Resolvidos alguns impasses, fomos finalmente às compras dos materiais para preparar as fantasias da nossa ala. Faz um ano que não piso naquela região do centro da cidade e confesso que ir ali nessa época do ano não é muito fácil. Não só pela multidão que se avoluma pelas ruas do Saara, mas pelas lembranças que me vêem a cabeça.
Desde que voltei a ter ala em escolas de samba, o Eduardo era meu parceiro também para essa etapa das compras. Era com ele que eu caminhava naquelas ruas, entrando e saindo de lojas com pesadas bobinas de tecidos e muitas sacolas nas mãos. Era com ele com que eu tirava minhas dúvidas, era ele quem me auxiliava quando precisava substituir algum material e sem falar na sua capacidade de fazer contas com rapidez impressionante. Nunca se aborrecia quando o carro vinha completamente cheio de mercadorias. Quando comprou o Eco Sport teve a capacidade de me dizer que só havia comprado para poder ter mais espaço para minhas bagulhadas carnavalescas.
Ir ao Saara nessa época natalina é uma sessão de lembranças por cada rua que passo e cada loja que entro. Difícil não lembrar onde ele queria parar para entrar e comprar suas agendas, a pequena loteria onde ele ficava na fila para jogar, o bar onde comíamos pão na chapa antes das lojas abrirem, a loja onde comprava seus damascos secos e tantas outras, pois aquela região era um grande parque de diversões para ele. Nessas horas era eu quem brincava dizendo que ele não estava ali para me ajudar e sim para fazer suas comprinhas. Mas como sempre tinha uma resposta na ponta da língua, me vencia ao responder que bastava ver a quantidade de bagulhada para saber quem era mais beneficiado. Me pego rindo quando lembro essas histórias quando passo em frente ao estacionamento onde deixava o carro.
Não é fácil segurar a emoção com essas lembranças, ainda mais quando sou eu que tenho que fazer as contas das quantidades de material que tenho que comprar. E quando acerto eu sei que foi sua ajuda providencial me inspirando a fazer o melhor.
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