sábado, março 06, 2010

Choveu hoje! Mas o sol sempre brilhou para nós dois.


Estranho essa sensação. Esta chovendo e estou pensando no Eduardo. Não acho que seja por causa da chuva, acho que é porque estou em casa sem fazer nada e como ele gostava disso, de ficar em casa, sem fazer nada, deve ser por isso. Claro que gostava de sair, de passear, de se divertir, mas com o tempo assim, e se ainda por cima tivesse trabalhado, com certeza gostaria de ficar em casa, descansando. Ficávamos na varanda, deitados na rede ouvindo e vendo a chuva cair molhando as plantas, molhando a varanda, molhando tudo.

Estranho pensar que ele não está vendo essa chuva que está caindo, estranho não poder ligar para ele para saber onde está, se está preso em algum engarrafamento. Tive vontade de pegar o telefone e ligar qdo vi no telejornal que a cidade estava um caos. Ri desse meu impulso. Estranho a sensação de não ter ninguém para se preocupar comigo se estou na rua e cai uma chuva dessas. Sinto falta dessa preocupação, desse cuidado que ele tinha comigo. "Onde você está?", "Não demore", "Cuidado". Esquisito não ter alguém para te proteger, mesmo que para dizer essas palavras. É tão bom ouvir isso. Essa sensação. Tão bom a vida a dois. Ninguém nasceu para ficar sozinho. Pelo menos eu acho, eu não nasci. Tudo a dois é mais legal, mais bonito.

Chuva nunca fez parte da nossa vida, não consigo lembrar de outra situação com chuva que não seja essa do Recreio, da paz que dava, ainda mais quando faltava luz. Mas se um dos dois não estivesse em casa, com certeza a ligação era certa para saber onde o outro estava. Lembro que falávamos que em todos os lugares onde íamos nas férias o sol ia bagagem. Lugares que chovia torrencial uma semana antes, quando chegávamos aparecia o sol. Em todas as nossas férias em maio foi assim. Mesmo nessa última pelo ceará não foi diferente. Ceará estava em calamidade pública, Jericoacoara chegou a ficar ilhada, com a estrada interditada mas chegamos e o sol apareceu. Tínhamos sempre a certeza que o sol brilhava pra nós. Ele não nos deixava na mão. Não há foto alguma em todos esses anos onde a chuva pudesse atrapalhar a viagem, as férias. O sol esteve presente sempre, brilhando. Espero que ele continue brilhando.

Nenhum comentário: