sábado, agosto 07, 2010

EM SERVIÇO DESENCARNATÓRIO

Quando sinto que estou caindo eu grito e prontamente mãos aparecem para me socorrer. Não sei o que seria de mim sem meus amigos, sem minha mãe e meus parentes. Tenho andado assim e na postagem de outro dia deu para perceber. Permito-me ficar triste e revoltado às vezes. Que bom que as ajudas aparecem de todos os lados e algumas surgem do nada. Quer dizer, do nada não. Chegam porque sei que estou sendo amparado e tenho muitos a minha volta que querem o meu bem. Depois que postei sobre a minha revolta, deitei e continuei a leitura de mais um capítulo do livro que estou lendo. E estava justamente nesse capítulo o texto que eu precisava para aliviar o meu peito e meu coração.

Primeiro quero falar de como esse livro chegou a minhas mãos. Estou estudando a doutrina espírita no centro da Irmã Maria Angélica e como tenho muito que saber, pergunto sobre tudo. Minha professora no sábado passado sentou-se ao meu lado, me deu abraço e disse com sua voz doce que havia tomado a liberdade de trazer-me um livro que iria me ajudar muito. Acho que de tanto fazer perguntas ela percebeu que eu estava precisando não só das aulas, mas de trabalho de casa. O livro chama-se “O mundo que eu encontrei” psicografado pelo espírito de Luiz Sérgio,que morreu tragicamente num acidente de carro. Um belo livro, cheios de mensagens enviadas por esse espírito. E ao deitar-me o capitulo que li foi: Em serviço desencarnatório. Uma mensagem para que eu entendesse e amenizasse essa revolta. Fui dormir tranquilamente. Embaixo reproduzo partes desse capítulo.

EM SERVIÇO DESENCARNATÓRIO

Andei muito ocupado, cuidando de assunto novo para mim. Estive ajudando o desencarne de uma pessoa que conheci e que ainda estava passando por uma prova. Acompanhei todo o trabalho dos irmãos mais experientes e vi muita coisa que jamais iria compreender, se estivesse encarnado. Gostaria de dar uma explicação, contar o que vi e como entendi o processo de desencarne.

Já fazia alguns meses que sabia da próxima vinda dessa criatura para o espaço. Recomendaram-se que nada dissesse a ninguém. Cumpri o prometido e assim deram-me a oportunidade de acompanhar o desencarne.

A doença que vitimava o irmão prendia-se a motivos cármicos e constituía uma sagrada oportunidade de resgate. O sofrimento que essa doença acarreta depura o espírito e deixa perceber a extensão de certos vícios sedimentados em suas diversas fases evolutivas, bem como os sentimentos de ira, de vingança, e outras inclinações más que ainda possuímos. Repousa no Espírito a força que protege o homem dos males que atacam seu corpo e desequilibram sua mente.

A pessoa de quem falo precisou ficar no corpo até que “chegasse a hora”, como dizem. Há uma forte razão para assim acontecer. Nenhum irmão que o assistia pretendeu aliviar seu sofrimento antecipando sua saída do corpo, auscultavam, davam passes, tomavam medidas de auxílio para fortalecê-lo espiritualmente. Notei que observavam atentamente o paciente. Havia sempre um irmão perto dele como se fosse enfermeiro. Cuidavam muito de seu equilíbrio mental.

Quis saber por que não retiravam logo o irmão, já que não seria mais possível reconstituir-lhe o físico. O médico, pacientemente, explicou que nada deve ser feito antes do momento próprio. Se o espírito for retirado sem o devido preparo, pode acontecer que leve grande carga doentia, o que iria dificultar sua convalescença no espaço; que seria bem melhor para ele sofrer um pouco mais no corpo, para gozar melhor e mais brevemente a libertação. Quando acontece, naturalmente por inexperiência, ser a pessoa retirada antes do momento propício, ela vai sofrer mais tempo desencarnada. Não há vantagem, portanto.

Os espíritos que se dedicam à assistência aos desencarnantes tem grande prática e sabem ver o momento exato do desprendimento. É o que se dá ao colhermos um fruto; sabemos quando ele está maduro. Assim acontece. Quando se aproxima a hora de ser retirado, o Espírito é avisado de que em breve deixará de sofrer. Ministram-lhe passes que lhe transmitem forças e muitos conseguem até apresentar melhoras, enganando os familiares que os rodeiam, fazendo descrescer a tensão emocional entre eles. É a coragem de que reforça o Espírito para o desligamento final. Esse desligamento é interessante de ser observado.

