sexta-feira, dezembro 31, 2010

TOCANDO EM FRENTE - FELIZ 2011

Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

(Almir Satter/Renato Teixeira)

Desejo a todos um Feliz 2011!

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Último Reveillon com toda a família


Este vídeo mostra a última grande reunião familiar para comemorar a chegada do ano novo. Não podíamos imaginar que meses depois cinco pessoas que estão nessa mesa não estariam mais entre nós. Acho que por isso foi uma noite tão especial, divertida e alegre, aliás, como todas as festas que organizávamos. Mas essa foi como uma celebração mesmo, um agradecimento por podermos partilhar com todos esses queridos que se foram. Uma benção ter convivido com todos eles, pessoas tão generosas, amáveis, alegres e muito queridas por todos.



O Ano-Novo ou Réveillon é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Li que a celebração do evento é também chamada réveillon, termo oriundo do verbo francês réveiller, que em português significa "despertar". Acho tão bonito essa palavra. Na minha pesquisa, fui descobrir que a comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás.


quarta-feira, dezembro 29, 2010

Últimos Reveillon juntos.

Em 2004 tornamos a reunir a família e os amigos que viraram uma constante nessa data.

Somente no ano de 2005 Edu chamou sua família para essa data tão importante para reflexão. Era a primeira vez que juntávamos nossas famílias e não poderia ter sido melhor. A casa ficou não somente cheia de gente, mas de muita paz e harmonia.

Repetimos a dose no ano de 2006. No ano de 2007 acho que devido a uma cirurgia recente da Dn Lucia eles não vieram e apenas os amigos e meus pais participaram da festa.

Já 2008 voltamos a reunir todos, mais um encontro alegre e festivo.

No ano de 2009, decidimos no Natal que o réveillon seria no Recreio. Edu sentia-se melhor e quis reunir todos no apartamento novamente. Tentamos fazer o melhor, mas era nítido que ninguém estava naquele espírito dos outros anos. Edu fazia um esforço tremendo para que não transparecesse que estava se cansando com facilidade. Esperou dar meia noite e foi se deitar. Acho que todos foram em seguida. Dessa vez ninguém foi à praia, não houve champanhe, nem brindes. Eu não sabia se queria dormir ou caminhar sem parar. Tinha meus amigos ali não queria que o réveillon deles fosse preso no apartamento. Lembro-me de ter ido ao quarto e Edu já estava dormindo. Olhei para ele e não o reconheci. Não sei explicar, mas suas feições estavam diferentes. Minha tristeza parecia aumentar e me segurava para não transparecer aos outros. Chamei o Wagner e o Adriano para irmos à praia. Aquele povo andando de um lado para o outro na praia não me dizia nada. Aquela alegria toda não me contagiava. Não aguentei e sentei no meio fio e comecei a chorar desesperadamente. Fui amparado pelos dois amigos queridos. Nesse momento um sentimento de medo e insegurança tomou conta de mim. Se em anos anteriores agradecia pelo ano que tinha acabado e fazia planos para o próximo, nesse não conseguia agradecer, nem vislumbrar projeto algum. Só me passava pela cabeça que tinha esperança que no dia seguinte seria diferente, que haveria uma melhora e que aquela fase acabaria. Precisava acreditar nisso e esse choro era um desabafo, um grito contra o ano que acabava e um aviso para o novo que chegava.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Primeiras comemorações no Recreio

As festas de réveillon de casa sempre foram muito alegres e divertidas, com a família toda reunidas, muita comida, muita bebida e durava até o dia seguinte. Essa data foi se perdendo quando a família foi diminuindo e com a morte do meu irmão acabou mesmo esse tipo de comemoração. Um ano antes de o meu irmão falecer, conheci o Eduardo e nesse primeiro ano juntos viajamos para um lugar no meio do mato, sem luz, numa pousada inacabada do primo Ronald. Nos anos seguintes nos revessámos em nossas casas. Em 1997 passamos na casa de Jacarepaguá e em 1998 no apartamento da amiga Márcia com alguns poucos amigos.

