quarta-feira, dezembro 29, 2010

Últimos Reveillon juntos.

Em 2004 tornamos a reunir a família e os amigos que viraram uma constante nessa data.

Somente no ano de 2005 Edu chamou sua família para essa data tão importante para reflexão. Era a primeira vez que juntávamos nossas famílias e não poderia ter sido melhor. A casa ficou não somente cheia de gente, mas de muita paz e harmonia.

Repetimos a dose no ano de 2006. No ano de 2007 acho que devido a uma cirurgia recente da Dn Lucia eles não vieram e apenas os amigos e meus pais participaram da festa.

Já 2008 voltamos a reunir todos, mais um encontro alegre e festivo.

No ano de 2009, decidimos no Natal que o réveillon seria no Recreio. Edu sentia-se melhor e quis reunir todos no apartamento novamente. Tentamos fazer o melhor, mas era nítido que ninguém estava naquele espírito dos outros anos. Edu fazia um esforço tremendo para que não transparecesse que estava se cansando com facilidade. Esperou dar meia noite e foi se deitar. Acho que todos foram em seguida. Dessa vez ninguém foi à praia, não houve champanhe, nem brindes. Eu não sabia se queria dormir ou caminhar sem parar. Tinha meus amigos ali não queria que o réveillon deles fosse preso no apartamento. Lembro-me de ter ido ao quarto e Edu já estava dormindo. Olhei para ele e não o reconheci. Não sei explicar, mas suas feições estavam diferentes. Minha tristeza parecia aumentar e me segurava para não transparecer aos outros. Chamei o Wagner e o Adriano para irmos à praia. Aquele povo andando de um lado para o outro na praia não me dizia nada. Aquela alegria toda não me contagiava. Não aguentei e sentei no meio fio e comecei a chorar desesperadamente. Fui amparado pelos dois amigos queridos. Nesse momento um sentimento de medo e insegurança tomou conta de mim. Se em anos anteriores agradecia pelo ano que tinha acabado e fazia planos para o próximo, nesse não conseguia agradecer, nem vislumbrar projeto algum. Só me passava pela cabeça que tinha esperança que no dia seguinte seria diferente, que haveria uma melhora e que aquela fase acabaria. Precisava acreditar nisso e esse choro era um desabafo, um grito contra o ano que acabava e um aviso para o novo que chegava.

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