quarta-feira, maio 12, 2010

Exu, terra do Rei do Baião

Ceará faz fronteira com Pernambuco e a primeira cidade nessa divisa é Exu, cidade do sertão Pernambucano e terra de Luiz Gonzaga, rei do baião e do forró. Mas uma dica importante é se informar sobre museus e igrejas se esse for o interesse de visitação. Descuidamo-nos desse detalhe e por ser uma segunda feira, a maior atração da cidade não estava aberta e foi frustrante porque não podemos conhecer o Museu do grande e inesquecível Luiz Gonzaga. Logicamente ela vive das festas no mês de junho e nós estamos em maio. Se as outras cidades já eram pobres, Exu então é paupérrima. Valeram somente pelo trajeto da bela serra, com uma vista linda, belas paisagens nordestinas, muito mandacaru pelo caminho, gados e casebres de barro. Uma paisagem típica nordestina e ainda mais do sertão. Estávamos com fome e não achamos um lugar para comer. Exu não é uma cidade turística e não encontramos um restaurante ou lanchonete. Se não fosse uma padaria salvadora, teríamos seguido viagem à base de biscoitos. Nessa padaria compramos pão, presunto e queijo e pedimos a atendente para fazer um misto para nós. Sentamos naquela padaria e saboreamos aquele sanduiche como se fosse um almoço maravilhoso. Nada disso era problema para nós. Divertíamo-nos com bem pouco. E viajar com um companheirão é ainda melhor porque dá ideias, não se aperta e ri junto. Conhecíamo-nos pelo olhar. Não desistíamos de nada. “Topo” era nossa palavra de ordem. Foi divertido, pois ficamos conversando com as tímidas moças daquela padaria, sem entender direito o que estávamos fazendo por aquelas bandas tão distantes. Difícil explicar para um morador daquela pobre cidade que tudo ali era interessante para nós. Não estávamos ali para tentar convencê-la disso porque o olhar delas não era igual ao nosso. E nem sei se será um dia. Sempre tivemos curiosidade de conhecer esse Brasil. Esse Brasil da letra de “Asa Branca”, das fotos e dos livros. Sempre demos importância em conhecer as histórias dessas cidades pelos seus moradores, e foi assim que ficamos sabendo que há duas versões para o nome da cidade. Uma consideram que é uma corruptela do nome da tribo Ançu na nação dos cariris, e outra que os índios puseram o nome Exu devido a um tipo de abelhas denominadas Inxu. Só por esse bate papo na padaria já bastou à visita. E assim terminou nossa visita pelo sertão. Não era tempo de seca, portanto aquelas paisagens áridas e secas que sempre imaginamos, não vimos. Mas a pobreza esteve presente em todas elas, mas também vimos um povo bem valente e simpático. "O sertanejo é, antes de tudo, um forte" frase de Euclides da Cunha, do livro Os Sertões. Vimos isso de perto.

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