quarta-feira, setembro 26, 2012

O mal é uma força com duas mãos

O mal é uma força com duas mãos. Por um lado, leva a destruição para quem o desejamos, se tal for o merecimento, por outro, volta-se contra nós mesmos de forma sempre arrasadora, pois tal é a Lei de Causa e Efeito. Portanto, aquele que se preocupa em desejar o que não lhe pertence (inveja), mantém ódio e raiva de alguém e pensa em vingança, e por mais justo que lhe possa parecer esse sentimento, cedo ou tarde vai sofrer as conseqüências de seus atos ou pensamentos. O mal não tem controle, não é uma força que se pode dirigir para esse ou para aquele lugar, pois onde cai, assim como uma bomba, espalha-se levando a destruição ao seu derredor. Ao contrário, o amor vai formando um cinturão de proteção, de bem estar e de alegrias sem fim. O mal é a certeza de que plantamos uma fruta amarga e que em breve ela nos será oferecida em bandeja de zinco.
Por isso, cuide de seus pensamentos, cuide do que sai da sua boca. Quando você acaba de pensar ou de falar, a coisa já está feita, já toma um rumo e vai construir ou destruir, perto ou distante e dificilmente tem volta. Não dá para segurar o mal, quando ele sai, já sai para destruir. Quantos estão separados hoje por causa de fofocas e palavras malditas?
As conquistas que fazemos com amor, com luta leal, com desejo de vencer no bem, são para sempre, eternas mesmo. Já as conquistas na base da inveja, do ódio, da vingança, da destruição de um lar, de uma família, são chamas que queimam a alma, verdadeiro inferno de tormentos e remorsos que quase sempre levam a um final trágico, seja através de doenças nervosas, males físicos ou acidentes fatais.
 

domingo, setembro 23, 2012

Um domingo triste


Muito triste o domingo. Como entender o ser humano racional que coloca veneno nas plantas? Com que sentido? Só entendo que seja por perversidade. Que prestem contas sobre o crime que cometem contra seres tão indefesos. Pois é, nosso visitante com dificuldade de visão morreu envenenado. Não iremos mais ouvir seus miados quando se aproximava avisando que estava com fome. Justo agora que já conseguíamos pelo menos afagar seu dorso enquanto comia vagarosamente. Uma tristeza. Fique bem!


quarta-feira, setembro 19, 2012

Endoscopia e sonho

Precisei fazer uma endoscopia hoje e minha mãe foi me acompanhando, pois um dos requisitos para esse exame além de estar em jejum por oito horas é ir acompanhado. Nunca tinha feito esse exame e na presença da enfermeira e do médico ele foi me falando do procedimento enquanto colocava spray de xilocaína na minha garganta e injetando um calmante anestésico na veia. Lembro que as últimas palavras que ouvi dele foi ter dito que a xilocaína ia provocar um gosto ruim na boca e a medicação me deixaria sonolento. Desse momento em diante não lembro nem como foi o exame nem como fui parar numa outra sala com minha mãe ao meu lado me esperando acordar.
 Os fatos que vou narrar foram ditos pela minha mãe, mas lembro exatamente do que vivi nesse momento de sonolência. Algo muito estranho, mas uma sensação de felicidade muito grande. Quando fui acordando minha mãe perguntou se eu havia sonhado com o Eduardo. Como ela sabia? Pois o fato mais curioso é que enquanto eu vivenciava esse sonho minha mãe ouvia tudo que eu falava. Eu me lembro de estar num carro amarelo, tipo táxi, com o Eduardo dirigindo por uma estrada bem movimentada e cheia de curvas. Na verdade ele guiava, mas eu é que sabia o local para onde estávamos indo. Conversávamos sobre muitas coisas e lembro que eu repetia para ele que todos achavam que ele havia morrido. Ríamos muito e chegamos num lugar que não consigo identificar onde, mas que eu já vi antes. Ele estacionou e havia várias barracas de artesanato onde ele quis parar e eu indiquei outra melhor mais a frente. Mas nós estávamos ali por outro motivo, procurávamos uma igreja. Nessa rua havia duas igrejas em cada esquina, mas a que devíamos entrar era a da esquerda. Havia uma imagem de Santo na porta que não lembro qual e como estava muito cheia, havia uma fila para entrar. A outra igreja estava com as portas abertas e as pessoas saiam carregadas como se estivessem adormecidas. Eram carregadas por entidades que vestiam roupas de padres, mas com cores mais vibrantes que uma batina preta. Eu não me lembro de ter entrado na igreja, mas vi o Eduardo entrar, assim como vi minha amiga Teresa entrar pelos fundos e não pela frente como todos os outros. Por algum motivo isso gerou uma briga entre os dois, tanto que ao sair Teresa estava emburrada e foi se sentar num banco onde eu tentava acalmá-la. Edu não veio falar com ela, fomos embora no mesmo taxi amarelo com ele dirigindo e a última lembrança que tenho desse sonho foi quando estávamos em cima do viaduto de Madureira e ele ia me levando para casa, dizendo que eu não me preocupasse com nada, que ele resolveria tudo para mim.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Vinte e um anos