Com o apartamento já pronto e praticamente todo decorado, queríamos mais era compartilhar dessa conquista com os amigos. Aproveitamos que estava chegando o Ano Novo e tentamos reunir alguns solitários que ainda não tinha onde passar essa data. E como temos poucos amigos solitários, em 2001 somente as encalhadas Sheila e Patrícia aceitaram o convite. E como estavam em busca de amor, as duas se vestiram de vermelho, abolindo o tradicional branco.

No ano seguinte chamamos as grandes amigas do Eduardo que viraram minhas grandes amigas: Vera e suas queridas filhas Luci e Simone. Fomos à praia e a noite uma ceia maravilhosa nos esperava.

Já craques em organizar réveillon, resolvemos chamar minha família e mais amigos para compartilhar dessa data todos juntos e foi maravilhoso e muito divertido ter a casa cheia como nos velhos tempos. Nem a chuva que caiu na virada do ano atrapalhou a animação e a alegria.

sábado, dezembro 25, 2010

Último Natal juntos!


O Natal do ano passado foi atípico com relação a todos os outros que havia passado. A princípio não sabíamos o que fazer. Mas para quem imaginava passar o natal dentro de um hospital, tínhamos mais é que agradecer por estar podendo dividir esse dia com a família. Como ficava com o Eduardo direto em Nova Iguaçu, fui eu quem montou a árvore de Natal sob sua orientação, sentadinho no sofá da sala. Resolvemos que nossas famílias iriam almoçar juntas no dia 25. Fiquei com Edu no dia 24 até a parte da tarde, quando lhe entreguei meu presente com um cartão carregado de emoção e esperança. Meu último presente foi comprado com o mesmo carinho de sempre. Dei-lhe uma calça e um livro. Ficou chateado porque não havia comprado nada para ninguém. Edu era assim, preocupado e carinhoso com todos. Imagina se alguém estava esperando qualquer presente material dele. O maior presente que todos nós gostaríamos naquele momento era realmente a sua melhora.

No dia seguinte fomos todos para Nova Iguaçu partilhar esse momento em família. Uma tarde agradável e alegre, na medida no possível. Todos nós vibrávamos em harmonia para a melhora do Eduardo. Minha mãe levou os doces que ele tanto gostava. Recebeu muitas ligações e mensagens pelo celular que eu fazia questão de ler numa tentativa de fortalecê-lo. À tarde recebemos a visita do furacão Sheila que trouxe luz e alegria para finalizar esse dia.

Não foi o Natal que gostaria de ter tido, mas foi bem melhor do que se estivéssemos passado dentro de um hospital. Acho que seria bem mais triste e deprimente. Como já disse antes, deixei de gostar de Natal depois que descobri que Papai Noel não existia, mas com certeza foi depois de algumas perdas na família que essa noite deixou de ser uma data que me encantava. Agora me encanta menos ainda. Essa noite só é bonita quando se tem crianças em casa, onde podemos fantasiar a chegada do bom velhinho e brincar de abrir os presentes, fora isso, quando se vão tantas pessoas queridas, fica a sensação de vazio. Foi essa sensação que senti ontem, de faltar mais um na mesa. Saudades!

sexta-feira, dezembro 24, 2010

FELIZ NATAL A TODOS!

Senhor,
quisera neste Natal
armar uma árvore dentro do meu coração
e nela pendurar,
em vez de presentes,
os nomes de todos os meus amigos.
Os amigos de longe e os de perto.
Os antigos e os mais recentes.
Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que as vezes ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que sem querer magoei ou, sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que me são conhecidos apenas pelas aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Uma árvore de raízes muito profundas,
para que seus nomes
nunca mais sejam arrancados do meu coração.

De ramos muito extensos,
para que novos nomes,
vindos de todas as partes,
venham juntar-se aos existentes.
De sombra muito agradável,
para que nossa amizade seja um momento de repouso,
nas lutas da vida.

