Eu nunca gostei muito de escuridão, já Eduardo sempre gostava de tudo na penumbra, a meia luz. Foi pensando na claridade, ou sua ausência que partimos para Benfica para comprar os primeiros objetos para o apartamento. E não há lugar melhor para procurar lustres que na rua dos lustres.
Íamos lá todos os sábados. Foi nessa rua que compramos todas as luminárias do apartamento. Para cada cômodo, devido ao tamanho diferenciado, foi escolhido o que melhor se adequava. Os spots foram paixão a primeira vista do Eduardo, ele queria uma luz indireta nas salas para ter um efeito que só as lâmpadas dicróicas têm: foco concentrado que iriam valorizar os objetos que nem tínhamos ainda, mas já passava pela cabeça dele como seria. E realmente fizeram toda a diferença. São as que gosto mais.
Tanto o lustre da sala de jantar quanto o dos quartos não são peças caras, mas são bonitos e dão destaque ao ambiente. Eles chamam a atenção. O mais engraçado de toda essa história da compra dos lustres foi sua colocação. Quem colocou todos eles foram nós dois. Era tal de descascar fios, prender lustre, colocar lâmpada, testar em todos os cômodos. Todos mesmo. Nenhum teve ajuda de eletricista. E alguns foram bem trabalhosos, pois como o teto é rebaixado de gesso, tinha que se cortar o gesso para encaixar perfeitamente o lustre e alguns não ficaram muito bem afixados. Pelo menos eu me preocupava com os gatilhos que o Eduardo teimava em fazer para conseguir colocá-lo no lugar. Ele tinha pressa em ver tudo colocado no lugar e assim foi feito. Uma batalha que devido a sua confiança, foi vencida sem nenhum transtorno ou dissabor. E foi com muita luz que o apartamento começou a ter uma cara. Continuo não gostando de escuridão. Que venha a luz!