segunda-feira, novembro 29, 2010

Vó Zilah

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Sou o primeiro neto pelo lado da família da minha mãe, logo, minha vó sempre a segunda mãe. Em todos os sentidos a Vó Zilah fazia tudo que minha mãe fazia, ou seria o contrário, minha mãe é que repetia atitudes que aprendeu com ela. Não importa. Bastava minha mãe solicitar que lá estávamos nós pronto para obedecê-la. Sou de um tempo que se obedecia e respeitava os mais velhos.

Colocava nossa comida, nos informava a hora para ir para a escola, ficava em casa tomando conta da gente, enfim, dispendia seu tempo para ficar ao nosso lado. A proximidade das casas facilitava. Não fomos crianças de dar trabalho, pelo menos naquela época não havia essa agitação que de uns tempos para cá as crianças tem. Era uma rotina sem grandes turbulências, o que facilitava e muito o seu trabalho. Eu sempre fui mais calmo que meu irmão, que vez por outra aprontava alguma. Ele sempre conseguia tirar alguém do sério. E para tirar a vovó do sério era preciso realmente algo muito grave. Mas Vó tem carta branca da mãe para fazer o que quiser, pois ela sempre terá razão e sabia dar um jeito nessas situações.

Fomos crescendo com ela sempre presente, aquela que protege e cuida quando a mãe não está por perto. Lembro que fomos um show da Elba Ramalho no Maracanãzinho e ela junto, pois naquele tempo um adulto tinha que estar junto dos adolescentes para ir a certos eventos. Não se imaginava naquela época um adolescente ir a um grande show sem um responsável.

Topava qualquer parada. Muitas vezes era ela quem acompanhava minha mãe nos jogos do Vasco, mesmo que fossem no campo do Olaria ou do Bangu. Quando desfilamos pela primeira vez, foi ela quem fez companhia a minha mãe para nos levar a concentração do desfile.

Nasceram outros netos e ela sempre ali presente e pronta para ajudar. O tempo foi passando e a osteoporose surgiu no seu caminho para diminuir seu ritmo. Uma queda limitou seus movimentos e mesmo com duas cirurgias, a situação foi ficou difícil. Agora éramos nós que tínhamos que ir até ela.

Por vários dias ela ficava na sua cadeira na varanda da sua casa, de pescoço em pé para acompanhar tudo que acontecia no quintal e sempre me acenava quando eu saia para o trabalho. Como estava sempre atrasado, então também repetia apenas com um aceno. Certa vez minha mãe chamou minha atenção para que eu perdesse mais tempo com ela, pois não estava dando a devida atenção. Bastou me chamar a atenção para que eu relembrasse toda sua dedicação e carinho da vida toda. Passei a ir à sua varanda, bater um papo, beijá-la e na despedida ser abençoado com um ”Vai com Deus e tenha um bom dia de trabalho”. Nunca fui bom em sentimentos como paciência e tolerância, mas com certeza passei a exercitá-los e compreende-los melhor neste momento.

Fico feliz de ela ter conhecido o Eduardo. Por um bom tempo, principalmente nessa fase de limitações, Edu pode nos ajudar em vários momentos. Além de ter sido um anjo bom para mim, foi um anjo bom também para minha mãe, pois nunca se furtou em ajudar, quer seja para carrega-la na cadeira, dar explicações sobre exames e remédios ou leva-la de carro para médicos e passeios. Paciente e carinhoso foi com sua ajuda que pudemos leva-la para a festa de aniversário do Francisco em São José dos Campos.

Impressionante que algumas pessoas partem, mas sua presença é tão forte que parece que só foram dar uma saída, mas voltam a qualquer momento. Com minha vó é assim. Tanto que se minha mãe não está em casa e alguém pergunta onde ela está, respondo: “está na casa da Vovó”. E acho que vai ser sempre assim.

sábado, novembro 27, 2010

Convivência


A vida vem de Deus, a convivência vem de nós.

Aqueles companheiros que nos partilham a experiência do cotidiano são os melhores que a Divina Sabedoria nos concede, a favor de nós mesmos.

Se você encontra uma pessoa difícil em sua intimidade, essa é a criatura exata que as leis da reencarnação lhe trazem ao trabalho de burilamento próprio.

As pessoas que nos compreendem são bênçãos que nos alimentam o ânimo de trabalhar; entretanto, aquelas outras que ainda não nos entendem são testes que a vida igualmente nos oferece, a fim de que aprendamos a compreender.

Recordemos: nos campos da convivência é preciso saber suportar os outros para que sejamos suportados.

Se alguém surge como sendo um enigma em seu caminho, isso quer dizer que você é igualmente um enigma para esse alguém.

Nunca diga que a amizade não existe; qual nos acontece, cada amigo nosso tem as suas limitações e se algo conseguimos fazer em auxílio do próximo, nem sempre logramos fazer o máximo, de vez que somente Deus consegue tudo em todos.

Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, ajude-os a ser livre para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você à independência própria para ser você, em qualquer lugar.

Quem valoriza a estima alheia, procura igualmente estimar.

Se você acredita que franqueza rude pode ajudar alguém, observe o que ocorre com a planta que você atire água fervente.

Abençoemos se quisermos ser abençoados.

Respostas da Vida. Ditado pelo Espírito André Luiz



sexta-feira, novembro 26, 2010

Solidão

Solidão (Chico Buarque)


Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.

Solidão não é sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.

Solidão não é retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.

Solidão é muito mais que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Morrer lentamente!

Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve musica, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os iss em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

SOMENTE A PERSEVERANÇA FARÁ COM QUE CONQUISTEMOS UM ESTÁGIO ESPLENDIDO DE FELICIDADE.


Pablo Neruda.

terça-feira, novembro 23, 2010

Quem é esse Bebê?


Eu vim dum pequeno Mundo,
Cheio de conforto sem par.
Mundo que a mamã carregou,
Onde me ajudou a formar.
*
O tempo se foi passando,
Quando chegou o momento.
Para este Mundo passei,
Não sem algum sofrimento.
*
Da mudança não gostei,
E para isso mostrar
Preguei dois valentes berros
Comecei logo a chorar.
*
De alguém que eu já conhecia
Me puseram sobre o peito
Pois da minha mamãzinha
Eu conheci logo o jeito.
*
Senti tanto aconchego
Que não esbocei mais um ai
Vi outro olhar ternurento
Por instinto: era o meu pai.
*
A conversa já vai longa
E ainda não sei falar
Sei que todos me percebem
Nem que seja p'lo chorar.
*
Aqui estou como quiseram
Querido Pai, querida Mãe
Eu farei o meu melhor
Façam o vosso, também.
M.F.S.
 

sábado, novembro 20, 2010

Ter Consciência Negra!

Li este texto no blog http://www.mariafro.com.br/ e achei tão bonito que gostaria de compartilhar com vocês nesse dia da Consciência Negra. Leiam com atenção!

Ter consciência negra, significa compreender que somos diferentes, pois temos mais melanina na pele, cabelo pixaim, lábios carnudos e nariz achatado, mas que essas diferenças não significam inferioridade.

Ter consciência negra, significa que ser negro não significa defeito, significa apenas pertencer a uma raça que não é pior e nem melhor que outra, e sim, igual.

Ter consciência negra, significa compreender que somos discriminados duas vezes: uma, porque somos negros, outra, porque somos pobres, e, quando mulheres, ainda mais uma vez, por sermos mulheres negras, sujeitas a todas as humilhações da sociedade.

Ter consciência negra, significa compreender que não se trata de passar da posição de explorados a exploradores e sim lutar, junto com os demais oprimidos, para fundar uma sociedade sem explorados nem exploradores. Uma sociedade onde todos tenhamos, na prática, iguais direitos e iguais deveres.

Ter consciência negra, significa sobretudo, sentir a emoção indescritível, que vem do choque, em nosso peito, da tristeza de tanto sofrer, com o desejo férreo de alcançar a igualdade, para que se faça justiça ao nosso Povo, à nossa Raça.

Ter consciência negra, significa compreender que para ter consciência negra não basta ser negro e até se achar bonito, e sim que, além disso, sinta necessidade de lutar contra as discriminações raciais, sociais e sexuais, onde quer que se manifestem.

TEXTO: Raimunda Nilma de Melo Bentes

quinta-feira, novembro 18, 2010

O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:7)

“Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida”


Li essa reportagem no globo de domingo e gostaria de compartilhar com quem não leu, pois além de ouvir uma linda história, ficamos conhecendo a medicina paliativa.

Aos 26 anos, o motorista pernambucano Renato de Souza Ferreira realizou aquele que seria seu último sonho: casou-se com Daniela de Assis, de 24. A festa teve de tudo: vestido branco, terno, bolo, convidados, a presença de parentes e da “nova família” de Renato – médicos, enfermeiros e doentes que, como ele, lutam contra o câncer. A enfermidade avançou sobre quase todo seu corpo.

Mas apesar da parafernália para mantê-lo vivo – soro, tubo de oxigênio, cateter -, casou-se feliz. O casamento, civil e religioso, foi no setor de oncologia do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

Renato inaugurou um presente que a direção do Imip criou para seus pacientes, quase todos em estado terminal: a caixa dos desejos, em que os pacientes depositam seus sonhos ainda não concretizados. Cabe ao hospital tentar realizá-los. Até o final deste mês, o Imip inaugura a Casa dos Cuidados Paliativos, um prédio que pouco lembra um hospital, terá solário e música ambiente.