Que o Natal esteja vivo
em cada dia do Ano Novo que se inicia,
para que as luzes e cores da vida
estejam presentes em toda a nossa existência,
e concretizem com a ajuda de Deus,
todos os nossos desejos.
Feliz Natal a todos que me fortaleceram nesse ano tão difícil, sem vocês não conseguiria atravessar esse período!
 José Carlos Albernaz









quinta-feira, dezembro 23, 2010

Amigo Oculto.

Essa foto foi tirada depois de uma brincadeira de amigo oculto.



Natal,  final de ano chegando e o pessoal começa a reunir os amigos, parentes, colegas de escola ou trabalho para uma confraternização e trocar de presentes, e com isso surgem às famosas brincadeiras de amigo oculto (amigo secreto ou amigo X). Uma verdadeira bagunça se faz para organizar a brincadeira, recortar papéis, escrever nomes para então sortear. Sorteio feito, esperamos a data para troca dos presentes. Inicia-se com um participante declarando as características de personalidade e físicas do seu amigo “oculto” enquanto os outros participantes tentam adivinhar. É um vale tudo até que se descubra quem você tirou, ai o presente é entregue com abraços e felicitações. Quem recebe o presente é o próximo que dás as dicas, e assim sucessivamente. Vale mais pela brincadeira porque nem sempre o presente recebido é do nosso agrado. Por isso, divirta-se com as brincadeiras e não com as lembrançinhas!
OBS: Esse amigo oculto foi feito somente pelas crianças no ano de 1990, hoje são todos adultos, a maioria casada e com filhos. Alguns eram tão pequenos que tinham que ser auxiliados pela mãe para prosseguir com a brincadeira. Era um tempo de muita alegria e diversão e vendo esse vídeo tenho certeza de que essa data realmente só é alegre quando se tem criança em casa. Divirtam-se!

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Nascimento do menino Jesus!

Maria de Nazaré, recebeu a visita do Anjo Gabriel que lhe comunicou que estava grávida, que iria ter um menino e que este Menino era o Filho de Deus; e deveria se chamar Jesus!

Maria e José casaram-se segundo as Leis de Deus e os designios do Anjo Gabriel. Quando Maria estava prestes a dar a Luz à Jesus, o imperador Augusto (governador romano) queria fazer um recenseamento pois pretendia criar um imposto e por isso cada um deveria voltar para a terra onde tinham nascido.

Foi então que Maria e José se dirigiram à Belém, e ao chegar na cidade muito cansados decidiram procurar uma estalagem porém todas estavam cheias. Um senhor muito bondoso permitiu então que Maria e José permanecessem no estábulo de sua quinta e foi então que nesta noite mágica nasceu o Menino Jesus. O menino Jesus veio ao mundo num lugar simples, no meio dos animais e teve como bercinho uma manjedoura.

No céu surgiu uma estrela muito brilhante, era a estrela guia de Belém a anunciar o nascimento do Filho de Deus, de muito longe os 3 Reis Magos avistaram-na e souberam então que algo muito especial havia acontecido. Era o nascimento de Jesus que se anunciava nos céus, seguiram então a estrela guia até encontrar Maria, José e o Pequeno Menino Jesus em Sua manjedoura.

Os 3 Reis Magos levaram presentes ao Menino Jesus – incenso, ouro e mirra. Daí a nasceu a tradição de oferecer presentes de Natal, é uma celebração em honra de Jesus. Ao oferecermos presentes estamos a dizer que gostamos muito daquela pessoa, é um gesto de carinho e de demonstração de afeto.

A maior celebração que podemos ter é a familia unida em oração a lembrar do nascimento de Menino Jesus, e o melhor presente de Natal é amarmos uns aos outros como Jesus nos ensinou, e sentirmos em nossos corações que Jesus está alí presente!






terça-feira, dezembro 21, 2010

Vem chegando o Verão!