No caso que estou relatando, foi feito ao Espírito um chamamento, de modo a fazer com que se voltasse para o plano espiritual, e se manteve com ele uma conversa telepática. Não sei o que lhe disseram. Não captei. O irmão já estava cansado de sofrer e depois que entendeu a mensagem mostrou interesse em verificar quem estava presente. Conheceu um de nós e enviou pensamentos de afetividade. Assim, viu-se uma luz radiosa que envolveu a todos e sons maravilhosos que vinham não sei de onde. Até perfume espalhou-se em volta. O alvo de todo esse aparato era o irmão desencarnante.

Muito vagarosamente, foi sendo chamado o Espírito para fora do corpo. Aos poucos foi desprendendo-se, como sai um inseto de sua casca, porém não havia abertura na casca (corpo). Saia por todos os poros, segundo parecia. O desligamento final aconteceu mais rápido. De repente, após um de nós ter-lhe estendido as mãos, ele se sentiu atraído e largou o corpo, que tombou. Não se deu conta do momento exato e o final de seu desencarne, pois riu de satisfação ao nos abraçar e logo caiu na sonolência, que dizem ser natural. Foi levado para as câmaras de repouso para ser cuidado até se recuperar.

Cada pessoa enfrenta a morte de maneira diferente. Porém, as fases são quase as mesmas para todos. Segundo nosso mentor, há os que são apressados, impacientes, que querem livrar-se logo do sofrimento físico e acabam carregando consigo muita mácula para expurgar depois. Há os que são por demais agarrados ao plano físico tentam ludibriar os encarregados da operação, para permanecerem mais algum tempo no corpo; estes tem sofrimento mais longo e também saem desiludidos, sem esperança e realmente cansados. Como se retiram com revolta, porque desejam ficar, então sofrem duplamente. Há os que são expelidos do corpo porque este, de repente, deixou de ter condições de servi-los, como aconteceu comigo, que não me apercebi naquele momento, que havia desencarnado. Há os que destroem o corpo e voltam em condições precarrísimas. É tão triste a situação desses Espíritos que nem tenho desejo de contar.

Todos nós nos enganamos muito quando estamos encarnados, sempre que vamos julgar a vida de nossos semelhantes. Lembro-me de ter ouvido falar de determinadas pessoas que eram tão boas e que, no entanto, tiveram de passar por grandes provações. Isso sempre me intrigou e eu não conseguia atinar com a razão. Agora, já com a visão mais ampla de nossa vida, compreendo tudo isso. De nada adianta querermos fugir da Lei, porque ela está gravada em nós. Ela se manifesta como princípio de nosso estado. Sem ela não “seríamos”. Ouvimos dizer que DEUS tarda, mas não falta. DEUS é o criador, portanto, é a Lei. ELE está dentro de nós, portanto, a Lei também reside em nosso interior.

Como a evolução se processa através do aperfeiçoamento da criatura em conformidade com os moldes desejados pelo Criador, as leis que regem essa evolução são simplesmente êmulos que levam o indivíduo, através do aprendizado, á conquista de graus cada vez maiores de compreensão que lhes permitam atingir os degraus evolutivos, cada vez mais elevados ou inlevados.

Antes de terminar, desejo referir-me ainda ao irmão que desencarnou. Ele está muito bem e em franca recuperação, porém ainda não poderá dar notícias suas tão cedo e é aconselhável que não pensem nisso. Deixem-no descansar num justo repouso, depois de tantas lutas.

Um abraço afetuoso a todos os que me conheceram e que ainda se lembram de mim.

Papai, mamãe, Cezinha e todos, todos os familiares estão incluídos no meu circuito de vibrações. De ninguém eu me esqueço. Creiam-me.

Mensagem de 11/09/1974

Um comentário:

Emilio disse...

Caro Amigo, como vc tem me ensinado a enxergar a vida e a morte de uma maneira melhor. Com certeza a passagem do Edu foi a forma que DEUS encontrou para fazer vc nos ensinar tanto como tem feito. Um grande abraço e muitas saudades. Emílio.