- É uma tentativa de humanizar a morte, de evitar outras dores além da física – observa Jurema Telles, coordenadora de oncologia.

Pouco difundida no Brasil, a medicina paliativa, é uma especialidade voltada para atender pacientes na mesma situação de Renato. Os Cuidados paliativos são preconizados pela Organização Mundial de Saúde. No Brasil, só em setembro, esse ramo foi reconhecido pela Associação Médica Brasileira. A medicina paliativa está prevista no SUS.

- Almejamos abrir espaço para afetividade, generosidade e compaixão – explica Juliana Guerra, coordenadora do laboratório de comunicação da Faculdade Pernambucana de Saúde, parceira do Imip.

Para Renato, o casamento tinha um sentido de urgência.

- Antes eu não casava porque não tinha tempo. Estava sempre adiando. Mas o tempo mudou. O hoje pode não ser o amanhã, e o amanhã pode ser tarde demais.

Ele e a namorada viviam juntos há seis anos. Desde 2008, quando descobriu ter câncer renal, a rotina do casal mudou. Renato se internou em setembro e Daniela deixou a cidade onde residiam, para ficar ao lado dele. No fim do mês passado ele revelou aos médicos sua vontade de formalizar sua união. Temia morrer sem se casar com a mulher amada. Todos se mobilizaram e, em três dias, a festa estava pronta.

- Fomos adiando o casamento. Quando ele adoeceu, sobrou esse como nosso único desejo. – conta Daniela.

No dia seguinte a cerimônia, Renato, em estado terminal, dava sinais de que a felicidade tem grande poder sobre o sofrimento. Ele chegou a dispensar o oxigênio, e um clima de otimismo dominou a enfermaria.

Um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” apontou sobrevida de três meses em pacientes terminais que foram submetidos a cuidados paliativos, surtindo efeitos que superaram os da quimioterapia em pacientes com câncer.

Na noite da última quinta feira, Renato não resistiu mais à doença e faleceu. Mas ao contrário do que ocorre normalmente – quando os enfermos são sedados e não tem direito a decidir sobre a medicação -, o pernambucano solicitou que os médicos o livrassem de sedativos. Queria ter consciência da própria morte. Pediu um carinho a mulher e a presença da família ao seu lado.

- A morte de Renato foi uma lição de vida para todos nós. – disse a enfermeira Fabiana Braga.

Às vésperas de morrer, Renato comoveu a equipe médica que o atendia. Indagou se alguma parte do seu corpo ainda servia, mesmo sabendo que a metástase se espalhara pelo fígado e outros órgãos. Os profissionais responderam que seus olhos estavam perfeitos. Renato então doou as córneas. Na última sexta feira, seu corpo foi enterrado no município de Santa Cruz do Capibaribe, como era seu desejo. A mulher Daniela parece ter aceitado com naturalidade a morte prematura do companheiro. Mas o atendimento do Imip ainda não acabou. Depois do falecimento do marido, ela terá assistência psicológica – como recomenda a medicina paliativa.

Por Letícia Lins (Jornal O globo de 14/11/2010)



terça-feira, novembro 16, 2010

Pedi e Obtereis

A melhor coisa que me aconteceu nesse período foi ter tido forças para entrar no Centro Espírita Irmã Maria Angélica e ali ter encontrado um conforto, uma paz e começar a estudar a doutrina espírita. Tenho aprendido muitas coisas que me deixam muito feliz e fortalecido. Uma dessas coisas é o que pedir e como pedir nos momentos de aflição. Nem sempre tive certeza do que aquilo que pedia era certo. Mas aprendi que podemos pedir o que quisermos. Não me envergonho por pedir. Se vou ser atendido não sei, mas pelo menos agora eu entendo.

Podemos pedir a Deus benefícios materiais, e Ele pode nos atender, quando tenham um objetivo útil e sério. Mas, como julgamos a utilidade das coisas do nosso ponto de vista, e sendo a nossa visão limitada ao presente, nem sempre vemos o lado mau do que desejamos. Deus, que vê melhor do que nós e apenas quer o nosso bem, pode nos recusar o que pedimos como um pai recusa ao filho o que poderia prejudicá-lo. Se o que pedimos não nos é concedido, não devemos desanimar por isso; é preciso pensar, ao contrário, que a privação do que desejamos nos é imposta como prova ou como expiação, e que a nossa recompensa será proporcional à resignação com que a tivermos suportado.

(Capítulo 28 do Evangelho Segundo o Espiritismo)

Hoje é mais um dia que preciso desatar um dos nós que minha vida se transformou e se o que pedi for justo, serei agraciado. Por isso vou rezar:

Deus Todo Poderoso, que vedes nossas misérias, dignai-vos escutar, favoravelmente, a súplica que vos dirijo neste momento. Se meu pedido for inconveniente, perdoai-me, se for útil e justo a vossos olhos, que os Bons Espíritos, que executam vossa vontade, venham em minha ajuda para sua realização.

