Outro dia meu querido amigo Emilio que também era cliente do Eduardo, escreveu tão bacana que através das minhas postagens simples eu estava ensinando a encarar a vida e a morte de uma maneira melhor. Fiquei pensando no que ele escreveu e no peso que isso tem. Gostaria de esclarecer que realmente eu tenho encarado a morte de uma outra maneira. Tenho aceitado, mas ainda não me conformado! Mas aceitar já é um grande passo, e isso o estudo da doutrina espírita tem me ajudado. Pois é isso, não quero e nem sou exemplo de nada. Muitos devem saber lidar com a dor da perda melhor que eu. Estou aprendendo ainda e tento dividir isso com os amigos. Quando estou só é o computador que me faz companhia e aproveito para desabafar no blog, pondo para fora alguns pensamentos. E às vezes reproduzo alguns textos de livros que tenho lido para o curso de espiritismo. Para continuar nessa caminhada de evolução, os estudos, a leitura tem sido muito importante para esse entendimento da perda. Abaixo transcrevo o que Allan Kardec escreveu sobre perda das pessoas amadas, e é textos como esse que diminuem minha dor e a tristeza (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 5, pág. 78).
Quando a morte se faz presente nas vossas famílias, levando sem critério os jovens antes dos velhos, dizeis muitas vezes: “Deus não é justo, já que sacrifica aquele que é forte, e com um futuro pela frente, para conservar aqueles que já viveram longos anos cheios de decepções; leva aqueles que são úteis e deixa aqueles que não servem mais para nada; parte o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que fazia toda a sua alegria”.
Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidade de vos elevar acima do plano terreno da vida, para compreender que o bem está muitas vezes onde se acredita ver o mal, a sábia previdência, onde se acredita ver a cega fatalidade do destino! Por que medir a justiça divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos mundos queira, por um simples capricho, vos impor penas cruéis? Nada se faz sem um objetivo inteligente e tudo o que aconteça tem sua razão de ser. Se meditásseis melhor o porque das dores que vos atingem, encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e vossos míseros interesses seria uma consideração secundária que desprezaríeis ao último plano.
Acreditai em mim, a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a essas desordens vergonhosas que desolam famílias honradas, cortam o coração de uma mãe e fazem branquear os cabelos dos pais, antes do tempo. A morte prematura é muitas vezes um grande benefício que Deus dá aquele que se vai, e que se encontra assim poupado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à sua perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade; é que Deus julga que não é útil passar maior tempo na terra.
É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! De quais esperanças quereis falar? Das da Terra, onde aquele que se foi teria brilhado, trilhado seu caminho e feito fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue se elevar acima da matéria! Acaso sabeis qual teria sido o destino dessa vida cheia de esperanças, segundo pensais? Quem vos garante que ela não poderia ter sido cheia de amarguras? Acaso considerais nulas as esperanças da vida futura, preferindo as da vida passageira que arrastais na Terra? Pensais, então, que vale mais ter uma posição entre os homens do que entre os Espíritos bem aventurados?
Alegrai-vos ao invés de vos lamentar quando Deus quiser retirar um de seus filhos desse vale de misérias. Não há egoísmo um desejar que ele permanecesse ai, para sofrer convosco? Essa dor compreende-se entre aqueles que não tem fé e que vêem na morte uma separação eterna; porém vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor livre de seu envoltório corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem amados estão perto de vós; sim, estão bem perto; seus corpos fluídicos vos rodeiam, seus pensamentos vos protegem, e a lembrança que tendes deles os enche de felicidade; assim como também vossas dores insensatas os perturbam, pois elas denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós que entendeis a vida espiritual, fazei vibrar as pulsações de vosso coração em favor desses entes bem amados, e, se pedirdes a Deus que o abençoe, sentireis em vós aquelas consolações poderosas que secam as lágrimas, aquela fé consoladora que vos mostrará o futuro prometido pelo soberano Senhor.
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