21 de Dezembro chega o verão, época do ano ótima para ir à praia, viajar, entre muitas outras coisas. É a melhor época do ano pra mim. Gosto de praia, de sol, de calor. Mas para quem era calorento como o Eduardo, essa não era a melhor estação. De qualquer forma aproveitava para exibir seu físico privilegiado. A praia fica a 10 minutos de casa e mesmo assim eu ia de camisa e short, Edu ia somente de sunga.

Certa vez indo para a praia nesses trajes, na nossa direção vinha uma senhora bem velhinha sendo empurrada numa cadeira de rodas. Ao cruzar conosco essa senhora falou com todas as letras: “Que piruzão”. A enfermeira que a empurrava chegou a repreendê-la em meio a um sorriso tímido. Eu não consegui me segurar, sentei no meio fio as gargalhadas. Edu andava apressado, rindo envergonhadamente e me mandando andar. Não resisti e tive que falar que ele estava podendo. Passei o dia sacaneando ele, pois a cena não me saia da cabeça, foi muito engraçado.

Pois é, o calor provoca isso, mesmo numa senhorinha de seus 80 e poucos anos e numa cadeira de rodas. É tempo de todos que passaram o ano malhando se exibirem. É a estação da pouca roupa, dos passeios de final de tarde, da água de coco, do sorvete, do chinelo de dedo, dos óculos escuros, de procurar uma sombrinha e tomar aquela cerveja estupidamente gelada. Bom, essa cerveja é somente para aqueles que não se importam em conservar uma barriguinha, como eu.

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Já me senti Papai Noel.


No Natal de 2008 estava tudo tão bem, tão feliz em todos os sentidos que me bateu uma vontade danada de dividir isso presenteando três crianças. Pela carência e proximidade, resolvi que seria os filhos da Silvinha, uma jovem que passa a roupa para minha mãe. Eu sentia dentro de mim que deveria fazer isso como forma de agradecimento a tantas coisas boas, tanto sucesso que havia conseguido naquele ano. Combinei com minha mãe e o Eduardo e quando sai do trabalho me encontrei com eles no Shopping. Entramos na loja e eles timidamente foram escolher as roupas. Eu ficava feliz com a euforia deles naquele incessante vai e vem de experimentar as roupas que mais gostavam.



Saímos da loja com cada um segurando seu presente e partimos para um lanche na praça de alimentação. Esse lanche coube ao Eduardo presentear-nos. São crianças bem educadas e sem grandes exigências. Com certeza tinha em mente várias recomendações da mãe deles. Estavam tímidos, mas pelo rostinho, muito felizes. E eu mais ainda.


Vieram me visitar na noite de Natal para um abraço e agradecimento. Estavam com a roupa nova, pois sua mãe os obrigou a vestir para essa visita já que só a usariam no final do ano. Uma visita realmente inesperada, que me deixou muito comovido. Presente melhor não poderia ter recebido. Um sentimento que o Papai Noel deve sentir todos os anos.


A figura desse bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 D.C. Este bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi transformado em santo (São Nicolau). Esta associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverso na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca Cola mostrou o bom velhinho com a roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um gorro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se em definitivo.

sábado, dezembro 18, 2010

Dia da lembrança - 26 de Dezembro

Me conte uma lembrança sua!

Quem não se lembra daquele dia gostoso de férias, daquele almoço, do abraço de um amigo, de uma festa, de um banho de chuva e um presente surpresa. Pois é, neste dia da lembrança, vou tentar me lembrar desses momentos felizes.

É o meu momento de recordar o que já vivi. Como já vivi muitos momentos alegres, me facilita essa lembrança. Essas belas lembranças tem me feito recordar de entes queridos que se foram e pensar nos que ainda virão. Elas formam um elo entre a família do passado e a do futuro. A lembrança faz parte do nosso dia-a-dia, mesmo não nos dando conta disso. Terminais rodoviários, aeroportos, estações de trem e metrô, fotografias, diários, cartas, cartões-postais, os amigos e até mesmo os nossos desafetos, enfim, são ambientes, objetos e pessoas onde a lembrança se manifesta através da memória.