Como quer que seja meu Deus, que vossa vontade seja feita. Se meus desejos não forem atendidos, é que é da vossa vontade provar-me, e eu me submeto sem queixas. Fazei com que eu não desanime nem desencoraje e que nem minha fé e nem minha resignação sejam abaladas. (Fazer o pedido em seguida)

sábado, novembro 13, 2010

Império Serrano apresenta fantasias

Ontem, foi à festa dos Protótipos do Império Serrano para o carnaval 2011. Devido ao feriado, os amigos carnavalescos viajaram e fiquei sem companhia. E com a cirurgia da minha mãe, perdi a sua parceria e dos parentes para aquela grandiosa mesa que dividíamos com os componentes da ala. Não queria ir sozinho. Há 18 anos que Eduardo me acompanhava nessa empreitada. Eram noitadas de muita alegria e diversão onde saiamos com os ouvidos ecoando a batida dos instrumentos da bateria. Edu sempre dizia que levaria algodão para colocar nos ouvidos, mas sempre esquecia.

No trajeto para a quadra fui lembrando cada festa. Muitas vezes varavam a noite, mas como sempre aconteciam no sábado, tínhamos o domingo inteiro para descansar. Uma delas aconteceu numa sexta feira, como a de ontem e Edu teria que trabalhar no dia seguinte. Mesmo assim ele quis ir e como voltamos bem tarde, resolveu que não iria dormir para não perder a hora. Resolvemos ir para a praia, dar uma corrida e ver o sol nascer. Fez sua ginástica deu uma energizada com o belo dia que raiava, tomamos café na padaria e depois de um banho foi para o seu trabalho e eu cheio de remorso, fui dormir. Essa é apenas uma de muitas lembranças do esforço que fazia por mim. Um parceiro muito querido e atento. Nunca me dizia NÃO, principalmente nos assuntos relacionados ao Carnaval.

Cheguei à quadra e foi bom rever alguns amigos que só encontro nesse período carnavalesco. Muitos abraços e palavras de carinho me deixaram a vontade e na certeza que fiz a coisa certa. A noite prometia. Para quem é do samba sabe que essa festa é o pontapé inicial para o presidente de ala. É quando vemos pela primeira vez a fantasia pronta (a nossa se chama "O Samba da Rosa"), aquela que iremos reproduzir 100 vezes. E foi uma noite de alegria e emoção na quadra do Império, onde foram apresentadas as fantasias do enredo "A Bênção, Vinícius" (uma homenagem a Vinícius de Moraes através de suas canções), que a escola vai desfilar. Após o fim das exibições, a quadra se tornou um grande baile ao som do hino imperiano para a folia de 2011. A sorte está lançada! E o trabalho começa.


Samba Da Rosa
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Rosa prá se ver, Prá se admirar
Rosa prá crescer, Rosa prá brotar
Rosa prá viver, Rosa prá se amar
Rosa prá colher, E despetalar...
Rosa prá dormir, Rosa prá acordar
Rosa prá sorrir, Rosa prá chorar
Rosa prá partir, Rosa prá ficar
E se ter mais uma Rosa mulher...
É primavera
É a rosa em botão
Ai! Quem me dera!
Uma rosa no coração...

sexta-feira, novembro 12, 2010

Energia

O tempo todo estamos sendo bombardeados por energias. Talvez você nem acredite na força que elas tem, mas vamos parar e pensar...
Não conseguimos ver as ondas de rádio, mas sabemos que existe pois quando ligamos o aparelho o som está lá.
Não vemos o Raio X mas sabemos que ele existe. Se ficarmos expostos muito tempo numa sala com essa energia, ficaremos doentes.
Quantos tipos de energia que não vemos, mas sabemos que nos atinge para o bem ou para o mal. Pois bem, existe uma energia chamada Amor. A energia mais positiva que temos em nós é o amor.
Como fazer para praticar esse sentimento? Abraçando as pessoas, sorrindo para todos e, dizer o quanto amamos os nossos queridos. Temos vergonha de dizer e de sentir o amor, mas não temos vergonha de xingar alguém.
Se praticarmos esse sentimento, perderemos a vergonha e receberemos energias que alimentarão nossa alma para enfrentarmos nossos dias. Quanto mais energia soltarmos, mais teremos de volta esse amor e assim poderemos melhorar o sentimento do Mundo.


terça-feira, novembro 09, 2010

colecistectomia

Querido Pai todo poderoso, que dê aos médicos e as enfermeiras um lindo dia, o dia da cirurgia da minha mãe para que tudo corra bem.


No passado...

