque plantou três lá, consertar as bicicletas, trocar a lâmpada do jardim, tirar o computar velho do armário para arrumar mais espaço , colocar moldura nas fotos de filmes antigos que compramos para por no quarto, assistir aos últimos episódios da série 24hs e ouvir os cds comprados. Isso ainda tem valor? Porque antes tinha e agora deixaria de ter? As vezes penso em deixar toda essa merda assim mesmo. Que sentido faz botar moldura nas fotos?

Pois é, pra mim faz. Aprendi com ele a admirar as coisas belas, a valorizar o que é bonito, a criar um ambiente que possamos nos sentir bem e feliz. E se todas essas pendências pensamos juntos, algumas seria de minha responsabilidade e outras dele, agora tenho que pegar pra mim todas as responsabilidades dele e juntar com as minhas e tentar resolver. Só não sei quando porque primeiro tenho que me resolver.

Nossa primeira viagem juntos - 1996.


Roteiro de nossa primeira viagem - Maio de 1996 Cidades históricas mineiras:
No começo do mês de maio começamos a conversar sobre fazer uma viagem de férias. Seria o início de muitas e nem sabíamos que seria assim. Como consegui fazer com que o Eduardo não tirasse mais dias de descanso no carnaval, conversamos que tiraria férias em maio, junto comigo. Claro que no início só consegui arrancar dele uma semaninha. Mas já foi um passo grande. E assim foi.

Conversando com Tio Antonio (Tio do Eduardo), ele acabou traçando um roteiro para que nós conhecessemos as cidades históricas mineiras. Tio Antonio fez um mapa perfeito.

O dia 19 de maio saímos do Rio direto para almoçar em Juiz de Fora, dali para Barbacena e depois dormir em Tiradentes;
20 de maio conhecemos a linda cidade de Tiradentes, fomos para São João Del Rey, seguimos para BH e dormimos num hotel de estrada em Sete Lagoas;

21 de maio seguimos para conhecer a gruta do Rei do Mato (linda!) ainda em Sete Lagoas; Seguimos para Cordisburgo, cidade onde nasceu Guimarães Rosa e onde tem a famosa Gruta de Maquiné (fantástica, imensa!). Fomos para Sabará para conhecer suas igrejas e o casario do século passado. Ainda passamos por Caetés e Barão de Cocais. Chegamos em Caraça, um lugar indescritível a 1.300mts de altitute. Dormimos nesse santuário;

22 de maio logo após o café da manhã visitamos a cascatinha, a capelinha e os arredores do mosteiro. A noite o Padre Tobias alimenta os lobos guaras que vem comer em suas mãos. Uma lembrança espantosa;

23 de maio já havíamos feito algumas amizades e fomos para uma caminhada a uma cascata maior com Iracema e Rosa. O tempo estava nublado mas a visão dessa queda d´água era encantadora. Depois do almoço seguimos viagem para Mariana, outra cidade cheia de igrejas lindas;

24 de maio continuamos em Mariana, cidade bucólica menor que Tiradentes. Assistimos um concerto em uma igreja com um orgão antiquíssimo. Foi lindo. Conhecemos uma mina desativada de ouro e seguimos para Ouro Preto e como tem um lado histórico riquíssimo, resolvemos ficar por lá. Só de igrejas tem 22. Conhecemos o museu do Aleijadinho e a casa da Inconfidência;

25 de maio ficamos até as 11 hs em Ouro Preto e depois seguimos viagem para Congonhas do Campo. Almoçamos por lá porque só há mesmo a igreja dos profetas para conhecer. Seguimos para Tiradentes para passar a noite;

26 de maio retornamos para casa.
Foi uma viagem maravilhosa, não só por ser a primeira de muitas outras que faríamos, mas por perceber que éramos bons companheiros também de viagem, o que um queria fazer o outro topava sem problema algum. Escolhíamos os melhores lugares, fomos aos melhores restaurantes, comíamos as melhores comidas, ele experimentando sempre a comida típica da região e sem falar nas comprinhas. Dessa viagem trouxemos de lembrança alguns objetos que estão preso na parede da cozinha do Recreio, panela de barro que usamos em várias das nossas festas e é claro, vários santos de madeira.

domingo, março 14, 2010

Edu com seu anjo da guarda.