Já fui de guardar objetos de lembrança, colecionando jornais, livros, cartões postais, chaveiros, imã de geladeira, etc. Mas alguns desses hábitos fui deixando de lado, percebi que outros tipos de lembranças são muito mais valiosos. È a própria história da família, os relatos dos mais antigos e as tradições. Sempre fui um grande observador para guardar essas emoções mais profundas.

Também sou de memorizar a imagem de cada momento importante, como um registro da “alma” naquele instante. E por isso consigo reviver as emoções, saudades, amores, alegrias, tristezas, sucessos, fracassos, surpresas e todas as lembranças possíveis.

Essas lembranças me fortalecem me trazem mais energia, me motivam a alegria, mantém minha memória atuando e me traz a verdadeira referencia da minha vida.

Lembrança de Natal.

Natal. Está chegando o momento mundial da melancolia e da tristeza. Mas teve um tempo que não era assim, eram dias de muita alegria e diversão, na expectativa da chegada desse dia mágico em que toda a família se reunia numa confraternização impressionante. Até aqueles que não se davam fazia as pazes nesse dia. Era o momento de vestir a roupa nova e esperar pela chegada do Papai Noel com o presente desejado. Era o dia que se podia dormir até tarde e que no dia seguinte ainda teria mais festa.

Não lembro em que momento esse sentimento se perdeu em mim, mas com certeza teve inicio com a descoberta que Papai Noel não existia. O encanto acabou, mas a festa não deixou de existir. Não passei a detestar essa data, mas ela se transformou dentro de mim à medida que a família foi diminuindo. Foi com a morte da minha Vó Gilda que desencadeou o fim dessa confraternização. A ceia passou a ser na nossa casa. Sem grandes comemorações, sem diversão, uma noite como outra qualquer, onde a única referencia  são as comidas e a árvore.

Foram várias perdas e foi necessário nos ajustarmos a essa nova realidade, a certeza de que a mesa não vai estar completa nunca mais. É muito doloroso pensar assim, mas é assim mesmo que será daqui para frente. Daqui a pouco seremos nós que iremos faltar nessa mesa. Passei a acreditar que essa data só existe nessa essência mágica quando se tem crianças em casa. É a renovação. É através das crianças que conseguimos voltar a ser como éramos. O espírito natalino está nas crianças.

Mas como não temos crianças em casa, será mais uma noite como outra qualquer, sem muito que comemorar. Não vou ouvir o motor do carro parando em frente da casa e Edu chegando para ceia conosco para só depois ir passar com seus pais. Não vou sentir aquela sensação boa de desembrulhar os presentes que me dava, nem de brindarmos juntos. Gostaria de aquecer meu coração novamente, mas a alguns natais que venho perdendo esse desejo e a falta do Eduardo só veio aumentar esse sentimento. Esses natais de alegria ficaram lá atrás, na infância e na adolescência. Hoje são somente lembranças. Lembranças de uma festa que não é necessariamente triste principalmente quando se tem crianças em casa. São elas que vão dar toda a alegria e encantamento que a data merece.



sexta-feira, dezembro 17, 2010

Um ano longe dos amigos do trabalho.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Fernando Pessoa



quinta-feira, dezembro 16, 2010

Caixinha de Natal.

Chegou dezembro e é sempre a mesma coisa, é a data do décimo terceiro e.. da irritante “caixinha de natal”. Não sei quando e com quem começou essa história de sair abrindo uma caixinha para receber doações, mas acredito que tenha sido por aqueles que não têm direito a décimo terceiro salário ou o que é pior, por aqueles que na prática recebem salários menores. Sei que posso estar sendo incoerente já que se elas existem é porque quem as colocou representam essa categoria de trabalhadores que precisam de um ganho extra e pensando assim, não deveria ser contra, mas sempre tenho a impressão que alguém está querendo somente se aproveitar do espírito generoso que paira nas pessoas no mês de dezembro. E ai, às vezes banco o pão duro. Não é para qualquer caixinha que dou meu dinheirinho.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Cartões de Natal.