Quando seu cirurgião recomendava uma operação de vesícula biliar, você se lembrava de um amigo ou parente que fez a mesma cirurgia há alguns anos . Eles tinham uma cicatriz imensa e contavam da dor intensa que tiveram depois da cirurgia. Eles ficaram no hospital por uma semana sem poder voltar as atividades normais em menos de 6 semanas . Então você ficava preocupado em passar pelas mesmas coisas. Como fazer para ficar afastado do trabalho quase dois meses?

Hoje... há uma nova técnica cirúrgica com grandes vantagens

A remoção da vesícula biliar é uma das cirurgias mais praticadas , e a maioria já é realizada por via laparoscópica . O termo médico para este procedimento é colecistectomia videolaparoscópica.

Ao invés de incisões de 20 a 30 cm de extensão , a operação é realizada através de quatro pequenos orifícios de 0,5 cm no abdomen.

A dor pós-operatória é muito menor que a da cirurgia convencional.Geralmente o paciente fica um dia internado no hospital e retorna às atividades normais em 10 a 15 dias.

É SEGURO REALIZAR A CIRURGIA POR VIA LAPAROSCÓPICA?

Os riscos da cirurgia laparoscópica é identico ao da cirurgia convencional .Sendo que no método convencional corre-se um risco maior de formação de hérnia no local do corte.

HÁ RISCOS NA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA?

Apesar da cirurgia ser considerada segura , complicações podem ocorrer como em qualquer outra cirurgia.

O QUE ACONTECE LOGO APÓS A CIRURGIA DA VESÍCULA?

A cirurgia de vesícula é uma cirurgia abdominal e portanto um pouco de dor pós-operatória você deverá ter. Náuseas e vômitos podem ocorrer nas primeiras 12 horas.

Uma vez que a dieta líquida é bem tolerada ou não haja vômitos, o paciente poderá receber alta no dia seguinte.

Sair da cama já no pós-operatório é permitido e estimulado. Na manhã seguinte os curativos podem ser retirados e o paciente tomar banho.

Em geral a recuperação é gradual e progressiva . Voce deve sempre estar melhor no dia seguinte. Em uma semana deve retornar para retirar os pontos.

COMO É REALIZADA A RETIRADA DA VESÍCULA BILIAR?

O paciente é operado com anestesia geral.Feita uma pequena incisão no umbigo onde é introduzido uma agulha para encher a cavidade abdominal de um gás especial. A intensão é criar um espaço para que a cirurgia possa ser realizada. É então introduzido um tubo metálico chamado trocáter por onde é colocado o laparoscópio ( como um telescópio ) . Através deste é visualizada toda a cavidade abdominal.

Realizado mais tres pequenos cortes por onde são colocadas as pinças que vão ser utilizadas durante a cirurgia.

Em algumas situações especiais , é realizado RX do canal da bile durante a cirurgia para detectar pedras no canal da bile. Se estes forem detectados, deverão ser removidos ou durante a cirurgia ou após num procedimente realizado com endoscopia. (papilotomia endoscópica)

Ao final da cirurgia os cortes são fechados com um ou dois pontos na pele.


segunda-feira, novembro 08, 2010

Definição de Saudade!

Artigo do Dr. Rogério Brandão, Médico oncologista

"Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade,descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional.
Comecei a freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria.
Vivenciei os dramas dos meus pacientes.
Crianças vítimas inocentes do câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim!

Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, Manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias.

Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar.

Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é
humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe..

A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

"- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!'

Indaguei: - E o que morte representa para você, minha querida?

'- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?'

(Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)

- É isso mesmo.

"- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!"

Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer.

Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.

"- E minha mãe vai ficar com saudades, emendou ela."

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

- E o que saudade significa para você, minha querida?

"- Saudade é o amor que fica!"

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: É O AMOR QUE FICA!

Meu anjinho já se foi há longos anos, mas deixou-me uma grande lição que ajudou a melhorar a minha vida.

A tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Quando a noite chega, se o céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu.

Imagino ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve.

Pelas lições que me ensinaste.

Pela ajuda que me deste.

Que bom que existe saudade!

O amor que ficou é eterno."



Rogério Brandão
Médico oncologista clinico
RC Recife Boa Vista D4500



sexta-feira, novembro 05, 2010

Dia do cinema Nacional


Sempre fui um apaixonado por cinema, gosto de entrar no mundo da fantasia e se possível viver aquelas histórias. Você sai da vida real e entra no mundo da imaginação. Parece que a vida para naquele momento e só existe a fantasia. E é tão bom sonhar. O primeiro filme que assisti foi “O Sitio do Pica-pau Amarelo”, no cinema de Vaz Lobo em 1973, tinha 10 anos. Apaixonei-me pela história, pelo mundo que se apresentava na tela grande. Parecia que eu estava dentro do filme. Hoje em dia até podemos nos sentir assim devido ao 3D, mas no meu tempo, era sonhar, imaginar e acreditar. Deveria ser uma diversão cara, porque não me lembro de ter ido muito ao cinema quando criança. Lembro de ir à semana santa para assistir a “Paixão de Cristo”, e nas férias com os desenhos da Disney.

