Nunca entendi o motivo pelo qual nem eu nem meu irmão não chamar de tios os irmãos da minha mãe já que os tios pelo lado do meu pai sempre eram chamados assim. Acredito que por ter crescido perto deles sempre e por nunca ter passado por situações onde eles precisassem exercer a autoridade de tios, passamos a vê-los como amigos. De igual para igual. E como nunca percebemos uma diferença muito grande entre nossas idades, não havia motivo para usar neles esse título tão pesado. Mas mesmo tendo essa liberdade toda, isso nunca foi motivo para que houvesse desrespeito a eles. Embora não chamássemos de tios, os respeitávamos como tal. Nunca houve preferencias por tio algum porque tínhamos tantos e cada um com seu jeito que vez por outra estávamos misturados com um ou outro, dependia do momento, pois havia o tio carinhoso, o divertido, o compenetrado, o brincalhão, o briguento, o estudioso. Enfim, cada um com uma característica bem visível e com certeza foi inevitável copiar o que cada um tinha de melhor. Isso se chama admiração.
E uma das características mais marcante que vejo na minha tia Ieda além de falar aceleradamente é a de ser estudiosa. Se fechar os olhos consigo vê-la com um livro na mão, dando voltas e mais voltas ao redor da casa, estudando em voz alta. Vi essa cena inúmeras vezes. E se para alguns essa era a maneira mais esquisita de se estudar, pra mim não, eu passei a admirar esse seu poder de concentração mesmo tendo a casa sempre cheia de gente. Talvez ela não saiba, mas aprendi com esse seu jeito a estudar e a me concentrar. Sempre fui muito disperso, qualquer ruído me desvia a atenção e lendo em voz alta, andando ou não, fazia com que eu assimilasse melhor o que estava lendo. É assim até hoje. É claro que esse método pode ser bom para uns e não para outros. Mas no seu caso deu certo.
Formou-se, casou e mudou. Estivemos juntos em todas as fases das nossas vidas, não seria diferente já que família é isso mesmo, um grupo que influencia e é influenciado por laços afetivos. Laços esses que não se desfez nem estando em Santo André, Santos ou São José dos Campos. Tenho lembranças de todas essas cidades que morou. Menos Ubatuba, que sempre nos chamou, mas infelizmente não tivemos tempo de conhecer.
Nosso último encontro coincidiu com minha última viagem com o Eduardo. Foi em novembro do ano passado, em Paraty, onde nos encontramos numa tarde tão bonita e alegre para comemorar com um lanche o aniversário da minha mãe. E é pensando nesse clima agradável que passamos naquele dia que eu desejo que você tenha passado o seu dia.
Um grande beijo
do sobrinho
José Carlos Albernaz
2 comentários:
oieee Zé Carlinhos, muito obrigado pelas lindas palavras. Sua sensibilidade é comovente...Foi deliciosa àquela tarde em Paraty, o café farto (como você gosta, né?)kkk no jardim, conversa séria... as risadas. A satisfação do Eduardo em repetir o pedaço do pão - de - ló que levei e ainda nem sabíamos sobre a sua saúde...
Quanto à "tia", pode ter certeza que sei que sou amada sendo a ieda. Fiquei feliz em saber que contribui em alguma coisa na sua formação e muito mais feliz pelo o que você disse sobre a família. No casamento do Augusto, presenciei a emoção da Deise ao ler sua mensagem no blog e tive a certeza que a semente que papai e mamãe semearam foram férteis ... Sou muito orgulhosa de fazer parte parte da sua Hstória...
Beijos, Ieda
oieeeeeeeeee Zé Carlinhos, em tempo você está perdoado pelas fotos, ok? kkkkkkkkkkkkkkkkkk O Marco falou ontem que o pai dele foi guerreiro...kkk Que eu era muito feia..;kkkk VALEU!!!
Beijos
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