Primeiro cartão de Natal que dei ao Eduardo em Dezembro de 1991

Dizem que tradições não se acabam, mas se adaptam aos novos tempos. Quando menos percebemos já estamos adaptados há esses tempos modernos e com isso nem nos lembramos de quando foi à última vez que fomos a uma agência dos correios postar um cartão ou uma carta. A internet matou esse meio de comunicação.

Essa época do ano tinha filas nos correios. Esse veículo já pertence ao passado. Os cartões continuam existindo, só que com mensagens no power point ou mesmo sites específicos para o envio por e-mail dessas felicitações. Uma mensagem, um endereço de email, dois ou três cliques basta para enviar esse cartão ao outro lado do mundo em poucos segundos. Já a carta, tínhamos que torcer para que chegasse. É, tinha esse inconveniente, mas poderíamos coloca-la na base da nossa árvore para que todos pudessem ver o quanto somos queridos e lembrados. Já com o advento da internet, excluímos o texto em seguida ao lê-lo. Nada romântico essa situação, mas temos que nos adaptar a essa realidade.

Mas eu vou tentar fugir dessa modernidade esse ano. Vou experimentar novamente essa sensação de comprar um cartão bem bonito, pensar no que escrever e ir a uma agência para enviar esses votos para alguns poucos sortudos que tenho o endereço na minha agenda, que é de papel ainda. Felizmente também não me desfiz dessa tradição porque ela não me deixa na mão se a bateria acabar.



segunda-feira, dezembro 13, 2010

Conheça a história da Santa protetora dos olhos!

Acho que a primeira vez que vi alguém ter uma devoção por um santo foi quando ainda adolescente, passava finais de semana na casa dos meus padrinhos e lá tinha um altar em cima da porta com a imagem de Santa Luzia com uma luz vermelha que ficava acesa dia e noite. Minha dindinha Glória perdeu uma vista depois do nascimento dos seus filhos e para que não fosse acometida com o mesmo problema na outra visão, passou a pedir proteção a Santa, já que é a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz.

Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto ao sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.

Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício aos deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".

Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo.

Em 2007 tive um problema na vista e diagnosticado como Herpes Ocular. Difícil tratamento me afastou do trabalho por 15 dias, impedido de ler qualquer coisa, de ver TV, enfim nada que cansasse a visão. Sem falar nos medicamentos, tanto via oral, quanto colírios e pomadas. Um suplicio que felizmente chegou a um final feliz e minha mãe me lembrou de que eu trabalhava numa rua paralela a Rua Santa Luzia, onde há uma igreja da Santa padroeira dos olhos. E foi para lá que me dirigi para agradecer a Santa Luzia pela melhora.



sábado, dezembro 11, 2010

Compras de Natal!

A cidade já está diferente, cheia de brilhos e cores, sinos, anjos, estrelas. Tudo isso espalhado nas lojas, que tentam a todo custo chamar nossa atenção. São vitrines com flores, fitas, neves, luzes de todos os tipos, nos convidando para entrar e gastar. Pois é chegado o momento de comprar presentes para os amigos e parentes, grandes ou pequenos não importa, vamos gastar tempo e dedicação nessa busca por conseguir algo para agradar a todos.

Com Edu não era diferente, não esquecia ninguém. Podia não ter na cabeça o que comprar, mas sabia para quem comprar. Uma lista que ia desde funcionários da clínica até os meus pais, passando pelos seus parentes. Gostava de ir às compras com ele. Muitas vezes pedia minha ajuda quando tinha dúvidas num presente. Isso raramente acontecia quando se tratava de presentes para a família, pois eu não conhecia a todos, ficava difícil palpitar. Nunca comprou o meu presente comigo por perto e a única vez que isso aconteceu o fez com tanto cuidado que eu não percebi. Normalmente ia sozinho para escolher o meu presente. Tinha prazer em presentear e mais ainda em perder tempo nas escolhas.

