sábado, maio 01, 2010

Dia do Trabalhador

                           
Depois de 28 anos de trabalho será o meu primeiro de maio diferente. Mas isso não é motivo de tristeza, pelo contrário, é de muitas lembranças boas. Não dá para esquecer os profissionais com quem convivi esses anos todos, num ambiente de muito trabalho, mas ao mesmo tempo harmonioso e feliz.

Desde pequeno ouvi uma expressão que dizia “mesmo que sejas um carvoeiro faça por onde ser um bom carvoeiro”. Bem, não cresci querendo ser um carvoeiro, mas entendi a essência dessa expressão e fui à busca de ser o melhor naquilo que escolheria. Consigo olhar para trás e ver essa trajetória sem vergonha alguma, muito pelo contrário, me orgulho de ter sido o precursor da seção de Estatística no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Num trabalho de formiguinha, fui atrás de informações de eleições passadas e armazenando esses dados a seção começou. Lembro que no início era somente eu e o Adolfo. E foi ele quem lembrou que havia uma jovem estudante de Estatística no Caju (a Claudia) e a trouxe e assim a equipe foi montada, com a chegada do Fabiano, do Antonio e do Marco Antonio. Nossa sala era minúscula e tínhamos que trabalhar em dois turnos porque o espaço não comportava todos ao mesmo tempo. E assim cada um passou a contribuir com seu trabalho fazendo com que a seção crescesse. Fomos nos firmando e conquistando um espaço bem maior. Cada um foi fazendo seu nome junto com esse crescimento e com o passar dos anos, alguns saíram e outros foram chegando, como o Rick, Eveline, Pedro e Flávia. E todos se encaixando perfeitamente no nosso jeito de trabalhar. Sempre fomos uma equipe, o que um sabia, todos sabiam ou pelo menos se esforçavam e metiam a mão na massa para fazer. Todos ajudavam tamanho nosso entrosamento e amizade. Considerávamos-nos uma família, já que passávamos mais tempo ali que em nossas casas. Todos responsáveis, companheiros, dispostos a ensinar e aprender, inteligentes e amigos.

Dividíamos o sucesso e os fracassos em grupo. Aprendi isso com todos eles, não só profissionalmente, mas nas relações humanas. Cresci como pessoa e devo isso a cada um com quem trabalhei. Passei mais tempo no meu local de trabalho que em casa, portanto não poderia ter sido de outro jeito. Não sei se fui um bom carvoeiro, mas nunca deixei de tentar, mesmo quando me sentia limitado. Sempre procurei fazer o meu melhor e esse melhor deixei registrado em vários arquivos que contem informações valiosas sobre dados de todas as eleições. São muitas pastas contendo informações em meio magnético que nenhum outro local tem. Dificilmente uma pessoa vá pedir algo que a seção não tem como fornecer. Hoje, devido à contribuição de todos que passaram por essa seção, temos não só como fornecer qualquer estatística de eleições como dar essa resposta com mais rapidez. Orgulho-me muito de ter passado tudo que sabia para todos que chegavam, pois nunca guardei ou prendi qualquer informação.

Aquele meu canto sempre foi sagrado. Gostava de ser o último a sair, de verificar tudo em volta, apagar as luzes e fechar a porta. Era a sensação de dever cumprido, zelava por aquela sala e o que nela continha como se minha casa fosse. Orgulho-me da confiança e o respeito que consegui dos meus amigos. E do carinho também porque muitos continuam meus amigos mesmo não trabalhando juntos. E demonstram isso não só nos momentos alegres, mas nos tristes, porque não me abandonaram nem nessa fase. Estiveram me confortando e chorando junto comigo no enterro do Eduardo já que todos ali o conheciam. Edu não só ia me buscar no trabalho, mas nos acompanhava nos choppinhos das sextas feiras, fazia caminhadas com o grupo do trabalho, íamos ao teatro e festas com esses mesmos amigos. Por isso todas essas pessoas são muito mais que profissionais competentes, são amigos especiais.

Passamos bons momentos juntos, como uma família mesmo e o crédito de todo esse sucesso foi e é justamente o ambiente de trabalho ser de respeito, profissionalismo e companheirismo. Espero que essa caminhada de sucesso e evolução continue e que esses profissionais tenham toda sorte nesse ano que será madrasta para todos eles. Estarei de fora dessa vez, mas de olho no trabalho primoroso que sei que cada um vai fazer. Então aproveitem esse feriado porque daqui a pouco não terão mais nem finais de semana.

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