Os filmes nacionais eram os preferidos porque assistir filmes com legendas para uma criança não era tarefa muito fácil. Ou prestava atenção na cena ou ficava de olho nas legendas. Para um sonhador como eu, não há arte melhor que cinema para fantasiar a vida. Já adulto tornei-me um viciado, ia pelo menos duas vezes por semana e não havia um filme em cartaz que não tivesse visto.

Nunca fui ao cinema sozinho, ou pelo menos lembro muito pouco de ter ido só. Primeiramente fui levado pela minha mãe, pela minha madrinha, mais tarde com a turma do colégio, os amigos e nos últimos 18 anos com o Eduardo. Gosto de fazer comentários, sair falando sobre o filme, ainda mais se for bom, é algo incontrolável. É saber se o outro percebeu o mesmo que você, se também sentiu as mesmas emoções, se chorou ou riu nos mesmos momentos. Como crítico, adoro comentar detalhes, cenas, efeitos e atuação.

Teve uma época que guardava recortes de jornais sobre os filmes que mais gostava e alguns ingressos. Não tenho um estilo preferido, gosto de todos, romance, ficção cientifica, terror, comédia, drama, aventura, guerra, documentário, etc. Se me identificar, me transporto para dentro da tela e vivo aquela história como se fizesse parte dela. Acho que é essa a função do cinema: divertir, pensar e fazer sonhar.

Vários filmes marcaram a minha vida, além do primeiro. Quando completei 18 anos, “Emmanuelle” foi o primeiro filme pornô que assisti. Hoje em dia esse filme não tem nada de pornográfico, chega a ser engraçado imaginar que ficou censurado por vários anos. Alguém hoje em dia sabe o que é censura? Antes de cada filme havia um certificado identificando a faixa etária disponível para o público e escrito bem grande: CENSURA 14 anos.

Burlei essa faixa etária em dois filmes que não tinha idade: “Tubarão” e “Inferno na Torre” hoje em dia esses filmes passam até na sessão da tarde. E só consegui entrar porque esses filmes passavam em “cines poeirinha”, como eram chamados os cinemas pequenos e pobres. Ou melhor, eram aqueles que não faziam parte da rede Luiz Severiano Ribeiro. Nesses era fácil entrar, e assistir as famosas sessões dupla, normalmente um pornô e um filme de kung Fu.

Essa era uma época de cinema de rua e todos os bairros tinham o seu. Com o passar do tempo eles foram perdendo status e acabaram. Passaram a existir somente os de dentro de shopping e recentemente os multiplex. Por fora foram perdendo o charme, mas por dentro, o encantamento continua o mesmo, a sala escura, a mesma tela imensa que nos transporta para dentro da história e nos faz sonhar. Isso não vai mudar nunca.

Sem dúvida nossa maior diversão era ir ao cinema e Edu era um ótimo companheiro para isso. Tenho saudades do ritual de ficar parado em frente à bilheteria para discutirmos o que íamos assistir, de comprar os ingressos, de ficar na fila, comprar pipoca, de escolher um bom lugar e de segurar na sua mão quando o filme começava. Saudades de rir, dos comentários pós exibição, das discussões quando discordávamos, dos namoros quando a luz apagava.

Nosso último filme juntos foi “Bastardos Inglórios”, um filme que gostamos muito. Nesse período fui apenas três vezes ao cinema, já não tenho tanta vontade de embarcar num mundo de fantasia. O escurinho do cinema já não me proporciona os mesmo sentimentos juvenis de antes.

terça-feira, novembro 02, 2010

O Santo Nordestino - Padre Cícero

Quando pensamos em retornar ao Ceará em férias, tínhamos em mente conhecer um Ceará diferente, fora do roteiro turístico convencional. E se íamos começar pelo sertão, não poderia deixar de fora a cidade de Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero. E assim foi feito. Dois dias depois que chegamos à fortaleza já estávamos voando para lá. Chegamos num final de tarde e de cara já espanta porque embora faça parte do sertão, é uma grande cidade, e como tal tem um trânsito completamente caótico onde carros disputam espaço em ruas estreitas com ônibus, motos e bicicletas.

A cidade vive dessa devoção ao padre Cícero já sabíamos disso, portanto não tínhamos muitas expectativas com relação a ela. Mas é bem interessante caminhar pelo comércio e observar que em todas as lojas, sem exceção, há uma imagem do Santo na porta. De vários tipos e tamanhos. Mas não estávamos ali para ver réplicas e sim a original, que da janela do nosso quarto observávamos completamente extasiados. E só a veríamos de perto no dia seguinte. Ficamos imaginando como seria a cidade na época de peregrinação. Pois bem, fomos em maio e a romaria começa no dia 30 de outubro, terminando no dia de finados, por isso me fez relembrar da nossa passagem por lá.