Ele adorava fazer compras, gostava tanto de ir ao SAARA quando aos shoppings mais luxuosos. Todo ano dizia que ia comprar os presentes antes de começar o formigueiro de pessoas nas lojas, mas isso nunca aconteceu. Enfrentávamos a movimentação de pessoas de um lado para o outro todos os anos. Felizmente dava tudo certo, ninguém ficava sem presente.

Ano passado deixou a todos nós sem presentes. Queríamos muito que o maior presente viesse com a sua recuperação. Mas eu não o deixei sem presentes. Dei-lhe uma calça e um livro de autoajuda. Esses foram meus últimos presentes para ele, uma pessoa que me deu de tudo nessa vida. Mas o maior presente que me deixou foi seu amor e carinho. Esses são para sempre!











sexta-feira, dezembro 10, 2010

DIREITO É DIREITO

Hoje é o dia da Declaração Universal dos Direitos do Homem que nada mais é do que um documento das Nações Unidas onde são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Essa declaração foi assinada em 1948 e começa assim: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

Sim, todos nós temos direitos estabelecidos e garantidos por lei. Mas para chegarmos nesse ponto, um longo caminho foi percorrido. E com o passar dos anos os direitos dos homens continuam a ser discutidos. O respeito à Declaração significa um mundo mais justo e que proporciona às mesmas condições para todos. Quanto mais os direitos humanos forem divulgados e conhecidos, maior será a sua exigibilidade. Ao invés de colocar os 30 artigos que fazem parte do conteúdo da Declaração, vou colocar o samba da Vila Isabel de 1989 que retrata com poesia o sentido desses artigos.

É hora da verdade
A liberdade ainda não raiou
Queremos o direito de igualdade
Viver com dignidade
Não representa favor
Hoje, a Vila se faz tão bonita
E se apresenta destemida
Unida pelos mesmos ideais
Lutando com a maior sabedoria
Contra os preconceitos sociais
A Declaração Universal
Não é um sonho, temos que fazer cumprir
A justiça é cega, mas enxerga quando quer
Já está na hora de assumir (eu sei)
Sei que quem espera não alcança
Mas a esperança não acabará
Cantando e sambando acendo a chama
E sonho um novo dia clarear.
Clareou
Despertou o amor, que é fonte da vida 
Vamos dar as mãos e lutar
Sempre de cabeça erguida.
E quando o amanhã surgir, surgir
A flor da paz se abrir, se abrir
Será prosperidade
A brisa vai trazer mais alegria
No mundo haverá fraternidade.
Direito é direito
Está na declaração
A humanidade
É quem tem razão

terça-feira, dezembro 07, 2010

08 de dezembro - DIA DA FAMÍLIA

"Família é prato difícil de preparar"
(de "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo)

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vem a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana saiu a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.

E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.

Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.

O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meunière, Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.








Ronald

O primeiro parente do Eduardo que conheci foi seu primo Ronald. Aliás, já o conhecia de tanto que ele falava desse primo. No início cheguei até ficar com ciúmes. Tinha dúvidas que fosse primo. Mas bastou conhece-lo para perceber o motivo de tanta paixão. Ronald realmente é muito cativante e envolvente. Lembro exatamente quando fomos apresentados. A chegar ao seu atelier, pensei que se tratasse de um barracão de escola de samba, tal a quantidade de materiais, estruturas e peças que aos meus olhos parecia inacabadas. Foi só o primeiro olhar, conhecendo o Ronald e sabendo que era artista plástico, logo meu conceito e meu olhar tomaram outro rumo.

Tudo no Ronald é exagerado, seu sorrisão mal cabe no rosto, logo, tudo que o envolve é exagerado. Não seria diferente com as suas obras. Inconfundível. Um cara incrível. Falador, sensível, inquieto, amoroso, agitado, mas muito amigo. Difícil não estar perto dele e não se encantar. Um cara que não passa despercebido em lugar algum.