O que é sonhar? São vagas ideias? Acho que sonhos são muito mais do que pedaços de coisas que vivenciamos durante o dia, seja um dia feliz, seja um dia cansativo. Acho que vem de dentro, vem da alma, algo sobrenatural. Não vem da carne. Eu não considero alucinações aleatórias. Como decifrar os sonhos? Existe isso, decifrar sonhos ou basta a nossa interpretação para eles? Não sei mas as vezes me parecem bem reais. Tenho a sensação de que posso tocar em coisas e pessoas no sonho, vejo as cores quanto tem cor meu sonho. Sinto que vamos para um universo paralelo. Será que é o desejo de que aquela coisa aconteça? Será que é acreditar que aquilo realmente existe? Não sei. Li uma vez que sonhar é conhecer Deus e descobrir todos os mistérios da vida.

Lembro de uma entrevista no Jô Soares onde um estudioso sobre o sonho, chama-se Roberto Souza falou que nem todos sabem mas grande parte dos sonhos são na verdade experiências que temos fora de nossos corpos.


Sei que falar de sonhos não é uma tarefa fácil mas estou aqui para falar de um tipo de sonho específico, e não daquele tipo de sonho que temos que ter para concretizar algo na vida.

Não gosto de me lembrar da última semana de vida do Eduardo, não quero lembrar. E o engraçado é que durmo, mesmo que mal as vezes, mesmo que fracionado durante a madrugada, não tenho sonhado nem pensado em nada. Semana passada tive dois sonhos com o Eduardo em dias diferentes mas do mesmo jeito. Eu não o via no sonho, ele me ligava e eu atendia o telefone. Não consigo lembrar da conversa, mas basicamente era "como você está?", "fique bem". Não lembro mais nada. Mas o engraçado é esse bloqueio de não vê-lo. De quem é esse bloqueio, da minha cabeça que não quer lembrar ou é ele que não quer que eu sofra? Sei que meus pensamentos estão confusos vocês devem estar pensando. E estou mesmo. Vou mais, as vezes penso que vou enlouquecer de tanto que tenho pensado. Mas vou voltar aos sonhos porque nessa noite meu pai teve um sonho com o Eduardo. Nesse sonho dele, disse que foi lindo, viu o Eduardo e meu irmão juntos. Nesse sonho ele pedia para meu pai, que sempre reza pelas manhãs para o Eduardo, que continuasse rezando por ele porque estava precisando muito de paz. Pediu que minha mãe também continuasse rezando por ele e pediu para que eu voltasse a usar meu terço para que rezasse por ele. Ele sabe que não estou tendo vontade de rezar, começo uma oração e nem termino. Ainda estou brigado com Deus e todos os outros santos. Mas diante dessa situação preciso repensar isso.

Continuando o sonho o Edu pediu ao meu pai que ele me dizesse que me ama muito e que sempre me amou e que vai amar para sempre. Detalhe, meu pai disse isso pra mim aos prantos. Repetiu que precisa descansar que não está em paz e que está sendo muito difícil para ele. Mandou uma mensagem para minha mãe dizendo que ela saberia o que era (Delicia!). Nessa hora meu irmão intercedeu e falou para meu pai que o Edu estava precisando muito que rezassem para ele porque está difícil. Estava preocupado com o que pensavam dele aqui, das coisas que deixou inacabadas ou enroladas. Se as deixou assim é porque não teve tempo porque as coisas dele sempre foram organizadas e direitas. Pede então para que eu confirme porque eu sabia como ele era. Engraçado porque esse papo se encaixa perfeitamente sobre o que estou passando com relação a problemas familiares. Eu conheci um Edu e os outros outro. Até pra mim fica difícil de ouvir ficarem falando coisas que eles acham que ele fez de errado. Mas enfim, prefiro ficar com o meu Edu. O cara que era feliz aqui em casa e no Recreio. E com essa interferência do meu irmão, terminando dizer que esta sempre ao meu lado que é para eu não ter medo dos obstáculos que irão aparecer, que o sonho se encerrou. Claro, meu pai emocionado e eu olhando perplexo para aquela história toda, tentando encaixar na vida que estou levando, nas coisas que tenho vivido e ouvido. Foi só um sonho, vão dizer. Claro, foi só um sonho. Mas que para mim tem um fundo de verdade enorme. E vão ter sempre. Experimentei sensações que não posso descartar ou minimizar dizendo que foi um sonho e que sonho não é nada.