Hoje faria vinte e um anos que conheci o Eduardo. Uma data muito importante para que passe como um dia qualquer. Nunca foi um dia comum, pelo contrário, sempre gostamos de comemorar esse dia. Agora me resta apenas às lembranças, e agradecer por ter convivido ao seu lado por tanto tempo. Ter podido conversar sobre tantas coisas, ter podido ir a tantos lugares, ter podido aprender tanto, enfim, amar e ser amado.
Sinto falta da sua atenção, mesmo que às vezes fosse exagerada eu gostava. Acho que eu nunca me senti tão querido por alguém. Seu carinho, sua atenção são sentimentos que não vou esquecer nunca. Tinha uma disponibilidade que me cativava. Na verdade tudo que ele fazia me cativava. Tinha gestos que nenhuma outra pessoa faria.
Falávamo-nos várias vezes ao dia. Sempre me quis ao seu lado. Era um grudento e certa vez me irritei e com seu jeito tão especial me disse: “Se você acha que vai se ver livre de mim está completamente enganado. Eu não te largo nunca mais!”
Engraçado como certas frases ficam perdidas num momento da vida, mas essa tenho guardada dentro do meu coração, pois é muito bom saber que está comigo, me fortalecendo, me amparando, me guiando nessa caminhada que imaginava ser solitária. Obrigado por tudo que me deu e continua me dando.

domingo, setembro 09, 2012

9 de setembro – dia do médico veterinário

Quem tem animal de estimação em casa sabe exatamente da importância de termos um médico de confiança para nos ajudar e nos socorrer nos momentos de aflição. Parabéns a todos eles que com sua dedicação e seu dom divino estão sempre dispostos a ajudar nossos amados bichinhos em especial e aos donos por tabela.
O Eduardo era um desses profissionais especiais, que tem o dom divino de se comunicar com os animais. Quem o conheceu sabe do que estou falando. Era um jeito todo especial de falar, de pegar, de acariciar, de medicar, de vacinar que me encantava. Tive oportunidade de lhe acompanhar em vários domicílios e algumas vezes mesmo que forçado, fiz a vez de seu auxiliar e assim pude verificar de perto toda sua dedicação, disposição, profissionalismo e principalmente seu amor pela profissão. Ele realmente nasceu e viveu para cuidar de animais.
Sobre esse profissionalismo lembro um fato certa vez que de certo modo me envergonho de ter feito, mas por outro lado, se o fiz foi porque tinha certeza de que ele não aceitaria. E assim foi. Estávamos comemorando seu aniversário com os amigos no nosso apartamento quando ele recebeu uma ligação de sua cliente da Barra da tijuca. A cliente explicou o que estava ocorrendo com seu cão e ele passou para ela os procedimentos que deveria fazer. Senti que ele não estava mais relaxado depois da ligação. Com certeza sua cabeça estava no animal doente e na sua dona. Horas depois a cliente voltou a ligar ainda mais aflita. Eu propus a ele que dissesse a ela que procurasse uma clínica 24 h para um atendimento mais rápido, dizendo que se encontrava em Nova Iguaçu. Resumo: pedi que mentisse.
Lógico que ele não fez, nem faria. Pediu que eu segurasse as pontas com os amigos e que tentaria voltar o mais rápido possível. Pegou sua maleta e saiu. Tive a certeza que ele já havia pensado em sair na primeira ligação, só não o fez porque talvez tivesse esperança do cão melhorar. Retornou bem tarde, mas com um sorriso no rosto que me deu a certeza que tudo havia terminado bem. Agora ele estava tranquilo, a dona do cão estava tranquila e o cãozinho melhor. Ai pudemos cantar parabéns e cortar seu bolo. Esse era o Doutor Eduardo.
 

domingo, setembro 02, 2012

Visita inesperada

O que fazer quando chega uma visita que não estavámos esperando? E quando essa visita passa a ser diária? E quando esse visitante anuncia-se ao berros? E se essa visita for um gatinho? Muitas perguntas para poucas respostas. Ou você enxota e evita que essa visita volte ou então tenta ajudar dando comida e água e corre o risco de ter aquele serzinho todos os dias na sua porta.
É isso que está acontecendo já há alguns dias, esse felino de pêlos dourados foi  chegando de mansinho mas com uma força nos míados impressionantes. Mas um aspecto nele nos chamou atenção: é cego. Por enquanto é só uma impressão mas é nitido que ele não percebe nossa aproximação.
 E agora, o que fazer com uma visita dessas? Estamos em mais um dilema. Sabemos que não é de nenhum morador da rua, já que fica no terreno da praça. Ainda não conseguimos pegá-lo no colo para ter certeza sobre essa impressão ou mesmo tentar levá-lo a um veterinário. O fato de ser cego é apenas uma preocupação a mais porque de fato já estamos envolvidos com ele.