Último e intenso carnaval.

A passagem pelo Arranco do Engenho de Dentro nos deu conhecimento e experiência para alçar maiores vôos dentro de uma escola de samba. E com esse aprendizado meu irmão conseguiu a difícil tarefa ter uma composição no abre alas de uma escola de samba. Foi no carnaval de 1991, o último carnaval de que ele participaria. Por isso que ele abraçou esse carnaval como se soubesse que nunca mais participaria dessa festa que tanto gostava. Participou ativamente na preparação das 14 composições da União da Ilha, assim como ajudou em outra composição com as crianças no Arranco do Engenho de dentro, sem falar que pela primeira vez colocaria ala na nossa escola do coração: Império Serrano. Foi um carnaval muito marcante.

No Arranco ele foi responsável pela composição das cinco crianças em cima de um carro do Arranco do Engenho de Dentro. Na União da Ilha montou as 14 roupas de garçons que viriam no abre ala da escola, posição privilegiada que nunca mais viemos a repetir.

Mais foi no Império Serrano, que o coração estava acelerado. O Império serrano vinha com uma proposta nova, ousada e arriscada para homenagear os caminhoneiros com o enredo “ por aí que eu vou”. Nossa fantasia representava a boleia do caminhão. Infelizmente devido a uma sucessão de erros a escola não se apresentou bem e acabou sendo rebaixada. Dentre tantas confusões nesse desfile, tínhamos ainda que nos preocuparmos com as crianças que meu irmão havia levado para desfilar na ala das crianças, que vinham representando os anjinhos na procissão de São Cristovão. Só que as asas dos anjinhos foram entregues praticamente na hora do desfile e lá estava meu irmão em cima do caminhão que entregava as asas tentando salvar a das nossas crianças, já que não havia para todas. E mais uma vez ele conseguiu. Como sempre, a escola pode não ter ido bem, mas com certeza nossa ala foi a mais divertida e alegre do desfile. Último desfile onde estivemos na avenida juntos, um desfile com muita alegria e diversão, como sempre foi vivido intensamente.