Nossos filhos são espíritos.

Uma nova geração está surgindo na família, no último dia 25/09 nasceu às 19h38min pesando 2, 815 Kg e 47 cm de altura, minha prima Lorena, filha da Carolina e do Rodrigo, neta da Gilda e do Marquinhos e bisneta dos meus padrinhos Carlinhos e Gloria.

Parabéns pelo mais novo membro da família!

Que a chegada deste pequeno ser seja coberta de bênçãos dos céus!

Que traga amor, paz, harmonia, felicidades e tenha muita saúde!

Deus os abençoe!

O Dr. Pimentel cortou o cordão umbilical, enrolou a criança com uma toalha, colocou de bruços e passou a cuidar da mãe, exausta e dolorida. Eu tinha 23 anos e pela primeira vez na vida agitavam-se em mim poderosas emoções da paternidade, com todas as suas perplexidades e expectativas. Aproximei-me do pequeno embrulho sobre a cama para olhar de perto minha filha. Foi surpresa observar que tinha os olhinhos escuros bem abertos, atentos e acesos, a me contemplarem de maneira enigmática. Lembro-me perfeitamente das ruguinhas traçadas na testa, pelo esforço que fazia ao levantar a cabecinha careca, como se perguntasse a si mesma:

- Será que esse sujeito vai ser um bom pai para mim? Cadê minha mãe? E agora, que vão fazer comigo? Quanto tempo vou ficar aqui, enrolada neste pano?

Quanto a mim, não me recordo dos pensamentos que transitavam pela minha mente, mas sei que eram muitos, e desencontrados. Acho mesmo que tinha tantas perguntas quanto ela, talvez mais, não sei. Minha dúvida era de onde vinha aquele ser? A lógica me dizia que se chegara aqui é porque partira de algum lugar, onde estava antes de vir. Onde, porém? Eu aprenderia mais tarde que o ser humano descobre coisas, mas não as cria, nem as inventa, e nós, certamente, não havíamos inventado aquele embrulhinho morno de gente que atentamente me expiava.

Quem seria aquele ser? De onde vinha? O que pretendia da vida? Como seria ela? Que papel me caberia, e à sua mãe, na vida que apenas começava? Ou será que não estava começando e sim continuando?

Algumas respostas valem à pena conferir no livro “Nossos filhos são espíritos” de Hermínio C. Miranda