Chegar à serra do horto (onde fica a estátua) somente de carro, pois a distância é longa, mas vale à pena, é de arrepiar quando vamos nos aproximando e confirmando seu gigantismo. O monumento tem 25 m de altura e é considerada a terceira maior estátua do mundo. A sua grandiosidade não está somente no tamanho, está também na energia e magnetismo impregnados em todo o local. Padre Cícero foi um dos responsáveis, pela emancipação e independência da cidade. Por conta do chamado "milagre de Juazeiro" (quando Padre Cícero deu a hóstia sagrada à beata Maria de Araújo, a hóstia se transformou em sangue), a figura do padre assumiu características místicas e passou a ser venerado pelo povo como um santo. Hoje a cidade é a segunda do estado e referência no Nordeste graças ao padre.

O sol estava escaldante, típico do sertão. Mal conseguíamos tirar fotos, pois era o sol do meio dia, portanto estava sobre nossas cabeças e do padim padre Cícero, o que dificultava para uma boa foto. Mesmo não sendo época de romaria, a quantidade de pessoas que visitam o local é grande, na sua maioria moradores das redondezas. Ficamos ali por um bom tempo, pedindo ao santo que nos abençoasse nessa viagem que estava se iniciando.

Metódico do jeito que sou não estava satisfeito com as fotos tiradas e além do mais queria uma de nós dois juntos. Ao aparecer uma família, pedi que batesse e finalmente a foto definitiva saiu. Felizmente, pois Edu estava impaciente e com muito calor. Mas não sem antes dar uma passada nas lojinhas para comprar tudo que diz respeito ao santo nordestino. Não sabíamos se um dia iríamos voltar, não podíamos desperdiçar nada, muito menos as lembrançinhas.

Mas com certeza a lembrança maior é de mais um momento junto, indo nos mais distantes lugares do Brasil, realizando sonhos, felizes.
Obrigado por ter sido um parceiro maravilhoso!



Hoje vamos rezar pelos nossos queridos.

Pai!... Ao longo da vida fui devolvendo à Ti muitos daqueles que amei...

Um a um, às vezes os mais idosos, as vezes os mais jovens, foram retornando para casa, deixando para trás saudades que até hoje me é difícil suportar; flores que trocastes de jardim, deixando em seu lugar o silêncio e a solidão...

Hoje quero pedir por eles, a todos que de uma forma ou outra estiveram ligados à mim nesta encarnação, para que os abençoe e guarde, a fim de que encontrem paz e serenidade no mundo espiritual.

Muitos deles, Senhor, não obstante o coração generoso, afastaram-se do corpo através de enfermidades dolorosas e incuráveis que lhes minaram as forças até o final, deixando na memória de todos o exemplo da coragem e da fé em Teus desígnios, sem esmorecimento...

Outros, Pai, deixaram para trás os mais belos e santos laços desencarnando em pleno vigor juvenil, desfazendo-se assim de pesados grilhões passados e retornando com a leveza das aves para os ninhos Superiores, para descansar e prosseguir...

Outros ainda, Senhor, deixaram o corpo como quem abandona fardo inútil após cumprida a tarefa, enveredando-se pelos caminhos da felicidade engalanados de luzes e valores, conquistados pelo trabalho santo a que se dedicaram na Terra, em favor de todos os seus semelhantes...

Representaram muito para mim... Para alguns eu pude dizer "te amo", para outros não... No entanto, pela importância que tiveram em minha vida, o meu amor há de lhes ser carinho constante no além, porque acredito que nada se desfaz com a morte do corpo, pelo contrário, se fortalece...

Que hoje, eu possa levar a todos eles o meu pensamento de ternura e gratidão, para que saibam, estejam onde estiverem, que não estão esquecidos na Terra, habitando em minha lembrança e em meu coração com a mesma força e a mesma sinceridade de antes!

Assim seja!

André Luiz, IDEAL André, 02.11.2002

segunda-feira, novembro 01, 2010

Minha mãe é mãezona!


Quando criança lembro-me de minha mãe participando das festas juninas da escola onde estudava, indo nas reuniões de pais, ajudando nas festas quando era preciso. Enfim, sempre a vi como uma pessoa amável e prestativa. Quando não conseguia dormir, ela me rezava e ainda colocava uma pena azul debaixo do meu travesseiro como proteção para bons sonos. Essa peninha quem havia dado era uma entidade que meu tio Orlando recebia e deu a ela para acalmar as crianças. Não sei que fim levou essa peninha, mas esse instinto protetor sinto até hoje.

