Diga Xis para sair bem na foto porque hoje é dia da fotografia.
Eu tenho um monte delas e adoro ficar folheando meus álbuns, com os familiares, os amigos, as festas, na praia, as viagens, os animais, paisagens. Ver esses momentos registrados me leva de volta ao dia que aconteceu a foto. Um dia minha memória vai falhar e serão essas fotos que me trarão as recordações de uma vida muito feliz.
Minha primeira máquina fotográfica ganhei do meu pai num Natal e foi uma Xereta, da Kodak. Era bem pequena e ultramoderna para a época, senão fosse pelo flash em formato de cubos que colocávamos em cima e se queimavam a cada batida, seu designer era bem atual. Nesse tempo comprávamos filmes de 12, 24 ou 36 posses conforme a necessidade do evento e todo cuidado era pouco para o que fotografar e como fotografar porque só veríamos o que fora registrado depois, pois a revelação demorava.
Sempre gostei de fotografias e a cada máquina nova que surgia eu comprava. Foram muitas e de vários modelos até chegar as digitais. Quando conheci o Eduardo descobrimos esse hobby que tínhamos em comum. Ele também era o fotografo dos eventos na família e me contava sua técnica de colocar papel celofane colorido na frente da lente para dar uma coloração diferente à foto. Quando colocava o papel amarelo a foto ficava no estilo sépia. Guardo essas fotos com muito cuidado e carinho, pois ele tinha paixão por essas suas experiências. Se a xereta foi à máquina que marcou minha adolescência, Edu tinha adoração pela sua Olympus que duplicava as posses, ou seja, se comprava um filme de 12 ela batia 24. Mais moderna impossível. Quando a bateria ou pilha da digital impedia de continuar batendo as fotos ele brincava dizendo que se fosse a Olympus que duplicava não teríamos esses problemas.
Nas suas férias no Espirito Santo ele tirava várias fotos com essa máquina e se orgulhava de conseguir alguns ângulos que poucos ousavam, como por exemplo, quando procurava a perspectiva ideal para colocar a lua entre as mãos do modelo. Todos ficavam encantados com sua ideia original e queriam uma foto igual. Tentei reproduzir esse feito em sua homenagem.
Foram tantas máquinas desde que nos conhecemos. Muitas eu comprei e algumas ele mesmo me deu de presente. Eu brincava dizendo que na verdade o presente era para os dois já que ele também usufruía. No início preferia estar atrás das lentes, mas com o passar do tempo foi se soltando e sentindo-se a vontade para ser meu modelo. E que modelo! Enquanto eu tentava esconder certas partes do corpo, como a barriga, por exemplo, Edu não tinha esse problema, nem precisava fazer posse para sair bem na foto.
Nosso prazer pela fotografia era tanto que resolvemos fazer um curso para aprender algumas técnicas. Tínhamos aulas todos os sábados, e foi muito divertido estar numa sala de aula com ele.
Era nas nossas viagens que colocávamos em prática essa nossa veia artística. Muitas vezes éramos os dois e nossa câmera para brincar. Algumas vezes eu ficava chateado por bater fotos melhores que ele batia de mim e quando isso acontecia me mandava procurar outro fotografo. Difícil encontrar alguém que me clicasse tão bem como ele. Realmente eu sempre me sentia um diretor, dando as diretrizes de como enquadrar e o que enquadrar. Sou um exagerado e sofria com as gozações dele por isso. Mas tenho orgulho desse meu exagero, de ter levado essa minha paixão ao extremo porque assim pude colecionar milhares de fotos nas mais diferentes maneiras e em todas as fases da nossa vida. Todos os momentos foram registrados. No quarto de hospedes do nosso apartamento tem um painel que retrata justamente a história de nossas vidas. Hoje é difícil olhar para o painel e não me emocionar com essa linda trajetória. Às vezes penso em arrancá-lo, mas e as imagens registradas na minha mente, como rasgar? E as fotografias tem essa função, eternizar um momento. Está tudo ali, congelado e é assim que eu gostaria de estar, parado no instante mais feliz da minha vida e ficar assim para sempre, protegido pela moldura.
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