Precisei fazer uma endoscopia hoje e minha mãe foi me
acompanhando, pois um dos requisitos para esse exame além de estar em jejum por
oito horas é ir acompanhado. Nunca tinha feito esse exame e na presença da
enfermeira e do médico ele foi me falando do procedimento enquanto colocava
spray de xilocaína na minha garganta e injetando um calmante anestésico na
veia. Lembro que as últimas palavras que ouvi dele foi ter dito que a xilocaína
ia provocar um gosto ruim na boca e a medicação me deixaria sonolento. Desse
momento em diante não lembro nem como foi o exame nem como fui parar numa outra
sala com minha mãe ao meu lado me esperando acordar.
Os fatos que vou
narrar foram ditos pela minha mãe, mas lembro exatamente do que vivi nesse
momento de sonolência. Algo muito estranho, mas uma sensação de felicidade
muito grande. Quando fui acordando minha mãe perguntou se eu havia sonhado com
o Eduardo. Como ela sabia? Pois o fato mais curioso é que enquanto eu
vivenciava esse sonho minha mãe ouvia tudo que eu falava. Eu me lembro de estar
num carro amarelo, tipo táxi, com o Eduardo dirigindo por uma estrada bem
movimentada e cheia de curvas. Na verdade ele guiava, mas eu é que sabia o
local para onde estávamos indo. Conversávamos sobre muitas coisas e lembro que
eu repetia para ele que todos achavam que ele havia morrido. Ríamos muito e
chegamos num lugar que não consigo identificar onde, mas que eu já vi antes.
Ele estacionou e havia várias barracas de artesanato onde ele quis parar e eu
indiquei outra melhor mais a frente. Mas nós estávamos ali por outro motivo, procurávamos
uma igreja. Nessa rua havia duas igrejas em cada esquina, mas a que devíamos
entrar era a da esquerda. Havia uma imagem de Santo na porta que não lembro
qual e como estava muito cheia, havia uma fila para entrar. A outra igreja
estava com as portas abertas e as pessoas saiam carregadas como se estivessem
adormecidas. Eram carregadas por entidades que vestiam roupas de padres, mas
com cores mais vibrantes que uma batina preta. Eu não me lembro de ter entrado
na igreja, mas vi o Eduardo entrar, assim como vi minha amiga Teresa entrar
pelos fundos e não pela frente como todos os outros. Por algum motivo isso
gerou uma briga entre os dois, tanto que ao sair Teresa estava emburrada e foi
se sentar num banco onde eu tentava acalmá-la. Edu não veio falar com ela,
fomos embora no mesmo taxi amarelo com ele dirigindo e a última lembrança que
tenho desse sonho foi quando estávamos em cima do viaduto de Madureira e ele ia
me levando para casa, dizendo que eu não me preocupasse com nada, que ele
resolveria tudo para mim.
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