sábado, dezembro 24, 2011

Presentes sem preço.


Ganhei muitos presentes de Natal ao longo da vida, mas somente um me marcou, a ponto de se fechar os olhos lembrar como foi. Acho que tinha uns nove anos e ainda acreditava em Papai Noel. Alguns parentes nos levaram para os fundos da casa para ver se conseguíamos ver a chegada do Papai Noel, pois faltavam poucos minutos para meia noite. Só que como Papai Noel tinha muitas crianças para visitar, não poderia ficar batendo papo com todas e sendo assim, ele colocava os presentes sem que conseguíssemos vê-lo. E foi assim que aconteceu, enquanto estávamos nos fundos ele veio pela frente da casa e colocou nossas bicicletas (que eram azuis e tinha formato de uma motocicleta) na sala. Quando entramos e vimos às duas alinhadas no meio da sala, foi uma emoção enorme. Alguém chegou a dizer que por pouco não víamos o bom velhinho. Claro que nem perdemos tempo em correr até a varanda para vê-lo partir no seu trenó, pois o que queríamos mesmo era subir naquelas motocicletinhas e dar as primeiras pedaladas. Foi realmente inesquecível e emocionante!

Não sei quando nem o porquê deixei de acreditar em Papai Noel, mas o fato é que conseqüentemente os presentes deixaram de ser marcantes.  O encanto acabou e com ele os presentes inesquecíveis também.

Mas todos os presentes têm seu valor e já adulto, ganhei um relógio de presente do Eduardo que também me marcou muito. Ele havia me dado muitos presentes, mas esse relógio foi especial. Esteticamente falando ele não tinha nada de mais, mas era todo prata e prendia perfeitamente no meu pulso fino, não ficava se movendo como outros que tive que quando via o marcador estava para baixo. Esse não, esse encaixava perfeitamente no meu pulso. E só por isso eu o achava lindo. Com o tempo, seu fecho passou a apresentar defeito, mas com um simples aperto nas laterais eu conseguia fixá-lo sem maiores problemas. Pelo menos eu achava. Até que eu o perdi sem sentir como. Fiquei completamente transtornado. Demorei a vencer a sensação terrível de perder um objeto que foi comprado especialmente para você por alguém que perdeu um tempo imenso escolhendo seu presente de Natal. Felizmente, passeando pelo Shopping, vi um relógio igualzinho numa loja. O comprei. Era idêntico e por isso ficou valendo como se fosse o original, comprado para mim.

Uma coisa é certa: não importa o tipo, o tamanho, a qualidade do presente. O mais importante é a intenção de quem dá e a gratidão de quem recebe. Por isso desejo que todos vocês que me são muito queridos que a noite de Natal seja repleta de muita paz, harmonia e muitas felicidades.

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