Digo as vocês que eu preciso acreditar nos meus sonhos, ou nos sonhos para direcionar a minha vida.

Domingo de sol, adivinha pra onde nós vamos?


sábado, março 13, 2010

Final de semana com sol, estaríamos na praia.


Final de semana com sol como esse que tem feito com certeza estaríamos na praia, segundo quiosque depois do posto 9, sempre. Havia um ritual antes dessa partida para a praia, eu separava a cadeira pra mim, a canga para ele deitar (claro, tinha que dormir na praia), o guarda-sol, um livro de veterinária se quisesse ler, os meus jornais atrasados que levava para por em dia, óculos e o dinheiro. Enquanto eu colocava o short por cima da sunga e a camiseta, Edu estava no banheiro passando protetor solar onde sua mão alcançava porque pra mim sobrava (sempre) emplastar as costas dele com sundown. E ainda tinha que ouvir ele falar "passa direito para eu não ficar manchetado". rsrsrs Para quem não faz ideia, manchetar para ele era ficar manchado caso eu não colocasse o protetor espalhando bem. Ele detestava ficar vermelho de um lado e branco do outro. Tinha que ser uniforme essa proteção. Na verdade tem que ser mesmo uniforme. E ainda reclavama comigo porque eu não passava em mim. Como sua mão estava ainda suja de protetor, esfregava na minha cara para me proteger. Nossa, como eu gostaria de ouvir novamente ele dizer " Cuidado para não me deixar manchetado!". Só depois desse ritual saímos para a praia. Detalhe, ele apenas de sunga, sempre. Ainda não tenho vontade de ir a praia, nem tenho visto o sol como deveria, mas sei que quando for esse ritual não existirá. Mas prometo que não vou ficar manchetado, vou fazer o possível para lembrar de passar o protetor. Eu juro!

sexta-feira, março 12, 2010

Todas as cartas de amor... Fernando Pessoa (poesias de Álvaro Campos)


Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, como as outras,
ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
tem de ser,
ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
sem dar por isso
cartas de amor
ridículas.

A verdade é que hoje
as minhas memórias
dessas cartas de amor
é que são
ridiculas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
como os sentimentos esdrúxulos,
são naturalmente ridículas)

Carta que escrevi para Eduardo no primeiro carnaval sem meu irmão.


Essa carta escrevi para o Eduardo antes dele viajar para passar os dias de Carnaval em Cascata, distrito de Casemiro de Abreu, para descansar. Sim, porque antes de me conhecer o Edu não tirava férias. Nunca conheci uma pessoa que trabalhasse tanto, e aproveitava o carnaval para descansar. Ele queria que eu fosse, ainda não sabia o quanto carnaval era importante para mim e para todos na minha casa. Eu disse que não iria porque seria o primeiro carnaval que passaríamos sem meu irmão e gostaria de ficar junto com meus pais nesses dias. A festa para o meu irmão era ainda mais forte. Ele trabalhava num atelier (Atelier do Getúlio Barbosa)e vivia essa sensação de alegria, felicidade, brilho, cor por muito mais tempo que nós. Não fizemos nada no carnaval, ganhamos ingressos e em forma de homenagem fomos ver o desfile do Império Serrano no grupo de acesso. Expliquei nessa carta para o Eduardo essa sensação que nos abatia naquele carnaval. Me prometeu voltar na terça feira. E cumpriu. Lembro que me disse que só não voltou antes porque queria descansar mesmo porque a saudade foi grande. Quis voltar e ver que carnaval é esse que me prendia aqui. E viu. E aprendeu a gostar. Tanto que nunca mais de afastou nesses dias porque a partir desse ano passamos a tirar férias juntos, em maio. Mas essa postagem não é para falar de carnaval, já que temos muito que falar sobre a festa, é sobre escrever cartas. Coisas que nunca tive vergonha de fazer. Sou desse tempo, de escrever cartas. E me orgulho de ter feito declarações de amor para ele sempre, quer por palavras, quer por gestos ou por cartas.