Convivemos demais com ele nesse inicio de relacionamento. Deu-me até um apelido, “Madureira”. Ficávamos no seu atelier todos os finais de semana e era uma mistura de circo com parque de diversão. Se quiséssemos um lugar tranquilo, não era lá que encontraríamos. O entra e sai de personagens naquele atelier era como se tivesse sempre uma festa pronta para começar. E era sempre uma festa, mesmo estando só os três. Fazíamos tantas coisas juntos, mas o que mais gostava era quando íamos à feira da Augusto Severo, no bairro da Glória para fazer compras para o almoço. Nada era tão simples com o Ronald por perto. Aqueles dois parecia se deliciarem com cheiros e cores das barracas e essas compras demorava mais que o devido. Quantas caminhadas nas paineiras para banho de cachoeira, comer em Santa Teresa. São muitas as lembranças desse tempo.

Outra lembrança boa foi ter passado um réveillon em Cascata (Distrito de Casimiro de Abreu) no ano de 1992. Ele tinha montado lá o que seria futuramente uma pousada e resolvemos ir para lá (Ronald, Eduardo, Stanley e eu). A farra estava completa. Chegamos com chuva, mas mesmo assim a viagem foi bem divertida com as bobeiras do Ronald e do Stanley. Ainda não havia luz elétrica na pousada, o que tornava o lugar ainda mais interessante e misterioso. Pouco tinha o que fazer a não ser usufruir da natureza, conversar, rir, comer e dormir. O silêncio só era interrompido pelo barulho do rio que passa pelo terreno. Foi à passagem de ano mais atípica da minha vida, mas nem por isso menos incrível. Não havia fogos para identificar a chegada do ano novo e nos abraçamos e brindamos sem nos preocuparmos com isso. Foi assim que chegou o ano de 1993. Esse vídeo que coloco aqui dá a noção do quanto foram maravilhosos esses dias convivendo com uma pessoa tão incrível como esse Ronald. Um cara que transpira, transpira carinho, afeto, generosidade, amizade, disposição, enfim, só em sentir seu abraço percebemos sua alegria nos envolvendo.

Claro que com o passar do tempo fomos procurando outro canto, nossas vidas tomaram outro rumo e acabamos por nos distanciarmos sem perceber. Já não subíamos mais a Rua Alice como fazia antes, nossa vida passou a ser a região oeste da cidade. Uma pena, mas a vida é assim mesmo, faz com que trilhemos caminhos diferentes, mas sem que se percam os sentimentos. Estes estão guardados para sempre no coração, não há distância que o mate.

Minha admiração por você é imensa! Felicidades!

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Minhas árvores de Natal

ASSISTA O VIDEO DA ÚLTIMA ÁRVORE QUE MONTEI

Dezembro chegou e para mim, uma das maiores alegrias é montar a árvore de Natal. Ter uma árvore montada é sinal que Papai Noel vai aparecer e nos presentear. Guardo essa sensação desde criança. Deixei de acreditar em Papai Noel faz tempo, mas não abandonei a tradição de montar o símbolo maior que representa o Natal.

Mas qual a data certa para montar a árvore? Li que varia de país para país. Aqui no Brasil muitas pessoas têm o costume de montar as árvores de natal no dia 6 de dezembro, Dia de São Nicolau, considerado o Papai Noel.

Sempre fui o responsável pela montagem da árvore e da desmontagem também (infelizmente!). E quando passamos a morar no recreio, eu sempre fazia uma árvore diferente, gostava de inventar uma para cada ano e Edu me ajudava nessas criações. Era uma diversão a parte colocar em cada cômodo do apartamento, um símbolo natalino.

Ano passado não montei árvore no recreio nem em Vaz Lobo. A única coisa que lembrava o Natal foi um Papai Noel enorme que Edu havia comprado e que coloquei na bancada da sala. Quando me perguntavam se não ia montar a árvore eu respondia que não precisava porque Papai Noel sabia qual presente nós gostaríamos de ganhar.

A mesa da ceia natalina vai estar ainda mais vazia esse ano e por isso ainda não tive coragem de pegar os enfeites para dar o clima na casa. Vou deixar as coisas acontecerem.