“Entre aqueles que se amam, a morte aparece em vão, pode plantar saudade, mas nunca a separação”.
“O que a vida começou, a morte continua...” ANDRÉ LUIZ
A mãe de um amigo que não me via há algum tempo me perguntou como eu estava e respondi que bem. Duvidando das minhas palavras, me olhou sorrindo, segurou em minhas mãos e disse que eu estava dizendo isso da boca para fora que não se consegue enganar uma mãe. Que via nos meus olhos que não estava bem. Fiquei quieto ouvindo suas palavras tão bonitas de conforto. Fui embora tocado com as palavras da Dn Vera. Sua atitude foi diferente de algumas pessoas que se aproximam ou ligam me cobrando uma resposta de melhora. Pois é, ainda não dá para ser assim. São apenas quatro meses que minha vida mudou completamente e muitos não podem imaginar o quanto. As coisas têm que acontecer no tempo certo. Não vou pular etapas, nem fingir, nem mentir. Não se apaga de uma hora para a outra tudo que se viveu com alguém que amou muito e recomeça uma vida. Não. Eu vou recomeçar sim, mas quando sentir que estou pronto para isso. Como diz a minha terapeuta, quando me fizerem essa pergunta devo responder que ainda não estou bem mas vou ficar. Essa é minha frase. Não quero ter que mentir para satisfazer ninguém. Sei que muitas vezes é preocupação comigo e eu agradeço muito. Mas por enquanto vou continuar chorando quando tiver vontade. A saudade é muita e quando ela me aperta vou para meu quarto e choro sozinho. Só me acalmo quando leio uma das muitas preces que tenho aprendido. Mas tenho chorado bem menos, e melhorando a cada dia. Os instrumentos já me foram dados, agora estou aprendendo a usá-los. Esses instrumentos me foram apresentados não só pela psicóloga, mas também no centro kardecista que tenho freqüentado há dois meses, Centro Espírita Maria Angélica, no recreio dos bandeirantes. Fico feliz de ter tido coragem de ir sozinho em busca dessa ajuda e nessa casa fui recebido com um abraço fraternal. Nesse abraço comecei a sentir que estava no lugar certo. Ali tenho encontrado o conforto que tanto preciso para entender entre outras coisas, a morte. O primeiro passo foi me fortalecer participando de um projeto que a casa tem chamado de autocura, onde pude aprender a atuar pelo pensamento, a sintonizar com Deus, a cuidar do físico, a saber, sobre os sentimentos que curam e por fim cultivar o amor. A partir daí comecei a por em prática as coisas que aprendi nesse um mês de autocura. E em seguida comecei a freqüentar as reuniões públicas que terminam com o passe. Volto para casa energizado e em paz.
Agradeço ter tido forças para ir à busca dessa evolução espiritual. O engraçado é que a casa já existe há 21 anos e desde que fomos para o Recreio passávamos ali em frente víamos sempre cheio, mas nunca tivemos vontade de entrar e fazer uma das poucas coisas que não fizemos juntos, nos espiritualizarmos. Entendo que deve estar sendo difícil para o Edu esse seu retorno ao mundo espiritual, mas também está sendo para mim. Então chegou o momento para juntos procurarmos essa evolução e diminuir o sofrimento. E acredito muito que só o espiritismo possa nos dar isso. Não está sendo fácil para nenhum dos dois, por isso precisamos estudar. E é isso que vamos começar a fazer a partir de hoje, pois tenho certeza de que ele estará junto comigo nesse processo. Estaremos dando um passo maior para que possamos entender essa nova fase que estamos vivendo. Do meu lado quero poder ler as mensagens espíritas e entender que não são somente frases de efeitos. Quero compreende-la e aplicar na minha vida.
“A morte é a única certeza da vida. Todos morremos um dia. O medo da morte basicamente é o medo do desconhecido. Por isso o espiritismo elimina nossos temores “matando” a morte, na medida em que demonstra que ela é apenas um retorno à vida espiritual, nossa pátria verdadeira”.
RICHARD SIMONETTI
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