quinta-feira, março 11, 2010

ESSE LOCAL É ONDE IMAGINO QUE VOCÊ ESTEJA AGORA.

Meu amor, tiramos essa foto durante nossa última viagem de férias em 2009, nas dunas de Jericoacoara. Ficávamos ali horas vendo o mar, o por do sol, as pessoas, os animais, você descansando na areia e eu brincando com a máquina. Ríamos de tudo, você como sempre ria de mim com as fotos mais mirabolantes que eu queria tirar, as posições mais incríveis e nos lugares mais perigosos, como na ponta da duna. Ria das minhas bobeiras e eu gostava de te fazer rir. Nós dois nos bastávamos para tudo, principalmente para nossas bobeiras. Poucas pessoas conheciam seu bom humor. Tínhamos nossos códigos e brincadeiras. Eram momentos só nossos. Acho que você aprendeu isso comigo. Lembrar agora de como eu tirava uma gargalhada sua é algo que me dói muito. Iluminava meu dia, minha vida.
Sei que vai continuar iluminando minha vida, meu caminho, acho que ainda mais. Não entendo muito dessas coisas, estou tomando coragem para procurar ajudar espiritual para entender. Ou não. Mas quero pensar em você assim, num lugar como esse, sereno, calmo, lindo, com uma brisa soprando no seu rosto e aliviando seu calor. Um lugar de Paz.

quarta-feira, março 10, 2010

PRECISO DE VOCÊ PARA VOLTAR A CAMINHAR.

Sinto falta de caminhar ao seu lado, de me amparar no seu ombro, de segurar a sua mão e sentir a força do seu abraço.
Essa minha caminhada agora vai ser triste porque com você era muito mais bonito, muito mais divertido. Mas tenho certeza que estará sempre ao meu lado porque eu nunca vou esquecer de você.

terça-feira, março 09, 2010

Essas mãos são especiais!

Essas fotos são apenas uma mostra do carinho e da disponibilidade que ele tinha para com os animais. Não adianta, parava sempre para acariciar, dar comida, cuidar, brincar, admirar e curar.

domingo, março 07, 2010

MERDA!!! PORQUE TINHA QUE SER ASSIM?


8 de março - Dia Internacional da Mulher.



Bom dia e parabéns as mulheres que fizeram e fazem parte das nossas vidas. Como são fantásticas todas que nos rodeiam. Sei que em cada casa tem essa mulher especial que tem fibra, é forte, corajosa e ao mesmo tempo frágil e sensível. Nessa caminhada construindo e solidificando nossa relação, esbarramos em várias dessas mulheres, dispostas a ajudar sempre, com o coração aberto, carinhosoas e amorosas. Dessas que abraçam, beijam, olham nos olhos quando falam, seguram na gente, riem, choram, enfim, calorosas.


Minha mãe sempre foi essa mulher, guerreira que me faz ter orgulho a cada dia pelas coisas que faz e fala. Como me ajuda, como nos ajudou. Tem força, teve força para superar a perda de um filho, encontrou ela mesmo a ajuda para passar por esse luto, se confortou na fé. Parece que não se cansa nunca, difícil adoecer, graças a Deus! Perdeu um filho mas ganhou outro porque era esse sentimento que tinha pelo Eduardo, de um filho querido e amado.


