Foi uma tarde pra lá de especial, um dia daqueles perfeitos,
com um céu azul e uma temperatura das mais agradáveis para ficar entre as
árvores verdinhas e amigos pra lá de maduros, assim como eu. Melhor impossível.
O dia 04 eu quis ficar sozinho no apartamento, pensar na
vida, pensar em mim, pensar aonde cheguei, pensar nas escolhas erradas, pensar
nos acertos. Eu pensava que demoraria muito para eu chegar até aqui, achava
distante demais. Não imaginava que fosse assim, fiz planos de envelhecer ao
lado de uma pessoa que gostava de mim e que eu gostasse muito. Essa foi à ideia,
foi nosso acerto, nossa promessa de ficar juntos até o fim. Infelizmente os
planos foram interrompidos. Não conseguimos envelhecer lado a lado, mas ficamos
juntos até o fim e felizes o tempo todo. É por isso que comemorei no dia
seguinte com muita comida, muita bebida e muita alegria ao lado de pessoas que
são muito importantes pra mim.
Pena que muitos já não estão presentes, outros estão longe e
alguns por motivos diversos não puderam comparecer, mas mesmo assim pude sentir
a vibração dos ausentes através de ligações, emails e mesmo em pensamentos,
pois o dia foi realmente pleno.
Além da feijoada, do bolo, dos docinhos, havia preparado uma
mesa com objetos que nunca joguei fora e era o momento certo deles
reaparecerem. Objetos que fazem parte da minha história, que envelheceram como
eu. Montei essa mesa para me divertir ao lembrar cada objeto do passado e
divertir meus amigos, pois alguns fingiam não reconhecer esses objetos, mas as
risadas eram um atestado comprovando a idade avançada.
O dia após fazer mais um ano não me tornou mais velho, ou
melhor, não me sinto mais velho de um dia para o outro, essas transformações já
vem acontecendo a pelo menos uns vinte e cinco anos. É bem lá atrás que a
carcaça começou a dar problemas e o pior, a dar sinais que não há como
retroceder, é seguir adiante ou ficar pelo meio do caminho. E se Deus quer que seja assim, assim será.
Amém!
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