Minha mãe sempre foi incansável, faz mil coisas ao mesmo tempo. Sempre preocupada com nosso bem estar. Acompanhava-nos em todos os lugares, mesmo quando já éramos “maiores”. Lembro que quando fomos desfilar pela primeira vez, isso em 1982, nos levou de madrugada para o desfile campeão do Império Serrano. Essa presença foi muito importante para termos segurança e conhecimento do que era certo.

Muito prestativa, sempre está pronta a ajudar a todos em qualquer situação. Não há hora nem dia. Sua força é um exemplo para mim, principalmente nos momentos limites como demonstrou na doença do meu avô, no acidente com meu tio Gérson, no momento difícil que minha avó atravessou até falecer e culminando na dor maior que imagino, quando meu irmão morreu. Não sei de onde tirou tanta força nessa sucessão de momentos tristes em tão curto espaço de tempo.

Felizmente vieram momentos de calmaria, de paz e tranquilidade. Pude retribuir um pouquinho de tudo que ela me deu nesse período, dando-lhe uma viagem para Porto Seguro. Passou a ser meu braço direito e muitas vezes os dois braços quando chega o período de carnaval. Auxilia-me desde as compras de material até na pior parte que é a confecção de centenas de roupas. Um período de muito trabalho que ela realiza com a maior competência e satisfação. Não consegue ficar parada, muitas vezes se oferece para ajudar. Como foi no período da doença do Eduardo, em alguns exames que eu não pude ir ela ficou ao seu lado. Não podia ser diferente. Os dois se gostavam muito. Tinham muitas afinidades, como cozinhar por exemplo. Se ele aprendeu muitas coisas com ela, ele lhe ensinou muitas coisas também, principalmente no trato com os animais. Tanto assim que ela passou a ser "aquela" a quem na rua chamam para tudo que diz respeito a cuidar dos animais.

No ano passado, quis lhe dar um presente especial, uma viagem para aproveitarmos o feriado e foi o que fizemos. Um mês antes eu e Edu ficamos pensando em qual cidade seria melhor, serra? Praia? Lagoa? Decidimos por Paraty porque tem praia, tem cachoeiras e montanhas. Resolvemos isso em outubro e fiz as reservas. Por um momento íamos desistir porque ao descobrir a doença, me preocupei. Mas Edu se sentia bem e disse que iriamos sim. Hoje sei que foi a decisão certa que tomamos porque foi uma viagem maravilhosa.

Saímos a tarde e pegamos um baita engarrafamento, mas nada que tirasse a alegria e as brincadeiras. Meu pai achando que seria um programa de índio e Edu sacaneando ele o tempo todo. Compramos vários pacotes de pipoca dos ambulantes que circulavam no meio do engarrafamento. Assim foi o início de um feriado muito alegre e que terminou com um café da tarde surpresa no hotel com a chegada da tia Ieda, Francisco, Patrícia e João. Nossa última viagem juntos e tinha que ser com ela.

Sempre foi importante retribuir todo carinho e amor que ela me deu a vida inteira. Não sei se sou um bom filho, mas sempre me esforcei para nunca decepciona-la nem envergonhá-la. Confio demais nela. Aliás, confiávamos porque era a única que tinha as chaves do apartamento. Era nossa cúmplice para todos os momentos. Quando comprávamos algo para o apartamento era a ela quem pedíamos para ficar. Quando precisamos instalar algo era ela quem recorria. Nunca me negou ajuda.

Quando eu cansado, perdendo as forças de ir para o hospital passar mais uma noite com o Edu, era ela quem me sacudia, me rezava e dizia “vai porque ele quer você ao lado dele”. Acompanhava-me até o metrô para me distrair e com certeza ficava a rezar emanando toda sua energia para que eu ficasse forte, como ela foi várias vezes. E Foi para ela quem liguei quando senti que Edu estava nos deixando. Eu perdido pela cidade sendo resgatado por amigos e ela saindo de casa para ir ao hospital para lhe dar um último adeus e por em suas mãos um terço.

Essa é minha mãe, uma pessoa de amor e bondade infinitos. Eu voltei a ser criança nessa fase solitária e ela é quem continua me fortalecendo, me alimentando, cuidando de mim. Acho que sua função será sempre essa, trazer alegria, força, coragem, fé e proteção. Tem feito por mim uma infinidade de coisas, que nem tenho como enumerar e agradecer. Muitas coisas ela adivinha ou percebe. Não me critica nunca, me dá forças e sinto que posso contar com ela sempre, a todo instante. Por isso, tudo que eu for fazer daqui para frente será pensando nela, só para ela. Não vou agradecer aqui porque faço isso a toda hora, mesmo ela dizendo que não precisa. Vou somente lhe dar os parabéns e dizer que não sei o que seria de mim sem você. Te amo muito!