Silvana (prima do Eduardo), uma menina/mulher, cheia de sonhos e de alegria. Vivia para o lar, para o marido, a sogra, os pais. Sua voz calma e devagar mostra como é amiga e o quanto pensa antes de falar para não magoar aqueles que gosta.


Vera, Simone e Luci (mãe e filhas); conheci essa familia em novembro de 1992 e amei as 3 de cara. Vera é uma daquelas mãezona que é amor a toda prova. Também vem de uma tragédia na familia o que a faz ser ainda mais sensível e frágil. Mas suas palavras não. Suas palavras tem força. Ela sempre procura as palavras certas, colocando seu exemplo de lado, fazendo com que busquemos a melhor forma de superar porque não há fórmulas a serem seguidas. Sempre gostei de conversar com ela, conversei com ela sobre a morte do meu irmão na época e agora da perda de nosso amigo, sim porque elas sempre estiveram juntas do Eduardo. Sei o quanto o amavam. Se a mãe é assim, as filhas não podiam ser diferentes. Basta olhar no sorriso, na gargalhada das duas para tudo melhorar, o sol brilha, o dia ganha cor e a gente com certeza melhora.


Tia Tomázia, mãe do Ronald e tia do Eduardo; é essa mulher avançada para o seu tempo, tem um coração de ouro, seu sorriso é do tamanho do coração e olha que seu coração já deu trabalho certa vez, mas a força que ela tem a faz viver intensamente tudo. É uma mulher moderna. Compreende a evolução do mundo, dos seres e respeita. Sem desmerecer sua mãezinha, o Eduardo queria muito que sua mãe fosse assim, como a Tia Tomázia.


Sueli (esposa do Ronald); outra mulher batalhadora e guerreira. Atravessou problemas de saúde que poderiam lhe derrubar mas enfrentou o problema e está ai, linda, esplendorosa. Soube em poucas palavras resumir a passagem do Eduardo pela terra. Seu beijo e as palavras firmes para comigo foi de uma mãe que dá segurança para o filho, que o protege.


Sheila; de funcionária passou a amiga e de amiga a irmã. Daquelas pessoas que podemos contar sempre, nos momentos alegres, e graças a Deus foram muitos, aos momentos tristes. Sempre soubemos que poderia contar com ela para tudo. Esteve sempre presente em toda nossa trajetória. Uma outra mulher guerreira, forte, alegre que está sempre em busca de melhorar e Edu tinha orgulho disso. Me dizia que nunca viu uma pessoa progredir em todos os sentidos como a Sheila. Eu respondia que achava que era nossa convivência que fazia a empurar para frente. Uma mulher furacão, arrebatadora nos sentimentos.


Dn Lucia (mãe do Eduardo); uma mulher que vive para os filhos como toda mãe mas mesmo com tantos problemas de saúde nunca ouvi dela reclamações com relação a isso. Nunca se fez de pobre coitada com relação a tantas limitações que a vida lhe impôs, por isso a considero forte e guerreira.


Cássia Valéria é daquelas amigas que fomos conquistando aos poucos, lentamente. Logo de cara vc percebe a sua bondade, sua disposição em ajudar. Nossa amizade foi igual a uma planta, regada todos os dias para que crescesse e florescesse. E assim foi. Um previlégio conviver com essa mulher sózinha que carrega sua família com força e coragem. Um exemplo pra nós, sempre foi. Nas nossas conversas sempre soubemos valorizar o quanto sacrifício essa filha fez e faz pela mãe e os familiares. É tão bonito de se ver que sempre estivemos juntos, olhando, por perto para sempre que precisasse pudesse contar conosco. Nossas vidas estão ligadas, não temos mais como nos separar, outra irmã querida que mora no coração. Tantas viagens, tantas histórias, tantos desabafos, tantas conversas, tantos aprentizados, mesmo em Palmares ou em jacarépagua, nunca nos separamos e nem vamos.


