Na celebração da semana santa hoje é considerado o dia da última ceia.
Posso dizer que nossa última ceia foi em 19/07/2009, no tradicional Fondue do Recreio, onde reunimos 14 inseparáveis amigos para celebrar essa amizade em torno da mesa, com muita comida, muita bebida, muita alegria e amando uns aos outros, sempre. A coincidência é que na ceia de Jesus teve uma tremenda "saia justa" quando de modo discreto ele indica que Judas o trairia. Nos nossos Fondues a "saia justa" não era de modo discreto porque para os amigos apóstolos essa palavra não existe. Nem eram dramáticos quando acontecia, pelo contrário era motivo de gargalhadas.
Então vamos lá, como foi à última ceia?
Nesta ocasião, Jesus estava a sós com os doze Apóstolos. Segundo o relato de São João, no começo, num gesto carregado de significado, Jesus lava os pés dos seus discípulos dando assim um exemplo humilde de serviço. A seguir, acontece um dos episódios mais dramáticos desta reunião: Jesus anuncia que um deles vai traí-lo e eles permanecem entreolhando-se, pasmados diante do que Jesus está dizendo, e Jesus, de um modo discreto, indica Judas.
Na própria celebração da ceia, o fato mais surpreendente foi à instituição da Eucaristia. Os gestos e as palavras de Jesus que deram origem ao Sacramento e que constituem o núcleo do novo rito: “E tomando o pão, deu graças, o partiu e o distribuiu dizendo: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Fazei isto em minha memória”.
Jesus na sua Ultima Ceia não entregou pão aos que estavam em torno da mesa, mas sim uma realidade diferente sob as aparências de pão: “Isto é o meu corpo”. E transmitiu aos Apóstolos que estavam ali o poder necessário para fazer o que Ele fez naquela ocasião: “Fazei isto em minha memória”. Ao final da ceia também acontece algo de uma relevância singular: “Do mesmo modo, tomou o cálice depois de haver terminado a ceia e disse: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que derramado por vós”.
Os apóstolos compreenderam que se antes haviam assistido a entrega do Seu corpo sob as aparências do pão, agora lhes dava para beber o Seu sangue em um cálice. Deste modo, a tradição cristã percebeu nesta lembrança da entrega separada do Seu corpo e do Seu sangue um sinal eficaz do sacrifício que poucas horas depois haveria de se consumar na cruz.
Além disto, durante todo este tempo, Jesus falando com afeto e deixando no coração dos Apóstolos as Suas últimas palavras. No Evangelho de São João se conserva a memória desta longa e inesquecível ceia. Nestes momentos se situa o mandamento novo cujo cumprimento será o sinal distintivo do cristão: “Um mandamento novo vos dou: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos tenho amado, amai-vos também uns aos outros, Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
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