terça-feira, março 02, 2010

Como gostava de dormir a tarde! rsrs Ele sabia das coisas.


A ciência comprova que dormir depois do almoço faz bem. É preciso respeitar os ritmos biológicos


Por Simone Muniz


Você já pode pleitear um sofá para tirar um cochilo depois do almoço sem constrangimentos.

Está comprovado cientificamente que a sesta faz bem. Segundo estudos da área de cronobiologia, nova disciplina que destaca a importância de se respeitar o ritmo de produção de cada ser humano, o ideal é dormir de 10 a 20 minutos no início da tarde, logo após o almoço.

Cronobiologia é a ciência que estuda os relógios biológicos, ou seja, a regularidade dos mecanismos de produção do corpo. Verifica as alterações de sono e de disposição física e mental de cada um.

De acordo a disciplina, o ritmo biológico está relacionado, principalmente, com a fisiologia, o clima da região, a hora do dia, as estações do ano e os hábitos pessoais.

Os estudos da equipe do professor e cronobiologista John Araujo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, constataram que descansar no início da tarde faz parte do ciclo biológico de vários primatas, como o macaco sagüi.

"Trata-se de um mecanismo inerente à espécie", diz John. Ele confirma a maioria das pesquisas internacionais que acreditam que também o ser humano fica menos disposto no início da tarde. "Uma aula às 13h, por exemplo, rende muito menos do que se fosse mais tarde", afirma.

Segundo ele, nos homens e em certos animais, a atenção começa a diminuir em torno do meio-dia, o horário, geralmente, mais quente.

"Quando está muito calor, o organismo precisa de parar de produzir para se equilibrar.

As atividades, físicas ou mentais, aquecem ainda mais o organismo e arriscam um desequilíbrio e uma desidratação", explica John Araujo.

Como a menor disposição no horário da tarde está relacionada com o equilíbrio da temperatura corporal, fica fácil entender que o clima da região e a estação do ano também influenciam na necessidade da sesta.

Quanto mais quente, mais o corpo pede para parar. "Povos como os brasileiros têm maior disposição para fazer a sesta do que os do hemisfério norte.
Mas há um preconceito muito grande, não respeitamos o nosso ritmo", desabafa Araujo.

Segundo os pesquisadores, ainda existem várias questões a serem esclarecidas sobre a sesta. Mas ninguém duvida que a necessidade de descansar no início da tarde também aumenta quando comemos muito ou se optamos por alimentos pesados.

"Ao se alimentar, o organismo desvia parte do calor e da energia para realizar a digestão", explica o cronobiologista Luiz Menna-Barreto, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento de Ritmos Biológicos da Universidade de São Paulo.

Se a qualidade e quantidade dos alimentos exige mais calor e mais energia para digerir, atrapalha a realização das atividades físicas e mentais

É claro que, além de todos esses fatores, os hábitos de cada um também influenciam na hora da preguiça e da sonolência à tarde.

O mais importante, de acordo com os cronobiologistas, é a consciência e o respeito ao ritmo próprio.

"Não somos máquinas", diz Luiz Menna-Barreto. "Podemos administrar muito melhor o tempo de atividade e de repouso",

Um comentário:

Unknown disse...

Ah! A soneca da tarde era sagrada! Não importava onde, nem como, ele dava um jeito de tirar uma soneca. Uma hora, 40 minutos, 15 minutos, não importava, já era o suficiente pra ele. Em cima de uma pedra à beira de um abismo, numa cadeira de praia desconfortável, se tivesse uma rede então, aí era o paraíso! Era como se desligasse de tudo ao seu redor. E depois levantava refeito, renovado. Pronto para mais horas e horas de caminhada, mergulhos em cachoeiras paradisíacas ou até passeios por mercados lotados de barraquinhas.