Teresa, nossa, oque falar dessa amiga? Alegria pura. Nos conhecemos numa viagem ao Pará, foi diversão o tempo inteiro que qdo nos separamos parecia que não íamos nos ver mais. Passou-se um tempo e ela reapareceu em nossas vidas aqui no Rio, e olha que ela é do Rio Grande do Sul. Nem parece que ficamos sem nos ver por tanto tempo. Outra mulher batalhadora, sempre buscou o melhor para ela, lutou e conseguiu. Também passou por momentos tristes recentemente, quis poupá-la mas não deu. Sempre presente, mesmo distante estivemos em sintonia sempre. Tivemos o prazer de ir conhecer sua familia já que ela já conhecia a nossa e esses laços ficarão para sempre, não se desfaz com a distância. É especial, única. Maravilha é poder lembrar de suas histórias que nos fez tanto rir todas as vezes que estivemos juntos, os três.

Parabéns a Janaína, Adélia, Eveline, Janete Soares, Carmem Lúcia, Denize, Silvinha, Patricia, Andrea, LuciaHelena, Mara, Eliane, Flávia, Cacau, Marcelle, Amanda, Carla, Marcela, Luciana, Célia, Gilda, Ieda, Deise, Luci, Sonia Maria, Fabiana, Flavinha, Simone, Renata, Carolina, Magda, Magali, Mônica, Dn Tereza, Isa, Adriana, Sandra, Mariangela, Rita Cadillac, Rachel Valença, Inês, Valéria, Solange, Márcia, Cláudia e tantas outras.




Sei que outras mulheres passaram por nossas vidas, mas me perdoem, essas estão marcadas como cicatrizes, essas são muito especiais, essas vivenciaram conosco todas as fases das nossas vidas, as alegres, que foram muitas e as tristes. Mas todas são mulheres guerreiras, mulheres de força, de coragem, que estarão sempre procurando o melhor, não só para elas mas para aqueles que as cercam. Obrigado por vocês existirem! Nós agradecemos por tudo que fizeram por nós dois

ESTAREMOS SEMPRE JUNTOS!




Isso que vivi não vão me tirar nunca! Amar e ser amado!




sábado, março 06, 2010

Choveu hoje! Mas o sol sempre brilhou para nós dois.


Estranho essa sensação. Esta chovendo e estou pensando no Eduardo. Não acho que seja por causa da chuva, acho que é porque estou em casa sem fazer nada e como ele gostava disso, de ficar em casa, sem fazer nada, deve ser por isso. Claro que gostava de sair, de passear, de se divertir, mas com o tempo assim, e se ainda por cima tivesse trabalhado, com certeza gostaria de ficar em casa, descansando. Ficávamos na varanda, deitados na rede ouvindo e vendo a chuva cair molhando as plantas, molhando a varanda, molhando tudo.

Estranho pensar que ele não está vendo essa chuva que está caindo, estranho não poder ligar para ele para saber onde está, se está preso em algum engarrafamento. Tive vontade de pegar o telefone e ligar qdo vi no telejornal que a cidade estava um caos. Ri desse meu impulso. Estranho a sensação de não ter ninguém para se preocupar comigo se estou na rua e cai uma chuva dessas. Sinto falta dessa preocupação, desse cuidado que ele tinha comigo. "Onde você está?", "Não demore", "Cuidado". Esquisito não ter alguém para te proteger, mesmo que para dizer essas palavras. É tão bom ouvir isso. Essa sensação. Tão bom a vida a dois. Ninguém nasceu para ficar sozinho. Pelo menos eu acho, eu não nasci. Tudo a dois é mais legal, mais bonito.

Chuva nunca fez parte da nossa vida, não consigo lembrar de outra situação com chuva que não seja essa do Recreio, da paz que dava, ainda mais quando faltava luz. Mas se um dos dois não estivesse em casa, com certeza a ligação era certa para saber onde o outro estava. Lembro que falávamos que em todos os lugares onde íamos nas férias o sol ia bagagem. Lugares que chovia torrencial uma semana antes, quando chegávamos aparecia o sol. Em todas as nossas férias em maio foi assim. Mesmo nessa última pelo ceará não foi diferente. Ceará estava em calamidade pública, Jericoacoara chegou a ficar ilhada, com a estrada interditada mas chegamos e o sol apareceu. Tínhamos sempre a certeza que o sol brilhava pra nós. Ele não nos deixava na mão. Não há foto alguma em todos esses anos onde a chuva pudesse atrapalhar a viagem, as férias. O sol esteve presente sempre, brilhando. Espero que ele continue brilhando.

