quinta-feira, maio 23, 2013

Vida

 
Toda mãe deve achar que seu filho é a sua vida, mas uma mãe que chama seu filho de vida e não pelo nome eu nunca tinha ouvido até conhecer a D. Lucia, pois era assim que ela chamava o Eduardo. A conheci meses depois que começamos a nos relacionar e foi justo numa das suas viagens anuais para o Espírito Santo junto com Sr. Edson. Fiquei meio sem jeito mas como ela gostava muito de conversar e me considero um bom ouvinte, o feriado foi bem menos traumático do que eu imaginava.
Conhecendo a sua história, seus problemas de saúde, sempre a tive como uma mulher forte, de fibra, mesmo tendo dificuldades de locomoção que com o tempo e com a morte do Eduardo acho que essa força e fibra foram diminuindo. Afinal, sua “vida” já tinha ido.
Nossa relação sempre foi esquisita, gostava dela, de ouvir suas histórias mas ela me parecia somente ser amorosa com o Eduardo. Ela não retribuía um beijo na face por outro, e aquilo me deixava incomodado. Aos poucos e com o tempo fui vendo que era assim com todos.
Ainda estou atordoado com a notícia de sua morte hoje, dentro de mim tinha esperanças que ainda pudéssemos nos encontrar novamente e ouvir mais histórias. Quem sabe eu poder contar as minhas.
Minha alegria é pensar nela sendo recebida pela sua “vida” no plano espiritual. Com certeza seu sorriso vai nos iluminar a todos ao receber todo carinho e atenção daquele que em vida fez tudo por essa mãe. Descanse em paz.

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