NÃO ME ABANDONEM! Ninguém!


Como podes apoiar e ajudar outra pessoa que está em processo de luto?


• Seres um bom ouvinte;
• Estando presente;
• Perguntar sobre a sua perda;
• Fazendo-lhes telefonemas;
• Deixando-os sentirem-se tristes;
• Não minimizar a sua perda;
• Fazendo perguntas sobre o que estão a sentir;
• Partilhar os teus sentimentos;
• Relembrar a perda;
• Ter consciência e conhecimento da dor;
• Estares disponível sempre que puderes;
• Falares das tuas próprias perdas.

sexta-feira, março 05, 2010

DEZEMBRO DE 1992


Foi um ano muito duro, triste na minha casa mas dentro de mim não me continha de tanta felicidade que conhecer o Eduardo me proporcionava. Vivia dividido entre a tristeza e felicidade. Alternava esses momento, em casa tristeza e fora de casa um novo José Carlos, revigorado, feliz.

A semana começou 02/12 (segunda-feira) indo no aniversário de uma amiga (Nilda)de onde trabalha na época (CBPO). Foi bem legal, me diverti um pouco e de lá mesmo liguei para o Eduardo pois estava com saudades. Usei o telefone da casa da Nilda porque nessa época não havia celular, ou pelo menos eu ainda não tinha. Quando cheguei em casa as 11:00hs liguei de volta ele que já estava deitado mas não se importou de eu ter ligado. Estava meio zonzo pela bebida da festa, sentiu que estava animadinho e pediu para que eu fosse descansar. Dormi tranquilo.

03/12 (terça-feira) Liguei para o Eduardo para avisar que havia posto um anúncio no balcão (nem sei se esse jornal de anúncios ainda existe) para a venda de 2 filhotes de dobermann que ele havia me pedido. O valor dos filhotes era de Cr$ 35.000,00 cada e ia sair na sexta, segunda e quarta-feiras. Falei que havia comprado uma blusa para o Ronald (primo dele) na Twin e ele se interessou em comprar também. Era uma loja que reproduzia em camisas obras de pintores e como o Ronaldo é artista plástico, achamos que ia gostar. Pediu que eu comprasse uma para ele também dar.

06/12 (sexta-feira) Eduardo veio aqui em casa, fomos ao Rio Sul e de lá para a casa do Ronald.

08/12 (Domingo) Acordamos tarde. Logo após o café fomos para a praia com a Vera e a Simone. Foi uma tarde super agradável. Conversar com a Vera é demais! Essas 3 mulheres serão um capítulo a parte nesse blog.

09/12 (segunda feira) Surpresa boa foi receber uma ligação do Eduardo quando eu me preparava para dormir. Que sensação boa, meu Deus! Fiquei nas nuvens! Felicidade é isso que estou sentindo! escrevi isso na minha agenda para marcar bem o que sentia quando o Eduardo me proporcionava surpresas. Uma pessoa fechada como ele, era difícil isso acontecer, ele deixava de ser previsível pra mim. Senti essa sensação de felicidade e continuei escrevendo: Obrigado Meu Deus! Que bom que isso existe!

10/12 (terça-feira) Começamos a arrumar a casa para o Natal. Ninguém está animado. O meu irmão não melhora. Mas temos .Rezávamos muito para que ele ficasse bom.

12/12 (quinta-feira) Tinha ido na casa de um amigo (Eurico) depois do trabalho, o telefone dele estava mudo e só pude ligar para o Eduardo qdo chegasse em casa. Foi o que fiz mas a mãe dele atendeu dizendo que ele estava dormindo, estava cansado por ter trabalhado demais. Caramba, e pensar que foi assim a vida inteira. Fiquei chateado e no dia seguinte iria me desculpar.

14/12 (sábado) 3 meses juntos

18/12 (quarta-feira) Liguei para Vera para me dar uma dica de qual presente comprar para o Eduardo. Eu e Eduardo nos falamos 3 vezes ao dia. Isso viria a se tornar um hábito nesses 19 anos. Felicidade existe, escrevi na minha agenda.

20/12 (sexta-feira) Festa de final de ano no meu trabalho. Liguei para o Eduardo e ele veio me buscar com o Ronald as 21:15hs. Foi ótimo. Fomos para a casa do Ronald e depois me trouxe em casa. Quanta felicidade!

22/12 (domingo) Nesse início que estavámos nos conhecendo, ficavámos no atelier/casa do Ronald em Laranjeiras, mais especificamente na Rua Alice. Ronald sempre foi parceiro. Um primo adorável e solicito sempre. Já tinhamos até a chave do atelier. Acordavámos já rindo com as brincadeiras do Ronald, nós 3 éramos uma festa só de tanta palhaçada. Me protegeu contra as investidas do Ronald em cima de mim. Primeira demonstração de ciúmes e de carinho. Tudo brincadeira porque o Ronald é assim mesmo mas no início como essas demonstrações tem um peso grande. Depois do café fomos a praia com a prima dele, Silvana. Foi bem agradável. Pesquei numa conversa entre ele e Silvana que ganharia um tênis de presente de Natal. Almoçamos com ela e a tarde fomos ao cinema.

24/12 (terça-feira) É natal. Eduardo veio aqui em casa e conheceu minha mãe pela primeira vez. Fomos ao Shopping depois. Comprei um disco das Escolas de Samba. Foi no estacionamento mesmo que ele me entregou o presente; o tênis (que já sabia) e uma bermuda. Fiquei bastante feliz por ele ter sido tão carinhoso e envergonhado. Essa característica Edu levou para a vida toda: tímido mas carinhoso. Qdo voltamos eu entreguei o presente que comprei para ele, uma blusa branca, claro.

25/12 (quarta-feira) Só me ligou as 13hs. Disse que não havia ligado na noite do dia 24 porque o telefone de casa ficou ocupado por um bom tempo e acabou indo dormir. Falou que havia gostado da blusa, me falou sobre o seu natal, perguntou sobre o meu. Falou que passaria a tarde aqui em casa para sairmos, mas não quis entrar. Me proporcionou uma surpresa, estava realmente saindo do previsível. Foi bom ficarmos juntos.

O Final de ano foi passado em Cascata, já contado em outro ponto abaixo.

Quis contar sobre o final desse ano por dois motivos. Primeiro porque me fez sentir mais leve o peso da tristeza em ver meu irmão doente, e nesse final de ano pude conferir algumas características do Eduardo que foram se firmando por esses 19 anos. Todas foram melhoradas com certeza mas algumas ele manteve. Foi um final de ano especial pra mim, conheci a felicidade a partir dai, senti como é bom poder dividir tudo com uma outra pessoa de como é bom a vida a dois. Por isso durou tanto tempo e duraria mais se não fosse as injustiças da vida. Pensava em ficar velhinho ao seu lado e ele ao meu, sempre falávamos sobre isso, de como seria nossas vidas como idosos. Queria muito que ele cuidasse de mim!

quarta-feira, março 03, 2010

A gente não cansava de ser criança sempre.


Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito
Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor
E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância
Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só
Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos

"Velha infância"
Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Pedro Baby e Davi Moraes

A morte não é nada "Santo Agostinho"


A Morte não é Nada

" Santo Agostinho "

"A morte não é nada.

Eu somente passei para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.Rezem, sorriam, pensem em mim.Rezem por mim.Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.Porque eu estaria fora de seus pensamentos,agora que estou apenas fora de suas vistas?Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...Você que aí ficou, siga em frente,a vida continua, linda e bela como sempre foi."